21.8.07

Do contra

Eu sou uma pessoa um pouco diferente das demais que encontro por estas plagas sharkcitianas. Nunca alimentei o sonho dourado de entrar, braço dado com papai, vestida de bolo fofo branco, lagriminhas discretas, na igreja, em direção ao "meu homem" (viu, Miche?). Nunca. Nunca mesmo. Adoro casamentos, acho lindo, choro e me emociono mais rápido do que ao assistir um episódio de Desperate Housewives. Mas nunca almejei este sonho nupcial.

Eu gosto de crianças. Gosto mesmo. Juka e Rafa estão aí para confirmar. Mas, aos 29 do segundo tempo, ainda me questiono se realmente vou me arriscar ao perigoso e absurdinho universo das mães. Claro, porque toda mãe faz parte de uma seita secreta que rejeita o ingresso de não-mães, gays e homens. Porque a partir do momento em que uma mulher pari (????, não sei conjugar parir, pqp) uma vida, ela se torna uma outra pessoa, totalmente louca, surtada, psicótica (ok, pelo menos na maioria dos casos. Existem algumas exceções por aí que são o oposto).

Eu tenho desprezo mortal por tudo o que é unanimidade nesta terra de ninguém. O que todo mundo gosta, eu odeio. Já me achei bem retardada por, sem a menor intenção, ser a do contra. Hoje acho que retardados são os outros, parodiando Sartre. A melhor banda, a melhor festa, o melhor "modelon" (de roupa, cabelo, sapato), a mais bonita, o mais descolado, eu simplesmente rejeito tudo o que vira hit em Shark. E não é de sacanagem, eu juro.

Dizem por aí que Shark city é um local pra se passar a infância (e se acomodar na velhice). Desde meu retorno (não tão) triunfal à cidade mais azul e bonitinha do Sul-catarina, tenho encontrado motivos para pensar diferente - motivos estes certamente defendidos pelo meu macho, sharkcitiano ferrenho e com muito orgulho. Sigo, feliz, faceira e bem realizadinha, destoando da voz dominante, só tomando o cuidado de não revelar minhas posições tão "radicais" abertamente, sob risco de receber ovos e tomates na cabeça.

Declarar meu ódio a Renato Aragão e Hirisleyneh, a Crustácea, só junto ao querido Teteu boy. E queixar-me das botas drag-queen e dos legginhos em profusão, ao pé do ouvido de M.Z. O resto eu engulo e deixo passar. Há de se ser tolerante.

Um comentário:

Anônimo disse...

O, pessoa do contra... hehe
Hum, confesso que ainda não desisti da idéia de casar vestida de noiva (sem vestido de bolo, óbvio) E espero te ver lá na frente aos prantos compulsivos... hahaha. Sou casadoria, como mesmo me definiste, fazer o quê?!
Ah, tbem quero ser mamy, mas prometo tentar não ser neurótica (se bem que levando em conta como trato my cat de quatro patas, acho que serei, sim, neurótica... hehehe
No mais, concordo em gênero, número e grau...
Ah, e tbem gosto de shark city, não achando que ela seja terra para a infância e velhice... hehehe