17.12.07

Quelzinha, a Vênus platinada (parte 1)

Raquel havia rompido um casamento de alguns anos e agora estava decidida a recuperar o tempo perdido e cair na náite. Sem contato com as velhas amigas da adolescência, resolveu procurar a prima aqui (eu, Cíntia, como diria Z.) para diverti-la.
Num belo findisemana estava eu acampada na mansão Joenck. À noite, planejávamos, eu e John, um bonde do rolê para a Lagoa da Conceição. Quando menos espero, toca o telefone:
- Animale? É a Raquel!
Para resumir, a prima pedia pouso, seus planos para a Capital catarina tinham ido por água abaixo e a moça não tinha onde pernoitar.
Sempre generoso, John ordenou que seu motorista fosse buscá-la e mandou o mordomo ajeitar um dos quartos de hóspedes.
A princípio, Quelzinha queria apenas um bom banho morno de espuma e uma cama macia com lençóis de algodão egípcio. Mas quando soube de nossos planos para a noite, mudou de idéia.
- Vou com vocês!
Ok.
Fomos nos arrumar para a balada, e foi aí que começou a diversão. A bordo de um jeans ultra-skinny stretch muito-muito-justo três-números-a-menos-que-0-dela, e sem bolsos atrás, montada em plataformas vertiginosas e ostentando um decote até o umbigo, Quelzinha era a definição do glamour, muito linda e digna para freqüentar o Latitude 27, reduto universitário descolado bastante badalado, à época.
Ornando a produção, baton vermelho Valentino nos lábios; um perfume doce-náusea e os cabelos, delicadamente oxigenados.
Decidi intervir. Por que? Porque quem conhece Quelzinha sabe de suas formas "exíguas". Para melhor comprensão, digamos que a moça não tem "volume" glúteo, e é do time das que "deram com uma pá atrás".
E se ali não abunda, peito inexiste. O decotão pronunciado passava em brancas nuvens, assim como o jeans sem bolsos atrás.
O saltão plataforma dava um toque kitsch totalmente desnecessário, e o baton vermelho... bom, o baton vermelho...
Com alguns sugestões, conseguimos modificar, de leve, o look beira de estrada da moça, apesar de seus protestos. Não abriu mão, no entanto, do baton vermelho, apesar da boca finíssima. Fomos para a balada, finalmente. (continua)

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