7.4.09

O cliente sempre tem razão

A moça, aquela brunette esfuziante, já entrou no supermercAdo de sua preferência chutando o balde - afinal de contas, ela é a responsável pelo pagamento de pelo menos um funcionário, tamanho seu fluxo de compras no estabelecimento.
Resolveu não ser boazinha desta vez. Rumou convicta em direção aos ovos de Páscoa e, lá, descobriu que, na compra de dois, o cliente ganharia uma linda necessaire com o logo da marca, Menino.
Mas dois ovos daquele tamanho (vintão) não caberiam em seu orçamento. "A demonstradora era uma imbecil", sentenciou. "Não sei como selecionam alguém assim, no mundo já não há mais lugar para incompetentes".
Consumidora voraz dos produtos Menino, não se convenceu, no entanto, com a proposta. "DOOOOOIS ovos número 20? Era só o que faltava! A vida toda comprei chocolate desta marca, eu tenho direitos. A necessaire É MINHA!". Foi aí que deu-se início o furdunço.
A demonstradora, já impaciente, resmunga qualquer coisa ininteligível e vira as costas com a chegada de uma colega, representante da marca L, concorrentes na teoria, boas amigas de corredor, na prática. "Ignorou-me sobremaneira. Senti-me um lixo. E o pior: a moça da marca L já chegou dizendo pra reservar uma necessaire pra ela. A MINHA NECESSAIRE! Protestei".
Introduzindo seu corpo esguio (só Charlotte, a morenaça belzebu, pode se dar ao luxo de se entupir de chocolates sem acrescentar grama alguma à cinturita de pilão) entre as funcionárias, que já papeavam animadamente. A paulistana tresloucada gritou: "Como é que é? E eu?".
Enquanto a concorrente dava no pé, assustada, a Menino's girl tratava de desfazer o mal entendido.
Comprando uma única barrinha de Talento, das pequenas, Charlotte saiu do supermercAdo sobraçando sua tão cobiçada necessaire. "A idiota ainda sugeriu que eu escondesse o trequinho do segurança, para não pegar mal. Ah, faça-me o favor! Não tô roubando...".

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