2.3.11

Moda : as finas de Paris, as doidas de Londres

Claro que não sou nenhuma especialista (hahaha, longe disso). Mas minhas incursões por editoriais de moda em todos os formatos e meu interesse sui generis pelo tema me levaram a escrever um modesto post sobre a moda em Paris e tudo o que você deve ter no armário para o inverno que se aproxima. Claro, vale a sugestão, não há nenhuma regra. Até porque... acredito que será meio difícil fazer os brasileiros (homens) usarem LEGGING, coisa que os londrinos fazem com maestria (e sem nenhuma vibe gay, juro).
Em Paris o que impera é a elegância e a reinvenção do clássico. Lá não vinga nenhuma modinha maluca e temporal, como saias de tule e cortes de cabelo moicano. Mulherada se joga nas botonas (aí valem coturnos lindos, saltões vertiginosos e flats fofinhas), usadas com meia-calça grossa ou mesmo leggings. E os casacões pesados e lindos de morrer, super bem cortados, ajustadinhos.
Ah, e tem todo o glamour das echarpes fofonas, enoooormes, de todos os materiais possíveis (lã é um básicão digno e indispensável). Sim, tanto elas quanto eles usam boinas e gorros, acho lindo e comprei meia dúzia (mentira, só três).
O casaco super quentinho e volumoso se justifica: suficiente para, sozinho, espantar o frio da rua, pode ser usado com quase nada embaixo, já que deve ser descartado ao se entrar em qualquer lugar: aquecimento central é luxo e alegoria indispensável por lá. Tá com muito frio? Se joga em qualquer lojinha ou boteco que vai estar quentinho.
Os homens são absurdamente ligados em moda, não vi nenhum cafonão com a camiseta do time (ops, @caetanomachado, foi mal...) e aquela calça véia de moleton frouxa na bunda. Os caras usam ternos de corte perfeito, ou jeans (skinny, skinny, skinny!!!), com os casacões superpower. Seus cortes de cabelo mereceriam uma postagem exclusiva, mas não tenho muita habilidade pra desenvolver algo na seara capilar. Meio compridinhos, meio desleixados "propositalmente" (mas com aquele jeitão de que foram repicados com esmero no coiffeur mais caro do quarteirão). Eles também lançam mão das echarpes e cachecóis grandões/gigantes. Pra complementar, luvas e boinas. Amei. Só não fiz fotos dos caras no metrô porque fiquei com vergoinha. Sei lá, vai que alguém resolve pedir direitos de imagem, né?
Já em Londres o que impera é a originalidade. Nada de sair por lá "uniformizadinho", jeans e camiseta sozinhos não ornam ninguém. Olha, é cada figuraça que me dá vontade de voltar só pra ficar na janela olhando os tipões excêntricos.
Claro, pode observar um certo padrão: meninas de vestidos (bem fofos) e sapatilha, meninos de legging (já falei que é sério), coturnos e jaquetinhas ou casacos pesados.
Por ficarmos apenas três dias por lá, não deu pra apurar muita coisa, mas algo me intriga (e se alguém por aí tem experiência em Londres, favor explicar): o frio tava de lascar, chuva incessante, minha pele ressecou inteirinha (ah, Avéne, o que seria de mim sem você?), mas a galera nem tchuns, dispensam até meia-calça pra exibir as pernocas branquelas. Só de olhar me arrepiava. Mas tá valendo, talvez tenham se acostumado com estas agruras climáticas.
Em Londres o povo é doido, usa acessórios ultra-bacanas, mix de estampas, chapéus alucinantes, cortes de cabelo UAU, makeups lika Lady Gaga. Vi até uma mulher de calça de pijama no metrô. Não, não era louca nem mendiga. E o povo nem confiança, tudo pode, nada é proibido e "estranho" (pra eles, néam?).
Enfim, foi uma puta aula de estilo e comportamento. Espero conseguir adaptar alguma coisa pro nosso inverninho tão amigável. Claro, tem muito mais, vou postando assim que possível.

Como ser pobre (e feliz) em Paris

Ai, gents, voltei da minha venturosa peregrinação a Paris e Londres ontem e só agora me dignei a postar algo a respeito. Não é fácil: quando você dispõe de poucos dias para conhecer tudo aquilo, não é de bom tom ficar na frente de um computador quando o mundo revoluciona lá fora, há muito o que fazer e as horas de folga são direcionadas ao sono dos justos. Porque se anda muitíssimo, ainda que com a providencial ajuda dos metrôs. E só não emagreci uma grama porque também se come como reis e clérigos.
Dizer que foi sensacional, um "sonho realizado", a coisa mais maravilhosa ever e afins é pecar pelo clichesismo e pelo lugar-comum. As duas cidades são maravilhosas (ainda mais para quem tem o bolso recheado daquele rico dinheirinho europeu, claro).
A temperatura variou entre os quatro e os oito graus, dilícia que me fez parar para pensar sobre minhas aquisições em matéria de casacos. Eu não sabia, mas meus lindos trenchcoats não SERVEM para o inverninho das zoropa, nem mesmo para o fim do inverno. Tem que ser lã, senão é foda e você vai peregrinar de um lado a outro encolhidinha feito uma ostra, batendo o queixo. Tênis são excelentes opções para o city tour, ainda que não tão glamourosos quanto as botinhas que TODAS as francesas ostentam em seus delicados pezinhos (claro, elas não estão ali para percorrer a cidade de ponta a ponta).
Falo mais sobre Paris porque foi onde permaneci por mais tempo (cinco dias muito intensos). Neste período, pude comprovar e refutar algumas das teorias mais repetidas pelo senso comum sobre a Cidade Luz.
Primeiro: Capital da Moda, néam? Fato. TODOS os franceses são lindíssimos, homens e mulheres. Magros, elegantes, bem vestidos e perfumados (não cafunguei no sovaco de ninguém pra saber se tomam banho ou não, mas todos deixam aquele maravilhoso rastro de perfume bão quando passam). Juro que não vi um nativo gordo - nem mesmo gordinho - por lá.
As mulheres andam super maquiadas (sem exageros, no entanto), algumas usam salto, mas a maioria opta por calçados baixos e confortáveis (mas não aquelas sapatilhas de velhinhas, claro). Os homens - pelo amor de Deus, pausa para respirar - parecem terem saído de um anúncio da Dolce & Gabbana. Uma coisa assim:

Sério.
Claro, crianças, velhinhos e até os cachorros também são finos e bem-vestidos.
E segundo: franceses são antipáticos e maltratam os turistas: MENTIRA. Ai, gente, esta foi a maior maldade já dita sobre este povo. Podem não gostar de água e assoar o nariz com força no metrô, na frente de todo mundo, sem pudores. Mas te tratam muito bem, são educados, gentis e atenciosos e, o mais legal, franceses (e europeus em geral) AMAM brasileiros. É dizer que é brésilien pra um sorrisão abrir no rosto de seu interlocutor. Dá até um orgulhinho.
Tem mais: todo mundo fala inglês (e outros idiomas também, de vez em quando). Comunicação, de fato, não é nenhum problema. Vá sem medo.
Agora, se a grana é curta... don't worry! Vá aos museus, passei pelas ruas, arrisque-se pela Champs-Élysées e pela galeria Lafayette sem medo, reserve seus trocados para comer e beber bem (o que é muito fácil, com bistrôs fabulosos a cada cinco metros). De quebra, dê uma passadinha naquela farmácia da esquina do hotel e surpreenda-se: produtinhos da La Roche Posay, da Avéne e da Vichy, entre outras marcas locais, a preços convidativos (mas não baratos. Nada é barato de fato, lá). Fiz o sacolão básico. Além do que, sempre tem uma H&M a cada esquina, além de Montmartre, reduto da boemia francesa onde rola toda uma vibe 25 de Março em forma de bibelôs, lencinhos e posteres incríveis.
Seja feliz, o que é bastante fácil mesmo sem a carteirinha recheada. Agora é economizar pra voltar o quanto antes!



Eu com meus partners de viagem, Regininha e Dieguito (por trás das lentes, namorado).