16.9.20

DIVERSÃO ALLA MODA CORONA

 Eu e o maridão tínhamos um hábito de toda sexta à noite tomar uma cervejinha na sacada, botar o papo da semana em dia ao som de playlistas do Youtube. Não fazíamos isso há um tempão, não sei lá bem o porquê, ou porque ficou repetitivo ou por esquecimento mesmo. Só sei que na última semana acabamos voltando ao velho hábito e digo...foi bem divertido.  

Quase sempre quem comanda a pick up caseira é ele com seus rocks setentistas, mas desta vez fui eu que botei o som. O que rolou? Não sei como, mas uma música dance foi levando à outra e à outra e quando vimos nossa setlist soltava purpurina: muito Abba, Lady Gaga, Katy Perry, Black Eyed Peace (putz, lembrei agora que faltou Mika). Bem do jeito Youtube, uma música foi levando à outra até que rolou cenas do Eurovision,  um importantíssimo festival de música europeu que eu até há pouco tempo desconhecia. Fui conhecer a sua grandiosidade até ver o filme homônimo. Sabia que ele lançou grandes nomes, como Abba e Céline Dion? Pois é, também não sabia. Pare alguns minutos para ver alguns dos melhores momentos deste evento. Você vai ver que as cenas apresentadas no filme não estão exagerando em momento algum. Sério mesmo. É bizarro...e hilário. Só sei que se não houvesse a pandemia, talvez nós dois terminássemos a noite em uma danceteria (coisa rara, ou inexistente em Joinville, já que a sofrência já é uma sofrência há muito tempo por aqui).

E pra fechar a noite e pra fazer a alegria do maridão, deixamos Mr. Robert Plant esbanjar seu talento. E fomos dormir assim: tontinho e bem felizes. Que venham outras sextas glamurizadas como esta.


Entra no clima, vai. Leia o texto ouvindo isso: https://www.youtube.com/watch?v=2FynBs_lI4g


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2.9.20

Vizinha fogosa dá trabalho sob os lençóis ao meio-dia de domingo (ou como melhor aproveitar seu fim de semana em quarentena)

 

Finais de semana são o dolce far niente proletário, tempo de nos debruçarmos apenas no que mais nos dá prazer, ou, é claro, de não fazer absolutamente nada. Alguns cozinham, outros entortam o caneco, muitos saem a passeio, e tem os que escolhem a ociosidade concedida a nós trabalhadores para transar ruidosamente ao meio-dia de domingo.

Moro em um condomínio imenso e não posso me dar ao luxo de muita privacidade. Os prédios são bem próximos uns aos outros e se o vizinho do lado espirrar, já vou pondo a máscara rapidão porque o vírus não tá pra bobeira.

Esse ~impeditivo moral~ que me impede de andar nua dentro do apê ou gritar a plenos pulmões durante uma discussão qualquer também tem lá suas vantagens, porque sempre há os que não dão a mínima para a opinião e os ouvidos adjacentes, e aí o big brother tá garantido. Não vou negar que sou uma observadora contumaz da vida alheia.

Briga de casal não me agrada, é lógico. E se a briga envolver um homem e uma mulher não hesito em passar a mão no telefone e chamar a polícia se sentir as coisas esquentarem. Porque espancadorzinho de merda tem é que se foder.

Mas falo de outras situações interessantes que não envolvem briga e/ou violência. Como o sexo, por exemplo. Ao longo da vida tive a sorte (ou o infortúnio? Nunca saberemos) de me avizinhar de gente fogosa, cheia do borogodó e do amor pra distribuir. São tantas histórias calientes que só Afrodite na causa.

Como no último domingo. Enquanto assava um rondele cremoso no forno e bebia uma cerveja na sacada, observando a tranquila movimentação de crianças e cães pela área comum do condomínio, fui surpreendida por gemidos femininos lancinantes de puro deleite sexual. Alguma privilegiada largou mão dos eventuais afazeres domésticos dominicais e caiu nas graças de Bilquis em pleno almoço. Confesso que salivei, invejosa.

Mas a invejinha logo deu lugar ao constrangimento porque, assim como eu, outras pessoas também curtiam o domingão na sacadinha. Com a sanha voluptuosa e bem barulhenta da vizinha, todo mundo subitamente resolveu avaliar o piso da sala bem de pertinho, ou lembrou que a panela de arroz queimava no fogão. Não dá pra manter a pose de vizinha simpática e cachaceira quando a trilha sonora é ao vivo, x-rated e cheia de paixão e loucura, né?