29.6.08

Anarriê

Frase do mês (junino):
"Isso daí, ó, isso daí quem tem chapa não pode comer".


(Madame Louise, referindo-se à maçã do amor caramelisadíssima, na festa junina da Ju. O que mostra seu espírito solidário a todos os infelizes que não possuem seus molares e caninos originais).

"Sexo na cidade", ou "Saudades eternas"

Sim! Fui assistir à tão esperada produção Sex and the city. Uau! Amei, simplesmente amei, apesar de não ter muita certeza quanto à decisão da querida Charlotte. Mas o que faz um par de Manolos, não é mesmo? Vou rezar pra conseguir o meu, algum dia nesta vida. Afff. Porque tudo fica melhor com um Manolo nos pés, né?
E quando os dias ficam meio nublados e indistintos acho que a gente tem é que escrever pra desabafar, não é? Porque o blog é pra isto mesmo. Então, em breve, post sobre minha querida avozinha, que me deixou na última sexta-feira. Tá lá agora, me olhando de cima e torcendo por mim, como sempre o fez. Te amo pra sempre, velhinha!

Frutíferas

Assistindo ao meu mais novo programa preferido, Miami Ink (já planejo uma tattoo no quadril), recebo mensagem de Johnny boy dizendo estar debulhado em lágrimas vendo o programa da musa Lu Gimenez. Confesso que desde o advento da cable tv no meu recinto, tenho desprezado programas cults como o da nossa querida rollingstone girl, sempre imperdível (Madame Louise que o diga).
Numa rápida zapeada (até aprender que a Rede TV! é o canal 6), vejo a musa recebendo o que eu acho se chamar MC´s, com suas respectivas dançarinas - as meninas-fruta do momento, em terra brasilis. Vergonha.
Enquanto o sujeitinho se contorcia em trejeitos de gueto, a gata ficava expondo seus atrativos: a vantajosa (e hiperdotada) derrière, "privilégio" que descobri não ser unicamente da bizarria denominada "Melancia". Subitamente, dezenas (ou centenas?) de meninas de quadril de 1,20m dominaram o Brasil.
Bons tempos em que as partes baixas das ordinááááááárias Carlinha P. e Scheilas do Tchan impressionavam, com meros 1 metro de quadril. Agora, o céu (e uma boa calça Da Gang) é o limite.
Que venham os pães recheados de linguicinha e molho vinagrete!
Quando eu começava a acreditar na chegada de uma nova era - quando nós, mulheres, começaríamos a sermos finalmente vistas como algo a mais que meros instrumentos para a perpetuação da espécie e para satisfazer os desejos masculinos, e sim como companheiras, iguais, surgem estas aberrações e parece que décadas de dura evolução foram em vão - Deus me livre abusar do teor panfletário/feminista.

Mas uma coisa não víamos há tempos: a celebração da mulher (over) gostosa, da mulher-Brasil/ mulher culote e barriguinha saltada, mulher musa de Botero.
Pode se considerar este amor à gordura um ponto positivo, em frente à obsessão pela magreza às últimas conseqüências? Não, definitivamente.
Em ambos os casos, a mulher ainda não passa de um reles objeto feito para o sexo, com alguns orifícios para a introdução de paus.

Cidadã

São os R$ 20 mais fáceis do mundo. O cara do exame demissional (ou admissional, para os felizardos) carimba seu documento que atesta, para os devidos fins, que você não adquiriu nenhuma moléstia durante os anos de serviço prestados à sua (ex) empresa.
Aí ele te entrega o papel carimbado e - achei curioso - te deseja boa sorte. Aí era aquela filinha de desempregados (ou recém-admitidos) na porta da sala do cara (que é médico, haha) e ele dizendo, intermitente: bom-dia, boa sorte; bom-dia, boa sorte; bom-dia, boa sorte...

O próximo passo é fazer o "cartão do cidadão". Há! Se há um ponto positivo em tudo isto? Com fgts, saída, salários, blablabla, tornei-me uma mulher riquinha. Paris está logo ali, bem mais próxima...

19.6.08

Tempos de ócio

Uma das vantagens de estar desempregada é poder ficar bundando em casa o dia inteiro de moleton. O ruim é não precisar usar brincos nem make-up.

É bom ter todo o tempo disponível para fazer pequenas coisas, como ir ao supermercado comprar Pringles, ir à manicure (que andava tão atrasada), tirar a sobrancelha, estudar ou ler "As Mulheres Mais Perversas da História" (que eu já terminei). Mas existem os (inúmeros) momentos em que nem mesmo a vastíssima programação da tv a cabo é suficiente para te distrair.

É muito bom saber que você tem um bocado de afazeres domésticos para serem concluídos e que mesmo assim pode se dar ao luxo de protelar a hora da faxina, porque sempre haverá tempo para tais atividades mundanas.

Sem dúvida o pior em se ficar desempregada é não contar com aquele troquinho que pingava em sua conta bancária mensalmente. E tão ruim quanto isto é se ver afastada dos bons amigos cultivados durante o tempo dedicado à empresa. No meu caso, por exemplo, entrei numas de me sentir mega-ultra carente, acho que todos vão me abandonar a qualquer momento, buá.

Acho que uma boa alternativa de uso da grana que devo receber pela saída é ir às lojinhas descoladas da cidade e gastar tuuuuuuuuuuuuuuudo em roupas e sapatos que eu jamais vou usar (ahahahahah, ironia pura e piada interna).

Ainda não cheguei na fase de me preocupar com o futuro (claro, estou demitida há apenas dois dias), e espero voltar à labuta antes de passar por tudo isso. E como ainda não tenho motivos para me descabelar, vou ali tomar um café na padaria e depois me enrolar no cobertor azul na frente da TV. Hum, tive uma idéia: chocolate quente!

Ah, sim: voltem a trabalhar, que vocês têm família para sustentar.

P.S.: com todo este tempo livre, prometo tornar as blogagens mais freqüentes, até pra não enferrujar na bela arte de escrever (bobagens).

14.6.08

Você sabe que...

Você sabe que o limite da intimidade foi alcançado quando a amiga, em uma noite de sábado, depois de alguns cálices (cálices?) de vinho (vinho?) vira pra você e diz:
- Hum, acho que preciso mudar de desodorante...
É o vinho, né?

6.6.08

In the gym

Segunda-feira

De volta à selva de suor, lágrimas e culto ao corpo que é a academia de ginástica. Esteira, num quase trote, ignorando a arritmia. Entra uma señorita cuja cintura ultrapassava um metro de largura. A moça pesava na boa uns 130. A bunda era um colosso de Rhodes. Do seu lado, sua personal trainer: coxas torneadas, bunda redondíssima e arrebitada, delineada pelo legging, barriga do tipo invejável, daquelas sem faltas nem excessos, sem ossos aparentes nem uma mísera grama de banha a mais. Confesso que, sem conotação gay, please, sequei a rapariga. Uma exuberância de corpo. Contraste dramááático.

A personal tocava a vítima trainee pra esteira. 20 minutos. Tocava a gorducha pros aparelhos (de tortura). Voltava a fofoletona pra esteira. Mais 20. A idéia, pelo visto, era a de promover queima rápida de banha, e eu torço para que dê certo.

Questão pertinente: gorducha daquele jeito e com uma personal gostosérrima daquelas, você ficaria feliz, motivada para ter um corpo igual, algum dia (se Deus te amasse muito, muito)?Iria usá-la como uma meta a ser atingida? Ou reforçaria a alimentação (sua e) de suas idéias de suicídio?

Quarta-feira

Na esteira, aborrecida enquanto o Flausino grita "na moral, na moral, na moral, na moral" ad infinitum. As senhôuras marombadas ao meu lado discutem de menopausa à aposentadoria. Aí uma lembra de contar, assim, subitamente, que seu partner de 63 anos ficou de pau duro por longas quatro horas, querendo sempre mais. Viagra. As amigas riram, cúmplices e condescendentes: haja lubrificante vaginal na vida da mulher madura pós-Viagra...

Sexta-feira

Estava no leg-press quando Madrinha chega atordoada: no banheiro, viu a moreninha de 35 quilos, que deslizava pra baixo e pra cima num legging verde-limão fingindo fazer exercícios, PASSANDO CHAPINHA NO CABELO. Às 7h30. Aaaaantes, portanto, de malhar.

E sim, eu voltei à academia para malhar (dos outros).

4.6.08

A maldição da "tia"

Aí que quando eu achava estar livre da feira-festa com mais shows de desconhecidos por metro quadrado do Sul catarina, fiquei de plantão no domingão e... hahahaha, maldade das maldades, marido-chefe me mandou labutar e achar teens ensandecidas pelos guris da banda NX Zero (what?). NX Zero pra mim quer dizer a mesma coisa que Victor e Leo e GDO do Forró, ou seja, ... zzzzzzzzzzz...
Muito antes do show começar a circulação das tietes-mirins já era intensa. Meninas de bota megasalto thequeenofthedesert, jeans skinny e casaquinhos de moleton rosa com bordadinhos em forma de borboleta tomavam conta do pedaço. Chego num grupinho de pré-teens, umas lindinhas, e quando as bobinhas avistam meu crachá (não leram o que tava escrito, o que importa é que é crachá, não à toa, o Bozó é um tipo muito real), desandaram a grudar no meu pescoço e gritar: "Tia, tia, tia, tia, tia, tia, tia, tia, tia, tia, tia, me deeeeeeeeeeeeeeeeeixa entrar, eu quero ver eles, só um pouquinho, tia, só tirar uma foto, tia, por favor, por favor, por favor". Deusolivre, (acho que) não quero ter filhos e não sou tia de moça daquele tamanho. Ha-ha.
Aí vou pra outro grupinho e.. tcharam: a mesma reação ao ver o crachá: "Tia, tia, tia, tia, tia, tia, tia, tia, tia, tia, tia, peloamordedeus eu amo eles". Ai. Eu pronta pra dizer "tia o caráleo, pivete, se manda" quando surge uma "mulher mais velha", acompanhando as meninas. Eu querendo acreditar que a mulher tivesse 45 anos e que, sim, quem sabe ainda sou uma garotinha, e ela, sorridente e saltitante, contou estar acompanhando a filha e as amiguinhas. Quantos anos? "29", revelou, levemente constrangida. Cuén.
Quando eu for presidente do Brasil vou lançar um decreto PROIBINDO veementemente que pessoas usem a palavra tia para denominar quaisquer outros com quem não mantém laços consanguíneos. Sob pena de cadeia.
Aí eu tava indo embora, o fotógrafo (finalmente) tinha concluído o exaustivo trabalho de fotografar uma minhoca com franja e olho pintado de preto se contorcer enlouquecida sobre o palco e aí me passa ao lado uma GAAAAAAAATA. Microssaia djins, brusinha, casaquinho de matelassê rosa pink preso no braço, coxas roooooooliças em MEIA ARRASTÃO e, claríssimo, botas vamp, salto fino, na brita. Uns 70 quilos, distribuídos belissimamente em 1,60 de altura, e se. Cinturinha de coluna jônica, dórica, greco-romana, whatever. Hairspray perde. Ai, eu tenho que me desdobrar na malhação porque daqui a pouco sou eu. Sem meia arrastão, claro. Anyway, serviu pra alguma coisa. Me senti menos tia. Pelo menos, não sou louca.