3.8.06

Loira, gelada e apelativa

Já fomos considerados os melhores do mundo na produção de comerciais inteligentes e criativos. Hoje, no entanto, a publicidade brasileira passa por um tétrico período de constrangimento e preconceitos. Que o diga o comercial da vergonhosa Skol, cuja agência não mede esforços nem poupa idéias imbecis na tentativa de cooptar uma fatia de mercado que talvez nem seja assim tão promissora, no fim das contas: são aqueles que, de tão tapados, conseguem enxergar graça e beleza em um filme que mostra um nordestino caricato fazendo as vontades do playboy amo-e-senhor descendente de europeus ao servir-lhe, na hora exigida, a cervejinha mais gelada do freezer. Segue a humilhação, atolada em preceitos neo-nazistas, um bordãozinho infeliz que, deus me livre e guarde, vai cair na boca da macacada - redôndja! Resta saber o que é mais ultrajante: comerciais xenofóbicos (vide os brasileiros que, num mundo perfeito, sempre tiram vantagem sobre argentinos); preconceituosos (contra garçons, nordestinos e garçons nordestinos) ou sexistas e/ou misóginos (mulheres sereias, A Boa, gostosas saradas que topam TUDO por uma gelada). Acho que entendi porque tanta gente está aderindo ao vinho, assim, subitamente... (by Cíntia T.)

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