28.8.07

Barraco-mãe

É o que dá não abrir a embalagem do produto ainda dentro da loja. Dia desses, tio Crébinho, muito faceiro, dirigiu-se até a Americanas mais próxima e adquiriu o video-game dos sonhos, um Playstation. Além do aparelho, o moço aproveitou para levar duas fitas de games sensacionais (ao preço médio de R$ 100 cada). Embrulhou pra viagem e sartou fora, rumo a Cowsland, onde reside, no Sul deste Brasilzão de meu Deus. Até aí tudo bem (a la Amy Winehouse). A questão é que o tolinho, ao chegar no conforto de seu lar, descobriu que as caixinhas dos jogos estavam absoluta e completamente vazias, oquinhas da silva. Desespero na Zona Sul. "Manhêêêê!!!", gritou o moço, por telefone, à Madame Louise que, muito fina, mas sempre preocupada (mãe é mãe) pulou no pescoço da eterna hóspede Cíntia T. exigindo algumas explicação para o entrevero. Cíntia disse: "Deixa comigo!", e ligou para a Americanas, comunicando o fato. Ok.
Crébinho mandou as caixinhas vazias by sedex (R$ 18). As caixinhas chegaram. Acreditando que não iriam se expressar da forma mais convincente possível, já que são muito meigas, tímidas e delicadas, Madame e sua protegida, Déia, suplicaram à barraqueira Cíntia T. que esta fosse com ambas às Americanas e armasse um bafão exigindo a entrega efetiva das fitas. "Só porque somos pessoas de bem e de posses não quer dizer que vamos arcar com este enorme prejuízo, não é mesmo?", questionava Madame, enquanto se abanava com um leque de seda francesa.
Só para garantir o furdunço, Cíntia chamou a sertaneja Gê girl para apoiá-la. E assim rumou a comitiva ao Farol Mall: esta escriba, Gê, Déia e Madame, além de Rafa, a Cadela. Pronta pro crime, a jornalista chegou na Americanas chutando o balde. Chamou um mocinho simpático e explicou, com relativa civilidade, a situação. "Quero devolução djá!". Mesmo com tanta irracionalidade e virulência, a truculência de Cíntia fez com que a situação se mantivesse num impasse. Foi quando uma cabocla muito da enfezada baixou na distinta figura de Madame. "Escuta aqui, rapaz! Eu vou é pôr no jornal e na rádia já! Meu filho gastou R$ 50 (!!!) em sedex pra mandar estas caixas pra cá, exijo um ressarcimento!", trinou suavemente Madame Louise no meio de uma Americanas lotada e paralisada, em choque. Déia, que não perde em classe e elegância, fez coro: "É isso aí, quebra tudo, avaí, queremos nosso dinheiro!".
Despreparadas para todo este randevú desproposital, Cíntia T. e Germana girl põem os rabitos entre as pernocas e saem batidas, algo entre o roxo e o púrpura de puro constrangimento. Não foi surpresa, no entanto, momentos depois, encontrar Madame e Déia, dirigindo-se ambas ao motorista, que as esperava frente ao shopping, carregadas com sacolas cheias de toalhas, potes de vidro e CDs de R$ 9,99 do Kalypso, um patrocínio das Americanas. "Não disse que eu recuperava o dinheiro?", declarou Madame, desafiante.

2 comentários:

Um dedo de prosa disse...

Socorroooooo!! Eu não consigo parar de rir!!!!!!!

Eu lembro, dou gargalhadas. Quando penso que tô esquecendo, dou gargalhadas novamente....Esse foi um dos meus melhores dias aqui em Tubarão...rsrsrsrs.....Vou contar tudo pra tiaaaaaaaaaaaaaaaa.....risos

Anônimo disse...

Eu só imagino a cena... hahahahahaha....