18.9.06

Crash e a prática da tolerância

Quando assisti à última cerimônia de entrega do Oscar, este ano, minha torcida era para que o romance gay Brokeback Mountain "rompesse o preconceito" e abraçasse a estatuetazinha dourada. O problema, bastante comum para quem vive de um micro-cineminha em cidades do interior, é que eu NUNCA consigo assistir aos filmes concorrentes ANTES do Oscar. Ou seja, acabo torcendo e apostando nos ganhadores by chutômetro e puríssimo feeling. Às vezes acerto, mas não é todo dia. Aí que neste fim de semana assistimos ao grande vencedor do Oscar 2006, Crash. E aí cheguei à conclusão de que a historinha mela-cueca-água-com-açúcar dos machões cowboys realmente nem merecia a indicação. Já foi um pouquinho frustrante assistir ao filme, há alguns meses. É só isso, um drama-romântico nada original, cujo único diferencial é terem dado destaque demasiado aos fato dos protagonista serem gays? Grande coisa.... Agora foi a lambada do Crash bem na cara. Coisa linda, filme maravilhoso, tão bonito e bem feitinho... babável e digno de ser adquirido na Saraiva, para coleção. Até a trilha sonora é deliciosa. Acho que entendi o recado: os moralistas, puritanos e nacionalistas americanos até admitem manter casais gays sob seus tetos, mas dizer que todo mundo ali (e no resto do mundo) pratica a intolerância generalizada dói mais fundo. Recomendo Crash a todos, vale cada centavo da locação. (by Cíntia T.)

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