29.5.07

Cry, baby

Se a natureza providenciou músculos extras; a compreensão universal do impedimento, no futebol; a deficiência (ou completa falta, em alguns momentos) de sensibilidade e alguns neurônios a mais (para compensar) ao Homem, este ser maravilhoso; conferiu à Mulher algumas propriedades que não poderiam ser classificadas se não de místicas, dons que podem até provocar verdadeiras crises psicossomáticas ao parceirinhos (machos) de ocasião. Senão, vejamos: mulheres contam com um troço curiosíssimo, alvo de estudos intensos e pesquisas empíricas, que pode ser chamado de intuição. Ou sexto-sentido. Toda mulher, aliás, tem um pezinho na cozinha da mediunidade, por mais que se agarre desesperadamente às raias da racionalidade e da lógica. Este sexto-sentido, esta percepção de mundo (muito mais profunda que a da maioria das criaturas do gênero masculino) desencadeia em atitudes das mais assombrosas, para os desavisados. Mulheres sempre sabem que o sujeitinho fez "hora-extra" no bar da esquina, ao invés de labutar no escritório, como ele insiste em argumentar. Sempre sabem que aquela marca rosadinha no colarinho não foi deixada pelos lábios da tia velha, definitivamente. Sabem também no que os homens pensam quando em silêncio profundo. Mesmo que eles neguem que não estão pensando em outra, ah, eles estão sim.
Mas se há uma arte só desempenhada por mulheres é a incrível, verdadeiramente impressionante arte de verter lágrimas copiosas em momentos estratégicos, ou seja, chorar quando o bicho está pegando. Esqueceu-se do tempo no happy-hour com as amigas, fofa? Não dá nada, é só tremelicar os lábios e verter uma lagrimazinha não contida alegando que você "quase não tem vida social", ao ser repreendida pelo maridón. Gastou um pouquinho a mais e estourou a conta-conjunta? Tranqüila, basta botar os bofes pra fora e clamar que "é duro ser pobre e não poder comprar nem uma sainha" (soluçando, que este caso é mais complexo). Cansou-se de vê-lo se marmorizar em frente a TV na quarta à noite, na hora do futebolzinho? Chore, enquanto murmura que "nossa vida caiu na rotina e o casamento está com os dias contados, oh-como-sou-infeliizzzz!". É importante lembrar que o sujeitinho a ser massacrado por toneladas de litros de lágrimas em questão deve, primordialmente, gostar um tantinho de você, senão a fineza e a eficiência em pular fora do Homem irão prevalecer, e aí, amore, pode abrir o registro da fonte das lágrimas perpétuas, que não há Cristo que faça o garanhão se comover.

28.5.07

Laranja, maçã e banana

Conheço pessoas que já abriram mão de empregos (razoavelmente) bons por estes as obrigarem a trabalhar nos fins de semana. Todos odeiam trabalhar em fins de semana. Trabalhar nos fins de semana faz com que as tão odiadas segundas-feiras do Garfield se tornem até agradáveis. Semana sim, semana não, eu trabalho aos domingos. Até as 21 horas, às vezes. E odeio. Porque domingos são feitos para o amor, para a família e os amigos, para a ociosidade galopante. Para horas em frente à TV enquanto se folheia um livro e se espia uma revistinha sem a nada prestar atenção, de fato. Os domingos foram feitos para o descanso (já dizia um carinha bem esperto chamado Deus). E para se devorar bolinhos de laranja, maçã e banana com xícaras de café quentinho direto da cafeteira nova. Neste fim de semana a moçoila casadoira aqui botou para fora todos os seus dotes "do lar" possíveis. Limpou a casa, lavou lençóis, desinfetou o banheiro e fez quitutes devoradíssimos pelo amado. E tudo porque, graças ao bom senhor Deus, não lavouramos neste bom domingo. Iupi!
No sábado, o cardápio do dia foi o crássico da cozinha da Cíntia, macarrão à carbonara (aquele mesmo, com bacon). Em seguida, preparativos para o cafezinho da tarde, com um delicioso bolinho de laranja, devorados parcialmente por Neide e Madame Louise, em visita agradabilíssima à residência (ainda me é estranho receber as pessoas em um lugar tecnicamente MEU, sempre fui a visita na casa dos outros). No domingão, passado todinho de pernas para o ar, o menu deu direito a um franguinho com o super molho secreto-especial-com creme de cebola (receitinha nova) e um salpicãozinho esperto feito na saladeira da Germana girl. Sobremesa: mousse de maracujá basicão, que fez as alegrias de meu querido glutãozinho. E para o cafezinho (desta vez sem o prestígio de nenhuma visitinha nova), bolinho de laranja com as inovadoras introduções de maçã e banana. Delicioso e devidamente "matado" por Caê boy na manhã de hoje.
E entre os dois sofisticados eventos culinários do findi, uma distraçãozinha meia-boca: showzinho de Lulu Santos, na feira-festa mais esperada da cidade. "Pois bem, chegueeeei, quero ficar bem à vontade, na verdade eu sou assim... descobridor dos sete mares, navegar eu quero!".
A única "desvantagem" real desta vidinha mais-ou-menos diz respeito ao peso: casar engorda horroooores!

24.5.07

No ideas

Fiquei a tarde toda pensando em algo interessante pra escrever no blog, mas nada me surgiu. Como preciso atualizar isto com certa freqüência (sabe aquele sentimento de obrigação? então...), vou postar esta bobagem sem pé nem cabeça até que algo razoavelmente digno de leitura saia das pontinhas destes meus tão ágeis dedos. Hum... não, não, melhor desistir por hoje...
P.S.: fiz comprinhas fan-tás-ti-cas na querida Saraiva. Até porque tem um menino de aniversário em breve, logo, logo, bem ali, coladinho com o Valentine´s Day tupiniquim.
P.S.2: e Shark city sedia neste momento sua mais pop-party de todos os tempos. No sabadão tem Lulu Santos. Alguém me arraste de dentro do meu lindo pijama de flanela para aquele chão de brita, faz favor?
P.S.3: Amanhã eu venho mais inspirada (I hope so)...

21.5.07

Mixer, aliança no bolinho e "eu vou se suicidar"


Microondas, cafeteira, mixer, SECADOR DE SALADAS (sim!), saladeira, canecas, taças, bowls, toalhas, formas (de fundo removível included) e um incrível balde de gelo, entre outros tantos mimos maravilhosos: sim, o Chá de Panela foi dos mais rentosos possíveis. E após flagrar Germana girl arrancar uma aliança dourada de dentro do bolinho premiado (acreditando piamente, a partir de então, sair do Caritó de vez) Juka da madrinha inquietou-se. Mesmo com dor de barriga, passou a atacar compulsivamente todos os bolinhos, salgadinhos e brigadeiros que via pela frente. Assustada com tamanha gulodice, sua mãe decidiu interpelar: "mas o que é isso? Pára de comer, já não estás com dor de barriga?". E a resposta, das mais imprevisíveis: "É que eu queria encontrar um anel também"...

P.S.: na foto, eu pagando uma prenda após errar o conteúdo de um dos inúmeros pacotes recebidos de presente. Na ocasião, estou imitando um outrora popular comediante da TV, hoje já esquecido pelo tempo, e cujo nome eu evito pronunciar. Dica: é assim que ele costumava simular o suicídio...

18.5.07

À solta

Em uma postagem assim, quase que anual, queria falar uma colega de profissão que eu acho simplesmente o máximo (acho que até já falei dela outro dia por aqui). É a tal da Tati Bernardi que de um jeito solto e bem humorado fala um pouquinho de gente, ou melhor como tá esse mercado de gente solteira ( http://www.tatibernardi.com.br/artigos.php). Falando em gente solteira, estou muito, muito feliz com este momento de juntar os trapinhos da Cintita. Pena que eu não vou poder conferi in loco a nobre amiga pedir esmola no sinal.

15.5.07

Volare

Ah, as dores e delícias de se juntar os trapinhos... Há (+ou-) duas semanas eu e Caetano boy dividimos o mesmo teto com muito amor no coração, muito CSI na TV e muita paciência para lidar com privadas entupidas e torneiras com vazamento. Desde então tem sido um show de mistos-quentes no grill da sogrita, batidinhas de banana no liqüidificador da sogrita e nescauzinho (aos baldes) para o menino mimado. Além, é claro, de sexo na hora que der na telha (uma das maiores vantagens, dizem por aí). Tudo cheira a novo, belo e promissor, mas há algo de podre no reino do Universitário, e a ameaça ronda minhas noites de quinta e sábado. Uma é a "Chama", boate que eventualmente encena algumas festinhas privés de universitários ensandecidos. Outra é a City Light, clube que costuma sediar bombados bailes de formatura. Argh. Aí que no último sábado estávamos eu e maridinho vendo qualquer série legal na TV (sim, nós temos cabo, como eu não canso de insinuar) quando um som tão típico e conhecido ganhou os espaços livres da residência. O City Light bombava com o tradicionalíssimo "Baile de Mães". E a banda (cujo nome não descobri, mas não faz diferença) abriu com a clássica e imortal "Volare". Aí seguiram-se "New York, New York", "Como é grande o meu amor por você" (dia das Mães, hellouuu!) e, após mais alguns clássicos do repertório bailístico, iniciaram os axés, os pagodinhos e os hits top ten das baladas. Aí foi uma mistura absurda de Kalypso com Bob Sinclair (Love Generation, num "inglês" que mais parecia aramaico); Ivete Sangalo (claaaaaaro) com Village People (Macho Man, fique bem entendido); e Roupa Nova (Uísque a go-go) e uma vanerinha básica de encerramento (Lá vai o meu amor, lá vai meu amorzinho). Aí é que há distantes 15 anos este era EXATAMENTE o mesmo repertório, com exceção, é claro, daqueles sucessos de ocasião, que se sobrepõem a outros, igualmente esquecíveis, sucessivamente (vide É o Tchan e Kalypso, por exemplo). Na minha opinião, a p. desta cidade está assustadoramente parada no tempo. C.boy acha que o fenômeno pode ser observado em qualquer outro município, grande ou pequeno, Brasil afora. Pois agora?
P.S.: Hum, amanhã (quarta, 16), tem notinha elogiosa e promovedora na coluna dela, aqui. Thanks, Miche!

Caroneira, eu?

Todos aqui reconhecem a notoriedade de Charlotte C. quando se trata de causos absurdos. Pois bem. Nesta seara, Charlotte é, sim, Rainha Suprema. Mas está doutrinando uma discípula que dedica sangue, suor e lágrimas ao nonsense. Germana T., a nordestina girl, não fica muito atrás de sua mestra em matéria de papelões, bafões e saias-justas. Na última semana a moça em questão circulava por um bairro obscuro de Shark city, à procura de condução. Situação já bastante comprometedora e suspeita, mas vamos fingir que acreditamos que a sertaneja saía de uma "reunião relacionada a trabalho". Plantada às margens da calçada, viu quando um Palio branco simplinho (o Palio branco de novo!) sinalizou, piscou os faróis e buzinou ao vê-la, bela e escovada, paradinha, dando pinta. O carro passou, repassou e quando ameaçou parar a cabocla baixou em nossa amiga e ela mandou o sujeitinho passar fora. Aí é que a porca torce o rabo. Indignado, o palista deu marcha-a-ré e voltou para tirar satisfações com a "ingrata". "O que foi? Qual é o problema?", indagou o motorista. "Tá pensando que eu sou o que, hein? Oferecendo carona, assim, pra gente que nem conhece? Tua mulher sabe que o senhor dá carona pra desconhecidas?", retrucou a mal-agradecida, enfurecida. "O que? Eu só tava oferecendo uma carona! Além do mais, sou CRENTE! Não gosto disso!". Germana T. continou o bate-boca com ainda mais fel em seu coração (dada a última informação obtida): "Sei muito bem que isso é sacanagem (sim, ela disse isso)!". O caridoso motorista, percebendo que ali não rolava, arrancou com seu possante, não sem antes recomendar a nossa querida heroína um lugarzinho não muito agradável. "Vai pro inferno!", amaldiçoou o sujeito. Quem mandou ele ser da Evangelho Quadrangular?

11.5.07

Desejos

Eu preciso de uma forma de bolo. Redonda. Com furo no meio, de preferência. Pra bater bolinhos diversos, já que conto com o mega-auxílio de uma super-batedeira, presentaço de sogrita, no aniversário.
Também preciso de taças. Mesmo que não mantenha o saudável hábito de bebericar vinho (vide Charlotte, a enóloga wannabe).
Eu não tenho um joguinho de sobremesa. Seria legal. Na verdade, não tenho diversas outras coisinhas básicas em todo bom enxoval de menina casadoira. E, na verdade (vou confessar), vontade que eu tenho é de fazer um bom de um "chá-de-lingerie", ao invés do tradicional panelístico.
Mas não me dou ao luxo. No momento, farei mais bom uso de uma bela saladeira ou de uma cafeteira honesta do que de um sensualíssimo corselet de renda francesa. Preto. Ai, que vontade...
Além do mais, como diz minha amiga Miche, the sad girl, o que adianta sonhar com Fruit De La Passion e La Perla, se o máximo que poderia alcançar - pelo menos neste momento - seria um bom duas peças encontrados por módicos R$ 29,90 na Renner? Argh...
P.S.: Coração partidinho porque Rafa, A Cadela, fez a carinha mais triste do mundo ao me ver indo embora, mala e cuia. Mas prometeu visitar-me em breve. Esperarei com ansiedade.
P.S.2: Coração tremelicante porque Julia, a Da Madrinha, fez homenagem às mães, hoje, na escolinha. E sim, eu me sinto um pouquinho mãe dela. E me joguei no palquinho pra pegar o melhor ângulo da menina cantando. A câmera disfarçava lágrimas quase que indisfarçáveis. Deve ser TPM...
P.S.3: Há mais de seis horas pedi ao seu Caê para imprimir o convite pra mim. Pedi, repedi, pedi de novo, perdi a conta de quantas vezes solicitei o serviço, do qual não disponho em meu pc. E nada. Já vi tudo, convites serão entregues em cima da hora. Tô tentando conter a avalanche do ódio. TPM, sabem?
P.S.4: Sabem Germana girl, garota que gritava aos quatro ventos que iria organizar o maior randevú de chá-de-panela da face da terra para a amiga inexperiente no assunto? Pois bem, sumiu do mapa. E com minhas listas de presentes e de convidados... Danou-se. Ainda bem que eu salvei o convite...

Chá de Panela (ou Despedida de Solteira)





Eles se conheceram em meados de 2003, na redação do jornal. Ele, como sempre, sisudo, reservado, sério ao extremo e até, por que não dizer?, carrancudo. Ela, de tênis vermelhos, agitadíssima e se achando a cosmopolita vinda direto de Florianópolis. A misturinha parecia não vingar, mas não é que a química deu certo? Quatro anos depois Cíntia T., às vésperas de "entrar para o caritó", como diz Germana (ou seja, completar trintão e se considerar sorteirona de fato e de direito), e Caetano M., homem-cérebro da redação do jornal, se unem nos sagrados laços da informalidade e agora querem comemorar este marco histórico com os poucos, mas bons amigos.

As amigas (umas bem-compromissadas, outras, solteironas de plantão, mas com Santo Antônio no peito) convidam para o Chá de Panela (e cerimônia extra-oficial de desencalhe) de Cíntia, programadíssimo para o dia 19 de maio, um sábado, às 17 horas, no XXXX, nas dependências do salão de festas. E um viva para o casal! Ipi, Ipi, urra!
P.S.: a postulante ao casório se reserva ao direito de não ter que pintar a cara e chacoalhar na boquinha da garrafa durante a celebração festiva. Sim, Micheline, não adianta insistir. Pedir donativos no sinal, então, nem pensar... (hihihihi)

6.5.07

Happy birthday to me

4 de maio de 2007, 9 da manhã. O dia não havia começado bem para nossa pequena heroína aniversariante (eu). 29 anos, pertinho, pertinho, bem ali, das mulheres de Balzac, pelas quais sempre tive uma relação de respeito e ternura - nunca de identificação. Mulheres de 30, ou pior, antes disso mesmo, já são absolutamente auto-suficientes, ganham bem, vestem-se bem, têm filhos. Argh. Filhos. Palavrinha maldita e assustadora. Lembrei disso tudo quando o telefone toca (estou começando a odiar crianças, argh). Era Machado boy, o fofo. "Feliz aniversário!". AAAAARGH! Ódio. Mais tarde, fui ao apartamento esperar pelas malditas Casas Bahia Não compre lá, caro leitor. Elas nunca entregam no prazo. E quando entregam, têm a petulância de dizer que o montador só vai aparecer daqui a uma semana, vê se pode. Só às 11 da matina o sujeitinho que se diz meu namorido lembrou-se de me convidar para o almoço. Um não categórico e uma crise de nervos seguidos e entremeados de palavrões foi muito pouco para o atrevimento. Já em lágrimas, recebo mensagem de minha (fada) madrinha. Xororô completíssimo, arf, até fiquei sem ar. Desci para almoçar sozinha, muito digna e dramática, óculos escuros disfarçando os olhinhos meio inchados, crise de 29, crise de 29! Encontro-me com Germana T., a nordestina casamenteira, e Charlotte C., a garota-papelão. Feijão, arroz e bife. Uma cerveja pra arrematar. A tristeza já tava lá na esquina. À tarde, Madame Louise e Neide, tia e mãe amadas, acompanharam-se ao apartamento. Saíram para ver persianas e, na volta, foi um mini-escândalo no interfone. Quando desci para socorrê-las, ambas, uma garota me esperava, bouquet de rosas vermelhas na mão. Afff, este Caetano boy ainda me infarta.
Pra encerrar, mais cervejas no bom e velho Laio de guerra. A noite passava despretenciosa e calma, ao lado, mais uma vez, de Charlotte C. e G. girl, bebericando enquanto esperávamos Caê. De repente, meu garçon-comandante-camarada preferido de todos os tempos ever aparece, ao lado de Angela, a dona Laia, e do sobrinho Farinha, com docinhos, um mini-bolinho (na verdade uma torta fria) e VELAS LUMINOSAS!!! Nunca gostei tanto assim de um parabéns a você - considerando que simplesmente não suporto a música hit number one em aniversários. Simplesmente inesquecível. É bom saber que temos amigos assim, de verdade. Snif. (by Cíntia T.)

Pato Purific

Aquele dia parecia não ter fim. Depois de quase levar uma encoxada safada de um tipinho tarado no meio de uma rua escura, Carla C., cuja vida é repleta de acontecimentos dos mais extraordinários possíveis, e nas horas mais inapropriadas, suspirou fundo, atirou o cabelón alisado para trás, e pensou: nada é tão ruim que não possa ficar pior. Estava certa, ela...
Sexta-feira é um dia dramático para nossa jornalista/english teacher/self-made girl. É quando a morena encara o pior desafio da semana, três aluninhos classificados como totalmente dispensáveis: todos fúteis, sem objetivos, com mais de 20 anos, sem cursar faculdade, uma deles é fanha, o outro tem um psicólogo em sua cola 24 horas por dia (deve ser gay, disse ela), e a terceira é uma matuta do nosso querido e belo vale, que se acha na cidade grande quando vem a Shark city.
Finda a aula, a moça jogou-se no banheiro, onde lavou o rostinho delicado de porcelana, refez rapidamente o make-up (só gloss) e, repaginada, foi-se embora. Desfilou por vários minutos corredores de shopping afora, deslizando pra lá e pra cá com seus pezinhos delicados. Curiosamente, percebeu que atraia muito mais olhares interessados do que a média: neste dia, tanto homens quanto mulheres, crianças e idosos simplesmente a devoraram com os olhos, com volúpia, tesão e desejo. Pelo menos aparentemente. Só no meio do caminho para casa é que a moça percebeu que um sachê de banheiro (aquele mesmo, de se encaixar na privadona, pra perfumar) estava estrategicamente enroscado na alça de sua bolsa, ainda pingando, manchando a indefectível calça jeans e a bolsa, e exalando um agradabilíssimo perfume de desinfetante. Ó, céus...
Ainda aborrecida com o banho de sachê de privada, Charlotte C. fez pouco caso do moço (35 a 40, aparentemente) que, a bordo de um Palio branco, simplinho, entrou na primeira rua à sua frente, estacionou e saiu, com as mãozinhas na cintura, como se procurasse por alguém. Ao passar por ele, no entanto, a surpresa: Ô, gostosa, gostosa, gostosa, gostosa! Tão insistente que nossa heroína não resiste, vira para trás pronta para detoná-lo com todas as expressões de baixo-calão de seu vocabulário ("vai se catar" e "se liga!") e se depara com uma cobra molenga e comprida balangando pra lá e pra cá na mão do moço, que com voz luxuriante, continuava apelando: "ô, gostosa, gostosa, vem cá...". Lástima das lástimas. (by Cíntia T.)

2.5.07

Mega-injeção de ânimo

Ouço/leio/assisto sobre o filme "Borat" há mais de seis meses, acho eu. A primeira vez que tive contato com a película foi através de uma jovem crítica de cinema de um jornal semanário da minha cidade, uma jornalista que mantém opiniões parecidas às minhas - e que portanto ganhou crédito junto a minha pessoinha crítica contumaz. Depois disso, a história de um intrépido repórter do Cazaquistão perambulando pelos Estados Unidos (ou U.S. and A., como ele mesmo gosta de dizer), passou a ser cantada em verso e prosa por todos os blogs do mundo - menos no meu já que, desgraça das desgraças, moro numa cidade onde os cinemas nem sempre recebem bem títulos de filmes não-americanos e/ou do tipo "alternativo" (vide o mais maravilhosérrimo de todos os tempos Little Miss Sunshine, que assisti em Porto Alegre, graças a Deus). No último sábado fomos eu e Caetano M. para uma sessão semi-solo de cinema no shoppingzinho, do qual sou fã confessa, do tipo que pensa em lançar campanha para arregimentar público pagante (hahaha, que causa perdida). Mais ou menos duas horas depois, saí do cinema em êxtase, sorriso rasgado de orelha a orelha, transe hipnótico após muitos e muitos minutos de risadas incontroláveis, e aquela sensação agradabilíssima provocada pela liberação (exagerada) de endorfina, sensação esta que permaneceu, pasmem, por mais de três dias. Sem sombra de dúvida, o DVD é meu, quando cair nas malhas da Saraiva. E não posso deixar de recomendar Borat fortemente a todos os que por ventura passarem por aqui e ainda não o tiverem assistido. Sabe aqueles dias em que tudo parece perdido, deprimente, triste, um verdadeiro fracasso? Sabe quando a depressão parece tomar conta de toda sua alma? Sabe quando todos os problemas do mundo parecem cair sobre seus ombros? Corra para Borat e receba aquela injeção de ânimo capaz de reerguer cadáveres. Considerando que jamais fui favorável às comédias, de nenhuma espécie, Borat foi realmente uma das surpresas cinematográficas mais arrebatadoras de todos os tempos ever (será que estou exagerando?). Que Todo Mundo em Pânico, que nada! (by Cíntia T.)
P.S.: Já temos TUUUUUUDO, tudo, tudo! Do sofá à geladeira, da máquina de lavar à batedeira de bolo. Uhu! Chazinho de panela com muita bebilança, em breve! (e com direito a gogoboy, que o Caetano não leia isso!)
P.S.2: Hum, pensando bem, aceito um microondas...