27.11.07

Coisas natalinas

Eu adoro o Natal. Adoro. Adoro tudo o que é relacionado ao Natal: presentes, luzinhas, árvores enfeitadas, horário diferenciado no comércio, espiga de milho verde, presentes, calorzinho chegando, horário de verão, férias à vista, comidança boa, presentes, panetone, enfim, coisas natalinas em geral. Mas mais do que gostar do Natal propriamente dito, a comemoração do dia 24 ao 25 de dezembro, gosto mais ainda do pré-Natal (nada a ver com gravidez, valha-me Deus). O período de pré-Natal (que a cada ano começa mais cedo, já antevejo o bom e velho santaclaus gracejando risonho em pleno mês de julho, anotem na agenda de 2010) é uma delícia, cheio de expectativas, planos e listas infindáveis de presentes (mais com presentes que eu quero GANHAR do que com os que eu quero dar).
Este ano, especificamente, estou realizando uma série de sonhozinhos provincianos e domésticos que habitavam minha fértil mente há bons anos. Eu sempre quis ter uma casa para poder montar, com minhas mãozinhas macias, a MINHA árvore de Natal. E tcharam, eis que a encontro, linda e verdejante, por meros R$ 19,90 na lojinha de R$ 1,99! E como foi bom fixar cada bolinha (entre brilhosas e foscas, que eu sou poooodre de chique) nos raminhos esquisitos da MINHA arvorezinha chinesa!
Aí vieram outras necessidades indispensáveis no Natal, como toalhas para a mesa, enfeitinhos mimosos, mini-castiçais e, quem sabe, um bowl com coisas dentro (dica da Madrinha), pra pôr sobre a mesa. Só não compro um enfeite pra porta porque tenho medo que me surrupiem, sabe-se lá...

Tips típicos:

* E a onda do Dove Summer Tone já dominou a pequena e laranja Shark city. M. Zim que o diga, faceira porque abalou bangu no casamento da amiga, like a Donatella Versace. Foi só esconder as mãozinhas amarelas que o resto tava óooootemo.

* Além do Summer Tone, o hit de leitura do momento é o livro/DVD/diabo-a-quatro O Segredo, que promete mudanças miraculosas na vida da pessoa só com a força do pensamento. Marido ri e diz que é bobagem. Germana girl, no entanto, já virou fiel seguidora da nova seita e em poucas semanas quadriplicou seus rendimentos mensais de maneira avassaladora, está se mudando para um flat à beira-mar, em Shark (?), trocou o velho e bom Fusca por uma Mercedez e anda por aí arrotando que vai trazer Pernambuco nas costas, quando voltar de viagem, de tanto dinheiro pra gastar. Aproveita e me traz aí uma colher de bambu (não me pergunte pra que serve).

* Eu vou fazer aula de bike! Sim, daquelas aulas gritadas e suadas sobre uma bicicleta ergométrica modificada. 600 calórias a cada 40 minutos, amores, querem o que? Depois, confiram o shape dentro do meu micro-biquíni, lá no Camacho. Há! (é preciso observar que há milhões de ironias nesta última afirmação. Sabe-se lá).

23.11.07

Lista nordestina

Manékia, a nordestina porreta, deve embarcar para sua terra natal em poucos dias. Muito solícita e generosa, ofereceu-nos a possiblidade ímpar de redigirmos listinhas com pedidos de mimos, que ela gentilmente vai adquirir na Terra do Forró, por conta própria, já que é podre de rica, milionária, fina, chique e bem-remunerada, tudo ao mesmo tempo.
Sabemos das proezas desta sertaneja cabra da peste. Sabemos de sua capacidade impressionante de não nos deixar na mão e atender a todos os nossos pedidos, atenciosamente, por mais fúteis, inúteis e supérfluos que possam parecer. Então aproveitamos e a torturamos com requintes de crueldade e solicitações das mais exóticas - até porque, sabemos bem, a moça há de cumprir com sua promessa, custe o que custar, haja o que houver.
Então vamos a my own private listinha de coisas-para-matar-a-saudade-de-Pernambuco:

  • Uma galinha de Angola grande, gorda e de cerâmica;
  • 10 quilos de castanha (de caju);
  • Camarão seco do Maranhão (300 gramas não é suficiente, parodiando Rita Ribeiro);
  • Rasteira Lampião style (36);
  • Lampião e Pretty Mary (bibelôs);
  • Manga rosa, melão maduro, sapoti, joá, jaboticaba, umbu-cajá, carne de caju, doce mel, mel de uruçu (?);
  • Uma peixeira afiada;
  • Muita água de coco "verdadeira" (porque ninguém merece aguinha de coco encaixotada, argh);
  • Uma sacola do Hiper Bom Preço;
  • Uma rede para passar as tardes na fresca;
  • Um bronzeado dourado (eu disse dourado, não torrado-já-passou-do-ponto-faz-tempo);
  • Um punhado da areia branca de Maracaípe;
  • Uma conchinha de água do mar de Calhetas;
  • Uma lasquinha do coral de Porto de Galinhas;
  • Um tubarão-martelo de Boa Viagem;
  • O sol das 5h30 da manhã.

Acho que já tá de bom tamanho.

15.11.07

Você no mundo da moda!

A Universidade de Shark tem um curso de Moda que, bianualmente, realiza um evento para expor trabalhos de alunos e abordar temas referentes à Moda no país e no mundo. Desde sua primeira edição, já passou pela Bola (como diz nosso querido Lougs) gente do naipe de Patrícia Vieira, Jum Nakao e o queridíssimo Ronaldo Fraga. Desta vez, a convidada foi ninguém menos que Erika Patolino, fashion icon no Brasil, desde sempre trabalhando com jornalismo de Moda, desde sempre na vanguarda, na dianteira, quando se trata deste ramo de atividade. Mui bien.


Patolino veio a Shark e nós, fãs ferrenhas de Brazil´s Next Top Model _ do qual ela participa como jurada _ não poderíamos perder. Estávamos lá, eu e M. Zim, no meio do público, quando notamos uma presencinha magrinha e mirrada, à frente de todos, com gigantescos óculos escuros tomando-lhe o mini-rosto sem boca. Sim, Erika também é lagartixa, qual o problema?
Da palestra, na minha leiguíssima opinião, pouca coisa notável (para quem é fã de carteirinha do Oficina de Estilo, a moça só choveu no molhado).


Anyway, Patolaça falou das lojas multimarcas, lembrou que hoje em dia ninguém se veste dos pés a cabeça com uma única grife. Rimos galhofeiramente, eu e Zim. Porque, muito finas, também usamos multimarcas, a citar: Cortelle, Just Be, Marfinno, Preston Field, Request, Blue Steel, Get Over e Rip Coast (esta última a Zim não usa, que é surfwear).


Palomino me inspirou a desenhar um esquema com o circuito da Moda em terras sharkcitianas. Vamos a ele (leitoras queridas, relevem o tosco gráfico, feito de coração):


Como podemos constatar, é muito fácil, rápido e barato ter estilo e personalidade e criar "tendências" neste sul-catarina de meu Deus.
P.S: 200ª postagem! Viva!

14.11.07

Au, au, au!

A jornalista multimídia Rosana Hermann, do imperdível Querido Leitor, cavadeira como ela só, fuçou no site oficial do deputado e forrozeiro Frank Aguiar, "cotadíssimo" para substituir Gilberto Gil como ministro da Cultura, de acordo com a colunista da Folha, Mônica Bergamo (morri), e encontrou uma lista deveras sui generis, do estilo "Chuck Norris facts". Vamos a ela? Trata-se de aspectos "curiosos" da vida do Cãozinho dos Teclados cuja porta da residência é um teclado estilizado, que eu já vi no Gugu. Vale ler até o fim:

FRANK AGUIAR - Curiosidades

  • Frank Aguiar é adepto a terapia Ortomolecular, medicina preventiva que busca o equilíbrio do organismo.
  • Frank Aguiar sempre que consegue uma pausa em sua agenda, se entrega aos cuidados da Dra. Ana Karina Amaral na Única - Centro de Estética on line- Unidade Moema.
  • Frank Aguiar não come carne vermelha nem bebida alcoolica de quarta a sexta-feira santa.
  • Procura fazer muitas orações e fica reunido com a família.
  • No domingo de Páscoa a receita de Frank Aguiar é muita paz, amor e união com sua família.
  • Receita de Frank Aguiar para curar ressaca - Caldo de mocotó bem quente.
  • Frank sempre procura descer do carro com o pé direito, mesmo que esteja do lado esquerdo do carro.
  • Quando não está com roupa branca ou azul, acha que as coisas não acontecem da mesma forma.
  • Quando vai vestir uma camisa abre todos seus botões antes de vestir.
  • Quando esquece alguma coisa não volta para buscar.
  • Caso esqueça a chave da porta de casa não volta para buscá-la, arromba a porta.
  • Quando vai sair de casa sempre se benze na cozinha onde ficam seus três santos de devoção (São Jorge, Santa Cecília, Nossa Senhora de Aparecida).
  • Quando o olho direito dele começa a tremer ele acha que algo de muito bom vai acontecer.
  • O Cd, o primeiro lançado pela Sony Music, é uma homenagem aos 10 anos de carreira do Rei do Forró.
  • Frank Aguiar 10 anos, o primeiro Cd lançado pela Sony Music, recebeu esse título em homenagem aos 10 anos de carreira do Rei do Forró.
  • O Frank já está fazendo bonito na nova gravadora... o Cd chega às lojas já com disco de ouro.
  • Frank teve o prazer de contar com as participações especiais do cantor Reginaldo Rossi, do grupo gaúcho Tchê Guri e do grupo pop KLB.
  • Uma das grandes preocupações do cantor ao assinar contrato com a multinacional foi em relação ao preço do Cd. Frank só assinou depois que a Sony garantiu manter os Cd´s a preços populares.
  • Também para agradar seu público, com o apoio da gravadora Frank decidiu sair com duas músicas de trabalho. nas rádios segmentadas (especializadas em forró), a escolhida foi “Pega, Pega, Come, Come” um forróneirão com a participação do grupo Tchê Guri e nas rádios populares não segmentadas o hit será “A Saudade”.
  • O repertório deste Cd foi escolhido de forma muito especial: Frank divulgou um número de telefone e através dele ouviu a opinião do seu público. durante a “audição”, Frank chegou a receber mais de mil ligações por dia.

Tá, vamos aos necessários comentários:

O cara faz merchand da doutora Karina pra não pagar a clínica estética?

Hum, ele diz que procura ficar sempre reunido a sua família. E em seguida, diz que costuma fazer isso NA PÁSCOA, ou seja, uma vez por ano. Considerando que o moço tem algumas ex-mulheres e um sem-fim de filhos, deve ser bem isto mesmo, reunir esta tropa toda de gente do naipe da Renata Banhara deve ser muito estafante.

Diz que não bebe de quarta a sexta-feira SANTA, no resto do ano o bicho pega pesadíssimo que só no caldinho de mocotó mesmo (a Manékia é que sabe destas coisas...)

Não dá pra negar a vibe Roberto Carlos (botões da blusa, azul e branco, chave na porta, TOC)

Tchê Guri??? Nãããããããoooooo!!!

13.11.07

Paris

Post rápido só pra dizer que me sinto muito chique e refinada por estar cheirando a francês legítimo (o perfume, não o povo que toma banho bimestralmente). É que sogritos retornaram agora de um rolê pela Europa e trouxeram mimos mil (fotinhos depois). Included o presente natalino (já!) do Luck, o Homer, a Lisa e a Meg no cinema! Viva!

A maldição dos comerciais de CD

Uma das inúmeras desvantagens - talvez a maior - em se assistir à TV aberta são as detestáveis propagandas de CDs de artistas populares (e cujas gravadoras eventualmente estão ligadas à própria emissora, caso da Orbit Music com a RBS, ou da Som Livre com a Globo). Ou seja: faltou inserção comercial, toca calhau (que nem acontece nas publicações impressas). Aí é uma overdose de merchandising. E sabe como é - quanto mais horrorosa é a balada, mais ela gruda como chiclete derretido na nossa mente ociosa.
A edição com os "melhores" hits de determinada banda e/ou cantor, com destaque para os trechos mais populares, entra no ouvido e de lá não sai mais. Foi deste jeito maldito que aprendi a cantar a música "Leilão", dos tais César Menotti e Fabiano, do início ao fim, sem ao menos conhecer a cara da dupla.
É deste jeito que a gente absorve as podreiras pop do dia-a-dia, é assim que aprendemos a cantar "Tem culpa eu, tem culpa Kátiaaaaa, a desgramada da Katchaça...", antecedida por "A balada é minha casa, fazer love é meu emprego, minhas noitadas não me pedem arrego..." e finalmente por "Festa no apê" (Hey, hey, hey, Latino é nosso rei).
Pois agora existe uma banda aqui do Sul, do gênero denominado Tchê-music, que enche o saco da galera de tanto que vem pra Shark tocar (procurei no google e achei Tchê Garotos e também Garotos de Ouro, agora tô em dúvida). Bom, os caras estão com a bola toda, bombando de Sudeste ao Sul do país, e viraram a menina dos olhos da RBS. E dá-lhe propaganda com os hits dos gaudérios. Pai amado... o problema não é você odiar o gênero e aquela pataquada toda sobre o palco, os caras se requebram mais que Carlinha P. O problema é que as letras das canções deste último disco, especificamente, e que já não saem de minha intelectual cabecinha são totalmente PEDÓFILAS!!! Vamos conferir?
Tem uma que é assim: "Moleca, bonequinha, sapeca, vem me dengar...", hit que deve fazer a alegria de 10 entre 10 adolescentes pentelhudas e bem nutridas, daquelas com cara de 40 anos, aparelho nos dentes e shortinho com a polpa da bunda pra fora. Adolescentes, no entanto. Aí eu já olho atravessado, esse negócio de boneca é como eu chamo minhas duas princesinhas, de cinco e três anos.
Aí em seguida já vem outro hit bombástico, o "Minha Menininha" (eitcha, Google véio de guerra!), com o refrão singelo "Ah! Que saudade da minha \nmenininha!, que saudade da minha menininha!... (repete ad infinitum).
Sério, eu fiquei nauseada. Então vamos para o comercial de CD que mais infernizou a vida da galera catarina por pelo menos um ano:
"Ô, meeeu, toca uma reggaeira aí..." (maldito Armandinho!)

8.11.07

Ugly Betty

A versão mexicana já me encantava com suas cores gritantes, seus penteados exóticos, caras e bocas em profusão e, claro, com todo seu overacting, que novela mexicana sem mega-fake-atuações não é novela mexicana. "Maria, nós não podemos nos casar!!!" (lágrimas). "Ohhhhh, mas por que, José? (pronuncia-se Rossê). "Porque... porque... porque SOMOS IRMÃÃÃÃÃOOOOOOS!". Coisas do gênero. Aí que uma produtora de séries estadunidense (se não me engano envolvida com Penélope Cruz) descobriu Betty, A Feia, pérola da teledramaturgia latina, e adaptou-a ao gosto americano _ e, conseqüentemente, ao padrão televisivo que impera mundo afora, pelo menos junto aos que têm TV a cabo. Devemos dar o braço a torcer: os gringos manjam do assunto. Ugly Betty é absurdamente irresistível, engraçado, comovente e clichê dos clichês.
Para quem não conhece a trama, vejamos: Betty é inteligente, competente, profi pra caralho, mesmo nunca tendo trabalhado na área onde se formou (qualquer coisa entre jornalismo e moda, like a Devil wears Prada). Mas, é claro, como diz o nome da série, a muié é um bagulhaço, monoselha, bigoduda, gorda e ainda se veste... como uma mexicana típica! (hahahaha, que pré-conceito). Com direito, inclusive, a poncho and everything, mega-colors, mega-volumes, muita sobreposição com coletinhos e sapatos padrão masculino.
Ela consegue uma boquinha na maior revista de moda do mundo, como assistente de um galã playboy que só pensa em comer a mulherada. Como é feia, o gajo inventa de dispensá-la, mas, como não pode demiti-la, faz o Capitão Nascimento e apronta o demônio até a moça "pedir pra sair".
No fim tudo dá certo, o cara reconhece o talento da medonha e a recontrata, provocando a inveja-monstro de mil vagabas lindas e anencéfalas que trabalham no mesmo lugar (e cobiçam o cargo de Betty).
Não há como não torcer pra taturana-girl, não há como não querer que ela consiga dar a volta por cima, que depile o bigodón, que vá ao Cláudio Sobrancelhas se arrumar, que emagreça, pare de comer donuts e invista em modelos mais interessantes (ou menos bizarros). Que pelo menos penteie o cabelo, ó, meu Deus! Porque ela é um amorzinho, uma fofa, conquistou a América e vai conquistar o mundo (pelo menos o mundo da cultura pop). Viva Ugly Betty (em inglês é bem mais chique, né?).

P.S.: Se os americanos dão show de bola comprando idéias alheias, o contrário, no entanto, é absolutamente lamentável. Vide a versão nacional da adorável Desperate Housewives, ambientada na Terra dos Hermanos. Podre

6.11.07

O casório, o dentinho e o guardanapo de linho

E como hoje é dia de postar, here go para os últimos acontecimentos do findi. Enjoy it!

Parte I

Há três meses todo o clã Teixeira se preparava para a cerimônia que prometia entrar na história dos casórios sul-catarinas. Madame, que não é boba nem nada, comprou roupa nova de cetim na butique, mandou engraxar os sapatos de salto (couro de crocodilo) e, para dar aquele up no visú, tascou para o protético a missão de desenhar nova dentadura que ressaltasse suas belas maçãs do rosto. Dito e feito. Pagamento antecipado, três dias antes do casório a dentadura nova e brilhante chega, em embalagem exclusiva da Hérmes. "Olha só que coisa linda, a gengiva é até rosa. A antiga é que não valia nada", disse madame, repetindo um mantra proferido na ocasião da compra de cada uma de suas dentaduras, ao longo da vida. A anterior nunca foi boa, só a nova.
Aí foi testar o apretrecho. Atirou os dentes antiguinhos, gastos de tanto serem lavados a escovão, num canto escuro da mansão. De dentes novos, madame sorria a torto e a direito. "Dentes bem grandes, compridos, parece um cavalo", gabou-se Maísa, revelando um segredo até então desconhecido por Cíntia, que não sabia que dentadura encolhe com o uso.
Exibida, madame circulou por toda a orla do bairro universitário, distribuindo sorrisos gratuitos a todos. À noite, um perhaps: a chapa nova ainda não aderira de todo à boca de madame, ou, como diria o saudoso David, não "fez a casa". Dor, muita dor e muito tylenol, para aliviar a pressão na arcada enquanto o apetrejo novo se moldava da maneira mais adequada.
Faltando apenas um dia para o casamento, madame faceira, roendo seu croissant e bebericando seu chá matinal, a surpresa. Faltava-lhe um dente, logo o caninão, bem na frente. O bichinho sumiu do mapa. "Acho que eu engoli. O negócio é espiar depois, quando for ao banheiro", calculou madame, levemente tensa pelo incidente que lhe custaria o sorriso de ouro, na grande festa do casório. Drama.

Parte II

Sábado, o grande dia. Cíntia, Déia e madame, devidamente agasalhada em seu visón, rumam ao instituto de beleza mais próximo, alisar as madeixas e carregar no make-up. A vaidade é tanta que o também saudoso Zé mandou avisar que vai suspender a milionária pensão de madame, lá do além, para que ela dê um fim a estas frescurinhas de fêmea. Madame mandou-o se catar. Fez as unhas, uma drenagem linfática rápida, bronzeamento artificial e ainda coloriu os cabelos (chocolate ao leite). Linda, mas ainda frustrada: a falta do dente na chapa nova e a obrigatoriedade de ter de resgatar a dentadura velha lhe trouxe uma leve dor de cabeça.
Entrada triunfal no salão de baile, e a lembrança da dentaça avariada não lhe saia da mente ("Segunda-feira de manhã já tô lá", esbravejava madame, tão furiosa que chegou a dar pena do protético, que numa hora destas já deve ter sido xingado de cara de cu e de ilhorpa pra baixo).
O drama desanuviou-se após doses generosas de uísque, martine e batidinhas de coco, além do melhor champagne gelado (madame jamais larga sua flute). Comilanças, sobremesas generosas, muita dança e diversão. Vou ao banheiro aliviar-me de tantas bohemias consumidas quando deparo-me com madame, que ainda fechava o zíper de sua calça de cetim enquanto acionava a descarga da privada.
"Conseguiu encontrar o danado?", perguntei, brincando. "Que nada, o bacio é muito fundo", observou, levemente tensa, enquanto limpava as mãos freneticamente em um guardanapo de linho.

P.S.: mais do casório da Carol, em breve. Aguardem.
P.S.2: Caetano não mais admite textinhos que ponham em risco a reputação de madame. Está furioso, aliás, com a suposição (fantasiosa) descrita acima.

Na boquinha da garrafa

E como nem tudo são pedras e paus, vamos a um momento de descontração...

Aqui, Teteu divertindo-se em festa familiar. Tudo muito respeitoso, deixo claro...


Crisis momentum

Em momento terrível de crise, recebo o mailzinho de onde menos se espera, com seguinte mensagem:

"Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor".

Vai dizer que não é pra chorar?