12.1.09

Promoções da semana

O cara entregando folhetos promocionais da Drogapopular me enxerga de longe e de lembrança me estica não um, mas cinco folderes. O do Magazine Luiza praticamente caminha na minha direção, eu devo ter cara de quem precisa urgente de uma cadeira do Papai ou de um processador de alimentos.
Devo confessar: não posso ver uma folhinha com as promoções mais quentes da semana - seja de que produto for - para já ir esticando a mãozinha faminta.
Minha tara pelos folhetos tem explicações. Primeiro: vai que eu deixe passar a liquidação mega-super-blaster da minha vida? E segundo: certa vez um conhecido quebrou um galho distribuindo folhetinhos na rua e me relatou os "horrores" da ingrata profissão. Uns o xingavam por ter entregue o papelzinho, outros chegavam ao cúmulo de amassá-lo e atirar na cara do moço. Muitos simplesmente ignoravam seu humilde bracinho esticado. O problema é que até o fim do dia o sujeito tem que entregar todo aquele monte de lixo. E não adianta atirar na lixeira mais próxima - as lojas vão descobrir. Sim, estes conglomerados devem usar de magia para descobrir quando o cara entrega ou não, diz a lenda que é melhor distribuir do que simplesmente livrar-se deles.
Pois bem, estávamos eu e a nordestininha mais sumida da face da Terra circulando pelo Centrão de Shark city quando, ao passar em frente a uma "butique" conhecida da cidade - onde regatinhas feiosas de malha custam R$ 480 e onde não entra ninguém, vai entender como o dono se sustenta - vimos um lounge instalado. Uma tenda, com sofazão, estampas tropicais e jovens sarados de barriga de fora distribuindo... folhetinhos! Como pensei que a loja estivendo apelando pra um torra-torra, achei que não custaria muito espiar o folderzinho das meninas. Mas quem disse que alguém se dignou a me entregar?
Percebi que a galera que circulava pela calçada (de bermudão, tênis, regata e óculos na cabeça), coisa dos 20 e poucos, era fortemente assediada pelas meninas (e meninos) do lounge. Passou um moço de dreadlocks no cabelo, ganhou folheto. Passou uma loiraça de microsaia e calcinha vermelha à mostra, folheto. Passaram duas adolescentes pseudo-emos de jeans skinny e all-star, folheto. Passamos eu e minha idosa amiga... nada.
Não engoli a história direito. Peraí, vai dizer que os belíssimos entregadores de folheto foram orientados a distribuir os panfletinhos só para pré e pós-adolescentes? (olha o despeito...). Após algumas comprinhas, retornamos ao mesmo local. "Agora a moça vai ter que me dar o folheto", calculei. Passou um cabeludo com camiseta de banda, ganhou folheto; uma dondoquinha a la Paris Hilton, idem; uma hippie de saião arrastando no chão e cabelos desgrenhados, folheto na mãozinha. Quando cruzamos a frente do lounge as loirinhas do folheto nem tchuns, basicamente não nos enxergaram.
Como eu praticamente me debrucei no folheto para enxergar o que o bendito comunicava, descobri que se tratava da "transferência" de uma casa noturna de Shark para o balneário mais badalado da região, durante os meses de verão. Só então respirei aliviada: o lugar definitivamente não faz meu estilo. Nada contra o ritmo predominante neste tipo de náite, uma incrível mistura de DJs e bandas de pagode, que isso é Brasil (hehehe, contém ironia).

3 comentários:

Guilherme Correa disse...

Após virar moda em SP em 2007, e chegar em Fpolis em 2008, não seremos poupados pelos modismo aqui em SharkCity e redondezas. Sertanojo e, m e u d e u s, pagode (!!!) já embalam os mais baladeiros da região. O melhor mesmo é observar os bares e afins mais "modernos e estilosos" oferecendo uma noite de pagode chic. MEDO

Maite Lemos disse...

1º - Não pego os folhetinhos nem que me matem. olha no olho do entregador e respondo, sem esticar a mão para receber o lixo, OBRIGADA.
Pelo menos eu tento manter a educação, né, mas pegar eu não pego.
2º - Sobre o pagode... CRISTO! Descobri essa semana que o tal do Belo ainda ta vivo, solto e fazendo show.
Pior. Tem gente que vai assistir.
Fazer o que?!
Cada povo tem os cantores que merece.
:)
Bjnho

Imediata disse...

Olha, não é querer disseminar a intriga e a maledicência, longe de mim, mas que tem um bando de coleguinhas (nossos) que se amaaaaarram na pagodeira, ah, tem. E parodiando Maitê, cada jornalista tem a trilha sonora que mais lhe traduz...