22.6.07

No avião, sem janela, decifrando siglas

A turma estava animada: pela primeira vez, seis colegas de trabalho viajavam juntos, para uma convenção da empresa em sumpaulo. Para a viagem, mil preparativos ultra-necessários: compra de enxoval na butique da Denize, malas novas, sapatos confortáveis, manicure, uma olhadinha básica na previsão do tempo. Na ida, alguns dos integrantes demostraram certo nervosismo pela primeira viagem per avion. Como tudo correu dentro do previsto (até o processo de relaxa-e-goza nos aeroportos), nenhum incidente foi registrado. Mas quis Deus que, em ocasiões do gênero (caipirada de Shark city pisando na Grande Maçã brasileira), o vexame, os bafões, os suadouros, as saias-justas, os randevús e afins não ficassem de fora. E estes momentos foram surgindo, um após o outro, na viagem de volta, todos a bordo do jatinho da Gol.

...

Primeiro foi L.boy, jovem e belo rapaz que se desvirginava em sua primeira experiência aérea. L. queria porque queria aboletar-se na janelinha, o que não havia sido possível na ida (coisa báááásica, quem não quer ir na janela do avião?). Precavido, durante o check-in solicitou à atendente da empresa que lhe reservasse um janelão wide-screen, quando da ocasião do retorno. Pois bem. Mas por estas armadilhas ferozes da vida, quis o destino, este pai cruel, que a esperta atendente lhe preparasse uma presepada. Ao se sentar em sua poltrona, o moço, faceiro, olha pela janela, rápido como um raio. E qual não foi sua surpresa ao perceber a coluna que divide o avião ao meio. O único lugar do vôo que NÃO TINHA janelinha era exatamente aquele ocupado por ele. A janela era a coluna. L. retornou a Shark city cabisbaixo, entristecido, frustrado. Não foi desta vez que pôde observar o céu azul do belo Estado catarina de cima. Outros vôos virão, querido L. Perseverança!

...
Enquanto Déia, herdeira do clã Rosa, se recobrava do acesso de riso provocado pelo insucesso do amigo L. em se estabelecer na janelinha, a amiga K. inicia um diálogo. As duas comentavam sobre uma terceira pessoa, jovem de personalidade forte que, em dias de extremo mau humor, exibe as letras PNCDS como frase do messenger.
Ora, a questão é que Déia, que de SUA janela provocava L., mal havia terminado o acesso de riso por causa do incidente da coluna do avião. E de repente surge K. (na poltrona do meio) com tal questionamento... impossível manter a postura, convenhamos.
- K., (disse Déia, gemendo baixinho) PNCDS é nada menos do que Pau No Cu Do Surdo!
K., muito fina e alinhada, teve dificuldades para aceitar a deselegância.
- Não, Déia, como pau no cu do surdo se a sigla é BNCD, ou algo assim?, e continuou insistindo.
Papo vai, papo vem, eis que o terceiro membro da fila de três poltronas - neste caso o homem do corredor, até então desconhecido das duas - interrompe a conversação, que já ia longe.
- Com licença. BNDES significa Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - esclareceu.
Após longos dez minutos, K., assustada, teve que solicitar os serviços de primeiros socorros da comissária de bordo. Déia, aquela do clã Rosa, praticamente desfalecia de tanto riso.

Obs: a expressão "caipira" é meramente ilustrativa. Até porque seria anti-ético achincalhar caipiras em sumpaulo se a caipira-mor aqui se desdobra em três pra ficar na janelinha, quando das raras ocasiões em que embarca num aviãozinho.

Obs2: Esta é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência. Uhum...

2 comentários:

Anônimo disse...

Cá entre nós, pq será que essas coisas sempre acontecem com a nossa ilustríssima Deia...?
Só imagino o qto ela riu.
Ahh, adorei a referência "butique da Denize"...
Valeu!
Abs.

Anônimo disse...

Cá entre nós, pq será que essas coisas sempre acontecem com a nossa ilustríssima Deia...?
Só imagino o qto ela riu.
Ahh, adorei a referência "butique da Denize"...
Valeu!
Abs.