27.1.09

Michelle e os modelitos

Não acho muito simpático - pra não dizer pretencioso demais - afirmar que Barack Obama chegou para ocupar o cargo de grande líder mundial - o que, tecnicamente, menosprezaria todos os outros grandes líderes, pondo em xeque questões tão importantes quanto soberania e independência (Hipocrisia ou ingenuidade? Whatever, eles são grandes, mas não são dois).
Mas devo admitir ter me emocionado com a trajetória do mais novo presidente americano - quer coisa mais simbólica, e bela, e unificadora, e representativa do que um homem negro, cujo nome sustenta origens africanas, árabes e tribais, no comando da grande nação americana?
Mas o que me encantou durante o longo e memorável dia 20 de janeiro de 2009, data da posse de Barack, foi a perfeita integração da família Obama, os gestos de carinho, o orgulho e a alegria, os sorrisos largos.
Tudo - pelo menos do meu ponto de vista - parecendo muito natural, muito espontâneo, sem aquele carão de roteiro pré-estabelecido e exaustivamente ensaiado (ok, sabemos que havia um gigantesco protocolo a ser seguido, ainda assim prevaleceu a impressão de que todos estavam muito à vontade, felizes, sem deslumbramento).
Fino demais - além de mega-significativo - foi a descoberta da misteriosa designer responsável pelos modelitos de Michelle Obama, na posse. Ao contrário das apostas dos mais influentes fashionistas de plantão, que davam como certo o toque de estillistas já consagrados, a autora dos elegantes trajes da primeira-dama foi uma cubana, Isabel Toledo. Michelle já está fazendo história, e de maneira bastante positiva, no controverso hall de primeiras-damas americanas. A esposa de Barack é conhecida por optar por peças de estilistas fora do tradicional circuitinho de moda, o que, na terra dos exageros e da breguice, pode até ser encarado como ousadia - se Michelle não soubesse sustentar, o que vem fazendo com maestria desde que se tornou pessoa pública.
Mais do que uma prova inconteste de estilo próprio, elegância e bom gosto, Michelle mostrou personalidade e pés no chão, diante do maior templo da frivolidade e do deslumbramento, no mundo.
Ah, e ordenar o fechamento de Guantánamo também é sinal de que finalmente começaremos a caminhar rumo a um mundo melhor.

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