26.4.07

Momentos típicos

Ela inflava de tédio, sozinha em casa, quando sentiu sede. Foi à geladeira e deparou-se com sua mais nova garrafa de refrigerante, nova em todos os sentidos, uma Coca-cola Zero zero-bala, geladíssima e refrescante como devem ser todos os refrigerantes. Animada, a garota tomou seu primeiro grande gole e, ultra-satisfeita, descobriu que o regalo tinha gostinho de nada mais, nada menos que a inebriante Coca light. Curiosa e questionadora como toda jornalista deve ser, a morena-jambo (da cor que fica, em um copo, um restinho de coca-cola e muito gelo) não perdeu tempo e juntou a fome com a vontade de comer, o útil ao agradável, a faca e o queijo: ligou para o 0800 da multinacional.
Após longuíssimos 20 minutos de agradável embate de idéias, a telemarketing-girl Carla C. finalmente desligou o telefone com a sensação do dever cumprido: apesar do sabor agradabilíssimo de Coke 0, a moça não voltará a consumi-lo. Afinal de contas, "são três tipos de adoçante, contra apenas dois da Light". Conversando a gente se entende...

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"Gente, será que eu ainda sei transar?". Com este questionamento a pernambucogirl Germana T. iniciou um conversê dos mais típicos, dia desses. Afinal de contas, a abstinência dos inefáveis prazeres da carne é capaz de provocar momentos vexatórios em público, como ficar subitamente muito franca, direta e objetiva e revelar tudo o que se passa lá no mais obscuro nicho do coração. Charlotte C., que quer transformar a festa de despedida de solteira de uma amiga em um randevú babilonesco, com direito a desfile privé do elenco de 300 de Esparta, não dignou-se a responder à amiga aflita. Afinal de contas, Charlotte C., muito safa, teve um verão dos mais... movimentados, digamos.

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Nada me impressiona mais do que o bom-gosto, o estilo próprio e a elegância do indivíduo. Independente do nível social, do que se carrega no bolso, do tamanho da conta bancária, ter estilo, classe, postura, savoir-faire são qualificações imprescindíveis, quando se quer ganhar destaque e respeito mundo civilizado afora (não aqui nesta amarga cidade, unfortunelly). O oposto, para mim, é visto com ojeriza, calafrios e náuseas. Breguice, mau gosto, falta de educação e de bons modos, cafonice escancarada, tudo fica ainda pior, é pintado com cores ainda mais dramáticas, quando parte de gente com extrato bancário mensal dos mais rechonchudos. Miss Micheline Z., estrela de máxima grandeza na sociedade sharkcitiana, observadora de todos os passos da grand-société local, não resistiu aos apelos de uma revista Caras novinha em folha, pulsando de emoção na banca da esquina. Munida de R$ 10, Miss Miche adquiriu o exemplar e voou para casa acompanhar de perto todos os detalhes do casamento mais óbvio do ano, Schxxeylllahhh Caralho e o mocinho-do-chapéu-coco-cujo-nome-ninguém-sabe. Luxo e glamour. Mil idéias na cabeça. A liteira para carregar a noiva-avestruz-no-ninho já foi encomendada por madame Miche, agora só falta o noivinho. Pré-requisito INDISPENSÁVEL: seu tom de pele deve combinar com roupas prata. (by Cíntia T.)

21.4.07

Corações partidos

"João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém"... a quadrilha de Drummond mantém-se tão atual, significativa e verdadeira que chega a assustar. Quem por aí não conhece alguém que vive afogado em tanta mágoa de cabocla por um amor não correspondido? Com a "notícia" arrasa-quarteirão de que Eliane Dedinhos teria encerrado o casamento de dois anos e meio com o fofo do Eduardo Guedes, o eterno ir-e-vir dos apaixonados platônicos e/ou não-correspondidos voltou à baila com força total. Eliana Dedinhos nunca amou Eduardo. Jamais. Ela ama, e vai amar eternamente, o apresentador Luciano Huck, por quem foi sumariamente chutada; L. Huck, por sua vez, não conseguirá jamais nutrir um sentimento de amor verdadeiro pela loiríssima Angélica. A dele, coitado, é Ivete Sangalo, que num momento de fraqueza se rendeu aos encantos do moço narigudo e endinheirado, mesmo gostando da mesma fruta da qual ele rói até o caroço. Lu chegou a chorar lágrimas de sangue em público de tanto desespero, ao ser dispensado pela baiana arretada. Angélica não fica sobrando nesta triste história de amores impossíveis... o casamento com Huck lhe rendeu filhos, ainda mais dinheiro, mais fama e projeção na mídia, uma família bem estruturada e estável, mas... o coração da garota da pinta na coxa bate mais forte, e vai fazê-lo assim, até o dia de sua morte, pelo vasilha ordinária Maurício Mattar, que por sua vez não gosta nem nunca gostou de ninguém. Quem sobrou sem os encantos de Angélica ainda suspira quando vê a moça apresentando o programa Estrelas: é o César Filho, com o qual ela namorou por longos sete anos - sem nunquinha, jamais, render-se aos assédios do rapaz, mantendo-se pura e virginal para Mattar - sim, Cesinha F. nunca comeu a global, lástima das lástimas. Carlinha Perez, felizmente, conseguiu dar a volta por cima: após um relacionamento com o pagodeiro Alexandre Pires, a eterna musa do Tchan amargou na desilusão e na tristeza por ser ligeiramente dispensada pelo moço que chorou por George Busch. O bode demorou para passar, mas a paixão recolhida foi devidamente anulada ebós afora devido ao chamego irresistível do rebolativíssimo Xandinho, aquele que dançava descalço. Hoje Carlinha é uma nova mulher, e Alexandre Pires já não figura mais em seu coraçãozinho em forma de bumbum. Quem também conseguiu dar a volta por cima após meses na fossa mais profunda foi Giovanna Antonelli, que deixou-se iludir pelo pulha e mestre em canastrice Murilo Benício. A moça tirou o tolinho da cabeça e do coração, agarrou um milionário americano e já está se mudando de malas e cuias para uma de suas mansões, em NY, NY. Mas pensam vocês que canalhas destruidores de almas e corações escapam impunes de seus pecados contra a humanidade romântica? Ledo engano. Prova maior de que o castigo vem a cavalo é o próprio Murilo Benício - que de protagonista de novela das oito, hoje pena tartamudeando um sotaque indistingüível na sofrível noveleta das sete. Poor Murilo! (contém ironia, hahahah). (by Cíntia T.)
P.S.: as constatações do texto foram feitas em parceria com a sádica Micheline Z., que também tem espasmos de puro prazer ao contemplar as desgraças da vida humana (dos outros).

Update: Em se tratando de corações partidos, não poderia deixar de citar a maior de todas as frustradas e desiludidas de amor de todos os tempos ever no mundo, a friend mais querida, Jennifer Aniston. O mundo foi cruel com Jennifer. Além de perder ninguém menos do que Brad Pitt, a moça viu sua carreira declinar, seus filmes só fracassam, seus namoros não evoluem e ela foi trocada - oh, céus - por ninguém mais do que Angelina Jolie, a mulher mais poderosa do mundo! Ô, judiaria!

Micheline, a Sádica, também incluiu um comentário a respeito destas tristezas da alma. Vai lá: "Tem a Simoni, que nunca se conformou com o pé que levou do pagodeiro Alexandre Pires e, desiludida, foi nutrir amores por um rapper presidiário - e eles ainda procriaram!!! A propósito, o coraçãozinho da ex-menininha fofinha do Balão Mágico deve estar a mil depois da separação de Alexandre P. de Sheila Mello". Viva!

Os homens também choram: exemplos expressivos de homens que foram abandonados por suas almas gêmeas e não conseguem conter um uivo amargurado em noites de lua cheia: Eduardo Suplicy e Chico Buarque. E olha que muita gente daria o mundo por eles... é, a vida é assim...

13.4.07

Rainha da economia

Há alguns meses meu maior sonho de consumo se resumia a um par de tênis denominado Nike Shox. Mui bien. O dito calçadinho que prometia maravilhas durante minhas running performances custava meros, vejam só, R$ 600. Cruel, muito cruel. Contentei-me com um Reebok fofo e rosa e esqueci o assunto, magoada. Eis que uma mega promoçãozinha de uma loja de tênis importados da cidade surge para alegrar meus dias - e se mulheres compram compulsivamente e morrem de arrependimento depois, por terem pago gato por lebre, também se regozijam quando o contrário acontece. Aí que hoje eu sou a feliz proprietária não de um Nike Shox, que não quero mais mesmo, e sim de um glorioso Nike Air branquíssimo e com amortecedores mega-potentes e com detalhes em azul-marinho e lindo, lindo, lindo de morrer. E o que é mais gostoso de tudo isto, em todo o trâmite da aquisição do calçado? É que o valor "de etiqueta" do bichinho é nada menos do que R$ 405. Mas eu só desembolsei cinquentinha, believe or not. E já estou me achando a Rainha da economia e das boas aquisições. Viva eu, viva tu, viva o rabo do tatu... (by Cíntia T.)

Obs: Argh, esta TPM está mais punk do que nunca na vida. Ódio mortal no coração.
Obs 2: E sim, está chegando o Grande Dia da Mudança. Só falta o apartamento... medo.

8.4.07

Yummi!


Saldo de Páscoa: um ovo Sonho de Valsa em formato de coração; uma cesta gigante com diversos tipos de chocolate de Gramado; uma forma de pizza repleta de deliciosos bombons caseiros handmade by sogrita; incontáveis quilos extras na cinturinha de pilão, além de toda a comilança babilônica naqueles dias em que se deveria, tecnicamente, louvar ao Senhor. Ó, Deus, perdão. (E um agarradinho do Sansão, que ninguém é de ferro). (by Cíntia T.)

5.4.07

Andréa, menina/mulher

Eu tinha uns oito anos de idade, usava óculos e não era o que se podia chamar de amante dos esportes. Minha prima Andréa (que se eu era malvadinha, ela era um trilhão de vezes mais), se aproveitava da minha ingenuidade infantil e da minha carinha de tola para aplicar pequenas torturinhas infinitamente irritantes. Comentei no post anterior que ao longo da vida venho maltratando pessoas. Mas também tive minha cota de maltratações, todas sob o comando de duas primas - uma delas era a Andréa. Andréa não tinha - nunca teve - papas na língua; Andréa consegue encontrar graça onde você nem imagina; Andréa é acometida freqüentemente por ataques de riso quase mortais. Naquela época, em uma visita a sua residência, a Mansão Rosa, fui convidada por uma cândida Andréa a jogar uma partidinha de vôlei com ela e algumas amigas. Todas posicionadas, eu incluída (fui, obrigada pela mãe, mas fui), de repente a malvada Andréa, sem aviso prévio, capricha na cortada e me mete uma bolada na cara limpa, quase arrebentando meus óculos. As lágrimas jorraram quase que imediatamente nas duas garotas: eu, de dor máxima; ela, de prazer mórbido. Riu por horas. O jogo foi encerrado. As amigas tiveram que socorrê-la. O único a me oferecer uma mão foi o irmão da malvada, Cléber, na época com cabelos, sempre muito caridoso e amigo dos mais fracos.
Hoje Andréa faz aniversário. E eu faço aquela pausinha malandra no trabalho para escrever um post em sua homenagem. Porque preciso ser justa: se até hoje a moça continua sendo a Rainha da infâmia, a Mãe do deboche e a Mestra das apreciadoras de saias-justas alheias, é preciso dizer que Andréa também é Amiga com A maiúsculo; é tão franca quanto a franqueza pode ser; é uma das criaturas mais sensíveis que já conheci em toda a vida; é generosa, justíssima e não vê problemas em assumir os próprios erros e voltar atrás. E se ri tão fácil das desgraças alheias, também não economiza nas lágrimas pelos mesmos motivos, de pura solidariedade. Em 2004, um presentinho lhe foi enviado do céu para lhe tornar ainda mais chorona, mais sensível e ainda mais humana. Foi quando Rafa, a Cadela, chegou em sua (e nossas) vida(s), tornando tudo muito mais bonito, colorido, alegre, animado e barulhento. Com a Rafa, Andréa só teve a ganhar: ainda mais maturidade, mais segurança, mais responsabilidades, mais força, mais vida. Andréa, querida, feliz aniversário, que sua vida continue tão gostosa e tão cheia de conquistas quanto vem sendo até então, que você merece tudo e muito mais. Paz, muita saúde e toda a felicidade do mundo (a bolada na cara eu, um dia, ainda pretendo revidar...). Te adoro! (by Cíntia T.)

Malvadinhas

Meninas são más, irremediavelmente. Meninas riem de tudo, do sapato ao cabelón, do nariz a unhas carcomidas por fungos, da minissaia a camisa estampada por girassóis e laranjas. Aos 15 anos eu poderia ser classificada como uma verdadeira enfant terrible, das mais desgraçadas, de infernizar a vida do nerd da sala de aula e de ridicularizar os outros, pela aparência, dando risadinhas marotas mal-disfarçadas propositalmente. Sim, já pedi perdão a Deus por meus pecados, mas infelizmente esta malvadeza parece não ter fim nunca. Aí é que quase outros 15 anos se passaram e toda aquela cretinice infanto-juvenil ainda não se esgotou - muito pelo contrário, parece ter fermentado, crescido, frutificado, amadurecido. E de uma maneira definitivamente nada positiva. Meninas de 30 são, sim, muitas vezes, mais cruéis que as imbatíveis adolescentes. Por um único motivo: já sabemos como é feio e bobo rir das desgraças alheias, do infortúnio do próximo, dos pesares da vizinhança, das moléstias e mazelas da humanidade. E quem disse que a gente liga? Portanto, atenção: quando se deparar com uma menina de 30, abra bem os olhos, afine os ouvidos e afaste-se o quanto antes, se não quiser ser xoxado pelas havaianas desbeiçadas, pelo desodorante vencido ou por um terrível bad hair day. (by Cíntia T.)

1.4.07

Combo session movie

E com este calor das profundezas do mais sórdido inferno, a solução foi nos internarmos em uma refrigeradíssima salinha de cinema - o do shoppingzinho, deixo claro, que defendo com unhas e dentes. No shoppingzinho a entrada custa meros R$ 6 (com descontos-surpresa eventuais), a pipoquinha é R$ 3 e as poltronas são poltronas, e não cadeiras de assento mal-recheado. Mesmo assim, surpreendi-me com míseros cinco (ou dez, no máximo) expectadores para o tão badalado 300, que conta com a significativa (mas nem tanto) participação do brasileiro Rodrigo Santoro, como um gayzérrimo e muito glamouroso Xerxes, coberto de ouro dos pés a cabeça, de unhas longas e kajal abundante. 300 é pura adrenalina, ação do início ao fim, belos espécimes masculinos semi-nus gladiando ferozmente, uma fotografia de dar água na boca, um jogo de luzes e cores fantástico, e até tiradas bem sarcásticas vindas do próprio Leônidas, o protagonista, Rei de Esparta. "Poderia aceitar suas condições e me ajoelhar aos seus pés, Xerxes, mas de tanto matar seus soldados acabei ganhando uma cãibra no joelho que me impede o movimento...", debochou, enfrentando Santoro de peito aberto (literalmente). Um luxo de filme, e agora só me falta acompanhar a história do Frank Müller no papel. Me aguardem (hahahaha)...
Fim do filme, fomos jantar e Machado boy insistiu para uma sessãozinha dupla hard-core, com O Motoqueiro Fantasma (de acordo com Caê, herói até então esquecido da Marvel, e um "dos mais legais", disse o garoto). O Motoqueiro em questão é o Nicholas Cage e o filme tem o seu Q de Van Helsing com pitadas de Evil Knievel. Divertido. Principalmente para rockers que não dispensam cenas de esqueletos flamejantes motorizados empunhando chicotes de corrente. Uhu! (by Cíntia T.)