25.10.07

O hamburguer, a faxina e as Buds

A moça, morenaça belzebu, é convidada a jantar um delicioso hamburguer com molho especial do Nordeste na casa daquela amiga sertaneja cuja residência há tempos não pisava. Ela aceita, decidida, a fim de forrar seu estomagozinho tão maltratado por abobrinhas e chuchus. Esverdeada de fome, a pobrezinha Charlotte C. ainda tem de passar no Angeloni para garantir sua metade nas Buds de um litro que serão consumidas noite adentro (seis dela, seis da anfitriã, pra ficar de bom tamanho e porque hoje é só segunda-feira, não convém abusar).
Exaurida de suas forças e tomada por uma fome abissal e sem precedentes, ela chega na casa da mameluquinha mais amada do Sul pedindo migalhas dormidas do seu pão, raspas e restos que interessam.
No entanto, ao invés de alimentar a enfaimada, G. girl decide abrilhantar sua mansão com uma pequena faxininha-relâmpago. Esfrega dali, alisa de lá, passa Veja multiuso acolá, e Charlotte, the somali girl, contorcendo-se pela cozinha, enquanto fumava um luke strike atrás do outro.
"Fui pra internet. Fiquei lá, navegando. Fumei, fumei, fumei. Roubei um cigarro dela, mentolado, ela nem viu", relata a pobre mártir. "Afinal de contas, eu tenho que ir embora às 22h30", reforçou.
Coisa de meia hora depois, G. continuava no ir e vir dos lençóis (sim, eram 22h00 e a moça insistia em arrumar a cama justamente naquele horário). Charlotte implorava por atenção e comida. Decidiu entrar em ação.
"Falei: Ô, sertanékia, eu vou fritar UM pra mim (hamburguer). Tu vai querer?", questionou a moça. G. girl disse sim. "Era só o que me faltava... me convida e depois me manda pra cozinha? E olha que eu tinha que ir embora às 22h30, trabalho no outro dia, tá pensando o que?", vociferou a paulistana louca da calcinha.
Manekinha, que é gente boa como todo baiano, lembrou, enquanto passava algumas peças de roupa, de deixar a amiga bem à vontade. "Fique à vontade, Carla. Corta um tomatinho...", sugeriu.
"Rodela fina ou grossa?", perguntou Charlotte.
"Grossa", respondeu G.
Tudo pronto, Manékia finalmente desliga o aspirador de pó e vem comer. "Ô, Carla, tu fizesse hamburguer pra mim? Gosto tanto de ti...", disse, sempre muito carinhosa com os seus (apesar do leve traço de ironia da declaração).
Mesa posta, hamburgueres fumegando, Wanderlee até o talo. A mameluquinha solta mais uma: "É tão bom a gente comê, né?".
Aí vieram as Buds e os conversês intermináveis. Claro, tudo dentro dos conformes: Charla deveria sair dali às 22h30. Chegou em casa às 3.

Um comentário:

Um dedo de prosa disse...

me m.....de rir!!!!! pior que foi assim mesmo!!!!! hahahahahaha