11.3.07

A força do marketing (quase que) gratuito

Faltavam alguns dias para o Natal e me coube aquela pautinha indefectível, que agrada de leitores a comerciantes, passando pelo setor de vendas do jornal: dicas de presentes natalinos. Qual não foi minha surpresa, então, quando ao contatar uma loja de discos, descobri que o CD top 10 mais bem vendido naquelas últimas semanas pertencia a uma dupla sertaneja de nome absurdamente convencional, César Menotti e Fabiano? Pânico na Zona Sul. E quem então eram César e Fabiano? Deixei de lado, mas não levou muito tempo para que a pergunta fosse refeita em minha perturbada mente. Em uma bela noite, zapeando pela TV aberta, deparei-me com um "especial" em um canal obscuro que trazia o show inteirinho de... CM&F (vamos chamá-los assim). Definidos como "a mais nova revelação" (sic) da música sertaneja", os cantores gordinhos mostravam um aparato estrutural/tecnológico invejável, altamente profissional em palco, e esbanjavam prestígio ao contar com participações "de peso" de gente do calibre de Zezé e Lu, Daniel e Dorminapraça, espetáculo para os fãs do gênero. Teve mais: na ampla residência de M.L., onde resido, há uma ala ocupada por um grupo de meninas, daquelas que não dispensam um arrasta-pé por nada no mundo, e que vivem ouvindo Bruno e Marrone até o talo (para meu desespero). E qual o nome que ultimamente não sai da boca destas garotas (o que é um termômetro excelente para testar a força de qualquer fenômeno midiático-popular)? Estamos em março, e logo mais, maio, minha linda Cidade Azul sedia uma festa animada, a Produsul, que já está em 18ª edição. Ganha um doce (ou um CD de CM&F autografado) quem descobrir qual o primeiro nome a ser divulgado para se apresentar no local, anunciado como uma das atrações mais fortes. Não bastassem tantas coincidências macabras, há mais um detalhe que me enche de horror nesta história toda - há algumas semanas, em casa de uma amiga, deixei, descuidadamente, que Caê M. me filmasse enquanto eu cantarolava uma musiquinha picareta, daquelas que você não sabe como foi que aprendeu, mas que não te sai da ponta da língua: "Eu vou fazer um leilão, quem dá mais pelo seu (meu, whatever) coração...". Juro que não sabia de quem se tratava, e no momento isto não era importante. Mas agora é, só para comprovar a funcionalidade e eficácia do marketing boca-a-boca. Que My Space, que nada! (by Cíntia T.)

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