19.6.07

Até aí, TUDO BEM! (será?)

A arte, a dinâmica, o jogo de cintura, o requebro de quadris, o verdadeiro truque para se trabalhar num jornal diário, acredito eu, é gostar de escrever (minimamente) e gostar de ler (bastante). Não só gostar. Ler de fato, buscar estar sempre informado, antenado, ligado em tudo o que acontece mundo afora, seja no seu bairro, na sua cidade, Estado, país, whatever. Tudo. Com certa bagagem literária (e não precisa ser das mais ricas, prodigiosas e admiráveis, até a coleção vagalume já quebraria um galhão), o sujeitinho pretenso jornalista faz das suas e ainda arranca elogios sinceros, se contar com um pinguinho de vocação. Então é isso: para escrever razoavelmente bem, e diariamente (o que é ligeiramente mais desafiante do que a rotina proposta por veículos de comunicação com outra periodicidade, I guess), é necessário gostar de escrever, gostar de ler e ter certa vocação, correto?
Senão, vejamos: nesta pequena e bucólica região do país onde vivo, trabalhar em um jornal diário, mesmo que de cobertura relativamente pequena, significa, para alguns, ter certo poder em mãos. Ora, claro, o poder de impressionar os menos letrados com seu nome exibido na página principal da publicação; o poder de exercer certa influência junto a algumas fontes; o poder de, de uma maneira ou de outra, controlar a opinião pública (seja qual for o público). Pois bem. Aqui em minha little city fofucha e miguxinha há, além do meu, outros veículos. E é claro que é mais gostoso falar dos outros do que de si mesmo, e como o blog é meu, faço (e escrevo) sobre o que estou com vontade. Um destes veículos maravilhosos nos garante momentos de alegria e comicidade incontidos todos os dias. Tudo devido a uma talentosíssima (contém um trilhão e meio de ironias) repórter "não-diplomada" (mas isso não tem problema algum, ok?), que se utiliza das mais bizarras expressões da Língua Portuguesa (não estou bem certa disso) para "ilustrar" seus ricos textinhos. Nesta semana fomos, minha equipe, às lágrimas, pela milésima vez. É que a talentosa em questão não dispensa, jamais, o uso de certos neologismos deveras dolorosos aos amantes do belo e nobre idioma luso-brasileiro.
Exemplo prático: a moça descreve toda uma situação dramática, tipo o sujeito acertou uma garrafada na cabeça do comparsa, a mulher pôs veneno na comida do marido ou os adolescentes carregavam garrafas de bebida alcoólica no automóvel. Para dar ênfase ao parágrafo seguinte, quando a história chegará ao seu ápice, a garotinha esperta e antenada arremata com a pérola: "Até aí, tudo bem". Não, querida, não estava tudo bem. Já estava ruim. Entende? Não bastasse o hábito bastante peculiar da pseudo-jornalista (vamos chamá-la aqui de X girl), a fofucha ainda tem flashes de genialidade puríssima e absoluta ao insistir na expressão "o Q da questão" (é, o Q, não o X). Isso quando não constrói um lead inteiro com um trecho gigantesco da letra de uma música (em inglês, copiada do vagalume.com, que ela não é boba nem nada); ou usa expressões sofisticadas como "fulano estava rindo da cara deles" ou "beltrano se esgüelou para ser ouvido".
Ao longo dos dias nos deparamos com representantes da press local capazes de gerar calafrios tenebrosos na base da espinha do mais macho dos homens. X girl é assim. E é gostoso de ver (e contar com isso como concorrência. Porque independente da minha produção de texto, fica fácil demais, hihihihi). X, continue firme e forte, amada. Se esgüelando pra provar sua inegável verve literária. Bisous.

Um comentário:

Anônimo disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Fiquei sem palavras!!!!