27.3.07

Ivo Holanda, Ana Paula P. e o tornado

Costumo praguejar contra o infortúnio de ser pobre e contar apenas com a maldita TV aberta, mas vez por outra encontro acalento em obscuras emissoras de televisão não pagas. Como ontem: não esperava mais que desfiles de lingerie e alfinetadas de Ronaldo Ésper, no Programa da Gimenez, quando uma criaturinha franzina de olhos pequeninos adentrou aquele palquinho para participar do quadro Vai Encarar. Ganha uma torta de chantilly na cara quem acertar qual era a atração da noite: Ivo Holanda! Para quem não toma conhecimento desta personalidade, ou não liga o nome à pessoa, lá vai o currículo, dos mais ricos. Ivo Holanda permaneceu por quase 20 anos em programas de variedades do SBT, mas consagrou-se de fato como o protagonista de um quadro posteriormente classificado como "pegadinha", no Topa Tudo por Dinheiro. Nem Sílvio Santos sabia, naquele tempo, que seu pupilo seria o pioneiro em uma modalidade de entretenimento que hoje é exaustivamente copiada por outros canais de TV (vide Pânico).
Hoje aposentado, Ivo ainda mantém nos olhinhos miúdos um brilho jovial impressionante, e surpreende os fãs mais dedicados, como eu, pelos gestos contidos, pela ternura e delicadeza com que se comunica, age e gesticula. Também pudera: a imagem que por anos o ator passou, através da telinha, foi a de menino travesso que adorava pregar peças terríveis em cidadãos de bem.
Passei inúmeras noites de domingo plantada frente à TV me contorcendo de rir com as peripécias de Ivo Holanda. Uma destas brincadeiras, aliás, marcou-me de maneira especial. A turminha do encapetado (além de I.H., o saudoso Gibi, Ruth Ronsi e Paulo Porto) ficava dentro de uma espécie de caixa gigante, totalmente fechada, com apenas um buraco/janela na parte superior, ostentando uma placa que dizia "Não olhe aqui!". Uma convidativa escadinha conduzia o passante mais curioso a dar aquela espiadinha proibida e tentadora (tentação potencializada pela farra que se podia ouvir, lá de dentro, gritos e cantoria). Aí era batata: bastava meter a carona lá dentro que uma gigante torta de chantilly era esfregada com prazer na cara do abelhudo. Cheguei às lágrimas por tanta risada e tanta nostalgia - Ivo Holanda foi o Renato Aragão da minha vida - desde a infância, passando pela adolescência, até hoje. Snif... (by Cíntia T.)

A Ana Paula Padrão tá tão linda, e é tão boa profissional, e fez uma grande reportagem tão legal sobre os tuaregues, guardiões do véu azul do Saara, mas... tem algo errado ali. A moça não combina nadica com a emissora do Homem do Baú. Me passa a impressão de estar totalmente deslocada e desconfortável, mesmo ganhando aquela bagatelinha básica tão distinta da miséria do piso do jornalista. É duro admitir, mas tem coisas que só a Globo faz por você. O padrão da Ana Paula (não quis forçar o trocadilho, juro!) é o de jornalismo da Globo e ponto final. O mesmo vale para o querido e competente Carlos Nascimento, tão aflito por ter que atender ligações do público durante o programa, ao vivo, ao lado da Cinthia Benini, e comentar um monte de abobrinhas. Constrangedor. Tira o tio Sílvio do departamento de jornalismo do SBT, pelo amor de Deus! Volta, Ivo Holanda! (by Cíntia T.)

Pensei se deveria contar sobre o tornado que sacudiu a cidade no último sábado, mas já escrevi tanto sobre isso que para mim o assunto meio que esgotou. Só vou contar que quando tudo começou eu estava nos dez primeiros minutos de exibição de O Labirinto do Fauno, não vi nem ouvi a catástrofe, saí de um shopping vertendo água pelas paredes e me deparei com a cidade semi-submersa (contém exagero). Para saber mais vá lá no www.saroeh.blogspot.com, da Germana girl, que lá o relato tá completinho. E como dizem Luc e Débora, bisous!!! (by Cíntia T., concluindo, finalmente).

21.3.07

Femme fatale

Circulava eu por uma popularíssima loja de departamentos da cidade. De bolsão a tiracolo, ia escolhendo as pecinhas de preço mais vantajoso possível. Calcinhas de algodão full color a R$ 9,90, neste caso, são absolutamente irresistíveis, e fui me fartando das tais. Listradinhas em verde, com escritos japoneses, cãezinhos e laçarotes, as peças íntimas foram forrando a bolsa de compras. Faceira, já ia amealhando um sutiã bonitinho, também de algodão, vermelho, quando vi um grupo de meninas - não ultrapassavam os doze anos de idade - também de olho em lingeries. Mas não eram as fofinhas de algodão... as meninas escolhiam entre as pretas de renda e as com estampas de onça, todas fio dental. Senti algo em torno da surpresa, da indignação e da vergonha: afinal de contas, as garotinhas do papai deram a entender ter vida sexual muito mais interessante que a minha. Até porque poucas e boas mulheres podem se dar ao luxo de usar calcinhas tão diminutas e alegar "conforto": fio dental é usado única e exclusivamente para seduzir, é ou não é? (Ok, para não marcar na roupa também). Fiquei pensando nesta inversão absurda de "valores": uma mulher de (quase) 30, com fortíssimas tendências infantilistas, é bom lembrar, que não abandona calcinhas de algodão; e meninas pré-adolescentes que já exibem na gaveta da cômoda modelitos ultra-ousadinhos semelhantes a de uma boa strip-teaser (sem querer ser moralista, deus me livre). Argh, estou me sentindo idosíssima novamente... nada que um bom par de meias pretas 7/8 não resolvam, não é mesmo, minha gente? (by Cíntia T.)

Mulher que é mulher

Para Madame Louise, a mulher só adquire valor e status perante a sociedade quando sabe fazer "diuntudo". E "diuntudo" é a expressão equivalente a ser "pé de boi" e "mão de grosa", no idioma dos Teixeira. Mulher que é mulher tem que saber cozinhar, passar e lavar, mas também levar na flauta sua carreira como alta executiva; mulher que é mulher tem que saber bordar, crochetar e tricotar, e também satisfazer um homem em todos os sentidos, na cama, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapê. Mulher que é mulher é mãe, é dona-de-casa, é estudante ou bacharel em qualquer coisa (o diploma é fundamental), é CASADA (indispensável) e ganha bem. Mulher que é mulher sonha com um dia de 48 horas, se desdobra em mil para realizar todas as pequenas tarefas ao longo do dia, sem deixar absolutamente nada para trás, mesmo que ao longo de alguns anos vá parar, alucinada, em algum hospício da região, com estafa crônica. Mulher que é mulher reveza avental e jaleco, aspirador e microondas, computador e batedeira. Em suma, mulher que é mulher, na opinião de Madame Louise, tem que ser, assim, a personificação de uma Denise (sem sobrenomes, para não comprometimento de imagem). Denise cozinha. Denise costura. Denise borda. Denise trabalha fora, cuida da filhota, do maridón, dos afazeres domésticos, paga contas, faz jantares, leva o carro para a mecânica, troca a lâmpada, pinta paredes e ainda faz cafuné. E mais: Denise tem um up, que nem toda mulher que é mulher tem. Ela possui uma habilidade incrível, existente em apenas uma em cada um milhão de criaturas nascidas no sexo feminino: mãos de fita métrica. Basta verificar os armários de roupas de Denise. Lá, as roupas se exibem, orgulhosas, perfumadas e muitíssimo bem passadas. E alinhadas como um pelotão bem treinado. As peças de roupa de Denise, do maridón e da filhota estão milimetricamente ordenadas, por cores, por tecidos, por tramas, por tamanho. Cuidadosamente dobradas uma sobre as outras, seguindo um rigoroso padrão geométrico. Algo invejável. Algo impossível para mulheres como eu, nem tão mulheres que são mulheres (snif), de acordo com Madame. Até as gavetas de Denise são assim: sutiãs de bojo ao lado de sutiãs de bojo; meias brancas com meias brancas; calcinhas dobradas e passadas. Sim, eu espiei as gavetas de Denise. Shame on me! (by Cíntia T.)

16.3.07

Coisinhas...

Sempre pensei ter um 6º sentido bastante aguçado, capaz de detectar, de longe, qualquer alteração na vida de todas as pessoas próximas a mim. Já vi que esta sensação que me acomete, às vezes, de extrema angústia, refere-se única e exclusivamente à minha mãezinha - e mesmo assim costumo errar, felizmente (é que sou campeã em pensamentos trágicos). Quem nos dera saber a hora certa de agir para ajudar a quem amamos, mas pelo menos por enquanto os super-heróis só ficam mesmo é no gibi. Quando minha amiga globeleza pérola-negra Rúbia B. telefonou e disse: "Eu podia morrer que tu nem ias ficar sabendo", eu ignorei. Mas era sério. A serelepe embarcou em um mototáxi no Centro de Floripa e quando chegava ao seu local de destino, o shopping novo da SC-450, bum!, se envolveu em um acidente. O motoqueiro se distraiu e enfiou a moto na traseira de um carro, parado na sinaleira. "Eu voei alto. Passei por cima do carro. Não senti o chão. Tentei me levantar, mas os ocupantes do automovel não deixaram", contou Rúbia girl a uma garota assustada de olhos arregalados - eu. O resultado, felizmente, não foi dos piores: sete pontos no joelho e diversas escoriações pelo corpinho marrom-bombom. "Muito sangue. Cortei as mãos nos estilhaços, me desesperei", choramingava a moça. Os bombeiros, estes anjos da guarda em forma de homens, foram ultra-mega-amados, os melhores, prestando atendimento pra lá de eficiente e absurdamente humano. Rúbia girl já está prontíssima para todas, e só lamenta o mega-inchaço do pezinho direito. E a minha inadimplência como amiga acabou me deixando em maus lençóis - e de consciência elefantíaca.

Do outro lado, good news! Minha amiga-de-infância/quase irmã Grasi B. é a mais nova advogada da Ordem. Um luxo. E, como disse a ela, agora finalmente posso relaxar, porque conto com aparato judicial every day, every night... (by Cíntia T.)

11.3.07

Viva! Nasce o primeiro baby gerado na Mansão Rosa!

Há pouco menos de um ano Madame Louise recebeu em suas dependências mais um hóspede, daqueles dignos de entrar para o livro de recordações de capa dourada, que ela guarda na gaveta da cômoda. O nome do gajo me foge à memória agora, mas o moço tinha 18 anos, vinha da cidade de Lages e iria cursar Fluvicidade, novo curso oferecido pela universidade de Shark city. Muito íntegro, digno e cheio de notas na carteira, o menino não regateou e entregou o valor da dolorosa para poder se hospedar na Mansão Rosa, R$ 300 doletas, que foram rapidamente embolsadas por Madame (que por sua vez correu para a Afubra quitar mais uma prestação da geladeira nova).
O garoto era rock´n´roll na veia. Já na primeira semana fez um considerável número de amigos na facul, e todas as noites recebia convivas em seu loft, distribuindo geladíssimas cervejas importadas e cigarros do mais fino tabaco jamaicano. O heavy metal comia solto por todo o palácio, até o talo. Mulheres deslumbrantes e homens endinheirados eram presença constante. Neste clima alucinante de pura paixão e êxtase, não deu outra: o doce menino acabou se apaixonando. Quer dizer, ele arrumou uma namorada. Qual não foi nossa surpresa (minha e de Caê M.) ao descobrir que a mocinha em questão era uma jovem de currículo exemplar, constantemente vista por nós folheando os russos e bebericando chá gelado, nas mesas do Canário Café, às 3 da manhã. A mocinha - que tem uma irmã gêmea - passou a freqüentar a residência de Madame, que, espantada, coletava um número surpreendente de preservativos - todos cheinhos - que haviam sido atirados pela janela do roqueirinho, all night long, o que deixava Louise bastante orgulhosa. "Estes meninos... que força, que vigor!".
Repentinamente, o clima pareceu pesar no loft do jovem lageano. Durante as madrugadas, portas e janelas eram batidas em fúria, gritos de horror ecoavam pelo amplo espaço, o que me perturbou sobremaneira, sendo eu vizinha de quarto do moçoilo. Pouco depois de fechar exatos 30 dias de permanência do roqueiro em Mansão Rosa, o anúncio: o garoto iria sair, não tinha mais condiçõe$ para se manter em Shark city. Drama.
Com pena, Madame lamentou a súbita despedida, mas refez-se rapidamente. E o tempo passou. Nesta semana, no entanto, uma notícia veio abalar as estruturas de mansão: fazendo seu jogging diário, Madame cruzou com uma velha amiga socialite - que vem a ser avó da pequena intelectual, ex-namorada de roqueiro. A menina estava entrando na maternidade para dar a luz a uma bebezinha fofa e rosada. M. Louise tentou questionar a paternidade, mas a avó foi extremamente discreta. No entanto, restou-nos fazer as contas: o romance, que teria engatado em maio, pegou fogo em junho. Calculem. (by Cíntia T.)

A força do marketing (quase que) gratuito

Faltavam alguns dias para o Natal e me coube aquela pautinha indefectível, que agrada de leitores a comerciantes, passando pelo setor de vendas do jornal: dicas de presentes natalinos. Qual não foi minha surpresa, então, quando ao contatar uma loja de discos, descobri que o CD top 10 mais bem vendido naquelas últimas semanas pertencia a uma dupla sertaneja de nome absurdamente convencional, César Menotti e Fabiano? Pânico na Zona Sul. E quem então eram César e Fabiano? Deixei de lado, mas não levou muito tempo para que a pergunta fosse refeita em minha perturbada mente. Em uma bela noite, zapeando pela TV aberta, deparei-me com um "especial" em um canal obscuro que trazia o show inteirinho de... CM&F (vamos chamá-los assim). Definidos como "a mais nova revelação" (sic) da música sertaneja", os cantores gordinhos mostravam um aparato estrutural/tecnológico invejável, altamente profissional em palco, e esbanjavam prestígio ao contar com participações "de peso" de gente do calibre de Zezé e Lu, Daniel e Dorminapraça, espetáculo para os fãs do gênero. Teve mais: na ampla residência de M.L., onde resido, há uma ala ocupada por um grupo de meninas, daquelas que não dispensam um arrasta-pé por nada no mundo, e que vivem ouvindo Bruno e Marrone até o talo (para meu desespero). E qual o nome que ultimamente não sai da boca destas garotas (o que é um termômetro excelente para testar a força de qualquer fenômeno midiático-popular)? Estamos em março, e logo mais, maio, minha linda Cidade Azul sedia uma festa animada, a Produsul, que já está em 18ª edição. Ganha um doce (ou um CD de CM&F autografado) quem descobrir qual o primeiro nome a ser divulgado para se apresentar no local, anunciado como uma das atrações mais fortes. Não bastassem tantas coincidências macabras, há mais um detalhe que me enche de horror nesta história toda - há algumas semanas, em casa de uma amiga, deixei, descuidadamente, que Caê M. me filmasse enquanto eu cantarolava uma musiquinha picareta, daquelas que você não sabe como foi que aprendeu, mas que não te sai da ponta da língua: "Eu vou fazer um leilão, quem dá mais pelo seu (meu, whatever) coração...". Juro que não sabia de quem se tratava, e no momento isto não era importante. Mas agora é, só para comprovar a funcionalidade e eficácia do marketing boca-a-boca. Que My Space, que nada! (by Cíntia T.)

5.3.07

Notinhas

Não vou mais falar sobre o Big Brother. Não mesmo. Até porque não gosto que me contem o fim do filme quando ele ainda está na metade. E, cá entre nós, todo mundo sabe quem vai ganhar aquela joça, né?
Também não vou opinar sobre o fim de Páginas da Vida. Até porque (tenho tanto orgulho de mim!) não assisti a este episódio. Viva a TV a cabo em casa de Caê M.
Você percebe que está mudando quando fica tão contente por comprar um jogo de copos de vidro ou um edredon quanto fica ao comprar aquele sapato vermelho báááárbaro de verniz (hehehe, sim, eu comprei).
Eu amo sushi. Amo quando Caê M. traz sushi do Angeloni pra gente comer em casa (tem um quiosque do Myoshi lá, dilícia). Amo tanto que, pra garantir o estoque, comprei uma garrafa de um litro de molho shoyo. Uau. See ya. Até breve. (by Cíntia T.)

2.3.07

Chiquinho forever

O saudoso Chiquinho deixou lembranças comoventes na memória de Madame Louise. Juntos por longos dez anos, a dupla se consagrou por protagonizar as histórias mais hilárias e nonsenses da face da Terra. Para os desavisados, Chiquinho era o bichón-frissé de Madame, cãozinho da mais fina penugem, branca como a neve; do mais alto pedigree jamais sonhado; com o maior número de premiações dada sua nobre linhagem. Um gentleman em forma de cachorrinho. Chiquinho nos deixou há coisa de um ano e meio, e com ele foi-se parte da alegria da grande Mansão Rosa. Pouco antes de bater as patinhas, no entanto, o adorável animalzinho nos aprontou mais uma daquelas, fato extraordinário que já entrou para os anais da Família Teixeira. Era uma noite quente e abafada de outubro. Madame Louise dirigiu-se à casa de uma vizinha, senhora mui respeitosa, evangélica, de longos cabelos grisalhos caindo-lhe às costas, muito embora bem embrulhadinhos em formato de coque. A intenção era solicitar à vizinha - vamos chamá-la de dona Jurema - mais um corte de alfaiataria (dona Jurema é exímia costureira e estilista). Muito apegado à dona, Chiquinho posicionou-se aos seus pés e seguiu-a, como costumava fazer.
Após uma conversa rápida, Madame lembra-se de sua sobrinha, que estava em casa e poderia se interessar por um jogo de bolsas Louis Vuitton (a vizinha também trabalha com importação). Ela volta, carrega a sobrinha e, quando a dupla se aproxima mais uma vez da ampla residência de dona Jurema, a surpresa. Por trás do vidro da porta, aquela criatura branca e delicada se agitava, feliz em vê-las. Era Chiquinho. Sem que Madame notasse, o danado adentrou sem-vergonhamente pela casa de Jurema, e de lá não saiu. As mulheres riram do incidente, abriram a porta para o animalzinho sair e continuaram, muito animadas, a conversar amenidades. Chiquinho havia desaparecido momentaneamente, fato sem importância. Até então. Eis que surge, mais uma vez, o petit de estimação de Madame. Ele vinha da cozinha da senhora evangélica e, surpresa das surpresas, carregava NA BOCA um apetitoso frango assado, INTEIRINHO, com aquela casquinha dourada, recheadíssimo de farofa com bacon, estalando de novo, e exalando aquele perfume inebriante que só as coisas sofisticadas e deliciosas da cozinha francesa têm.
Alarmada, Madame até tentou conter o pequeno faminto, mas este rosnou ameaçadoramente para a dona, caso ela ousasse tirar o quitute de suas mandíbulas. Raivoso, o bichinho foi rumando em direção à sua casa (Mansão Rosa), deixando um rastro de farofa, gordura e pele de galinha. Marie Louise tentou disfarçar, mas foi pega no flagra por Jurema, que só conseguiu balbuciar: "Ai, minha janta!". Envergonhadíssimas, Madame e sobrinha sairam cabisbaixas, após mil e um pedidos sinceros de desculpas. Já em casa, Chiquinho foi alvo dos mais furiosos esporros que já havia levado em toda a vida. Sem entender direito, o bichinho oferecia com o focinho o prêmio que havia "caçado" em casa alheia, o franguinho dourado, como se incentivasse as duas a servirem-se. Passada a vergonha, Madame, muito justa, retornou à casa da vizinha e a recompensou pelo prejuízo - com a generosa paga de R$ 5. Negócio resolvido. (by Cíntia T.)