5.4.07

Andréa, menina/mulher

Eu tinha uns oito anos de idade, usava óculos e não era o que se podia chamar de amante dos esportes. Minha prima Andréa (que se eu era malvadinha, ela era um trilhão de vezes mais), se aproveitava da minha ingenuidade infantil e da minha carinha de tola para aplicar pequenas torturinhas infinitamente irritantes. Comentei no post anterior que ao longo da vida venho maltratando pessoas. Mas também tive minha cota de maltratações, todas sob o comando de duas primas - uma delas era a Andréa. Andréa não tinha - nunca teve - papas na língua; Andréa consegue encontrar graça onde você nem imagina; Andréa é acometida freqüentemente por ataques de riso quase mortais. Naquela época, em uma visita a sua residência, a Mansão Rosa, fui convidada por uma cândida Andréa a jogar uma partidinha de vôlei com ela e algumas amigas. Todas posicionadas, eu incluída (fui, obrigada pela mãe, mas fui), de repente a malvada Andréa, sem aviso prévio, capricha na cortada e me mete uma bolada na cara limpa, quase arrebentando meus óculos. As lágrimas jorraram quase que imediatamente nas duas garotas: eu, de dor máxima; ela, de prazer mórbido. Riu por horas. O jogo foi encerrado. As amigas tiveram que socorrê-la. O único a me oferecer uma mão foi o irmão da malvada, Cléber, na época com cabelos, sempre muito caridoso e amigo dos mais fracos.
Hoje Andréa faz aniversário. E eu faço aquela pausinha malandra no trabalho para escrever um post em sua homenagem. Porque preciso ser justa: se até hoje a moça continua sendo a Rainha da infâmia, a Mãe do deboche e a Mestra das apreciadoras de saias-justas alheias, é preciso dizer que Andréa também é Amiga com A maiúsculo; é tão franca quanto a franqueza pode ser; é uma das criaturas mais sensíveis que já conheci em toda a vida; é generosa, justíssima e não vê problemas em assumir os próprios erros e voltar atrás. E se ri tão fácil das desgraças alheias, também não economiza nas lágrimas pelos mesmos motivos, de pura solidariedade. Em 2004, um presentinho lhe foi enviado do céu para lhe tornar ainda mais chorona, mais sensível e ainda mais humana. Foi quando Rafa, a Cadela, chegou em sua (e nossas) vida(s), tornando tudo muito mais bonito, colorido, alegre, animado e barulhento. Com a Rafa, Andréa só teve a ganhar: ainda mais maturidade, mais segurança, mais responsabilidades, mais força, mais vida. Andréa, querida, feliz aniversário, que sua vida continue tão gostosa e tão cheia de conquistas quanto vem sendo até então, que você merece tudo e muito mais. Paz, muita saúde e toda a felicidade do mundo (a bolada na cara eu, um dia, ainda pretendo revidar...). Te adoro! (by Cíntia T.)

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