Eu, por exemplo, que até ontem me achava um poço de bom gosto e sofisticação, senso e sensibilidade, amarguei horrores com um ex-namorado ultra-exigente. Acho que o pobre nunca ganhou um presente que realmente gostasse de moi aqui (foi por isso que terminamos, não sabiam?). Num Natal fiquei faceira ao comprar, em segredo, um MP3 (dos baratinhos, eu confesso). A cara de raiva que o moço fez quase me fez regurgitar o peru.
Charlotte já passou por situação semelhante - mas como vítima. Nossa querida heroína, ultimamente voltada ao universo acadêmico, esperou ansiosa pelo tão importante Dia do Professor - afinal, era muito provável que rolasse um algo a mais que maçãs importadas do Angeloni. E rolou.
Fim do expediente e a morenaça dos cabelos de fios de aço escovado mais aloprada da paróquia do São Judas Tadeu foi surpreendida pela chefa, na porta de sua sala de aula, enquanto embalava os fichários, boletins e Trabalhos de Conclusão de Curso dos aluninhos. "Oiiii... tem uma surpresa pra ti na minha sala!". Os olhos de Charlotte, que não dispensa nem injeção no baço se for de graça, brilharam alucinadamente de alegria e expectativa. Mas, ao adentrar o recinto da big boss...
"Um beta? Um peixe? É isso mesmo?", retrucou, sempre muito polida e diplomática.
"É. Um peixe. Achei que seria legal pra te fazer companhia, já que tu moras sozinha...", alfinetou a autoridade.
"Mas um peeeeixeeeee??? Eu já tive peixe. Eu mato peixes. Não me dou com peixes. Não quero esse peixe", argumentava Charlotte, tentando discretamente dispensar o mimo.
"Mas guria, você é uma jovem que trabalha na área da educação, disciplinando, educando, preparando. Conviver com um bichinho em casa vai facilitar seu relacionamento com as pessoas".
Charlie pensou em agarrar um machado e decepar o crânio da atrevida, mas fingiu-se convencer e, contendo um resmungo, botou o aquário (daquelas redondos, de 1,99!, contava depois, indignada), debaixo do braço, com o beta vermelhinho dentro, e bóra pra casa comer bolacha.
"Ainda se fosse um azul... o vermelho eu já tive, morreu...". Pobre peixinho vermelho.
8 comentários:
Lesgal, texto novinho e hilário, como sempre!
Charlote não muda. Nunca! Continua a mesma figuraça!
Lesgal, texto novinho e hilário, como sempre!
Charlote não muda. Nunca! Continua a mesma figuraça!
Jisuis, eu sou uma anta, não sei nem fazer um comentário com meu nome! Desconsidere o primeiro... ahahhahah
Haahahah Melhor parte mesmo é ver o comentário da Fabi! Nem a conheço, mas Fabi, saiba que és divertida só pelos comentários ;)
Heheheh... também não tive o prazer de conhecer a senhorita Fabi pessoalmente, mas a fama de divertida a precede. Guigui, no Enterprise só fui uma vez e me senti dentro de uma lata de Nescau enferrujada e voadora.
Eu me lembro até do nome do falecido beta vermelho... era Mercury...
Dar bicho de presente para uma pessoa que você mal conhece é 'greguíssimo'! Eu adoro bicho, amo bicho, tenho vontade de catar todos os tomba-latas que encontro na rua - coisa que não posso fazer porque moro num espaço restrito, praticamente uma kitinete 'ampliada' e tenho uma gata... Se alguém me desse um peixe, eu não aceitaria ou doaria... Ou, sei lá, se ninguém quisesse o pobre eu levaria de presente para a gata...
Tá na hora de novas postagens, hein Dona Teixeira? O meu, acho, tá mais em dia.
www.bemsacada.blogspot.com
Hilário!!
Ficadica pros desavisados nestas épocas de amigo-secreto natalino (essa confraternização continua em voga?), rss.
Beeijos, super!
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