23.7.07

A festa, o fiasco e o forrinho

Grupinhos animados e "fiasquentos" sempre chamam a atenção. Viram alvo imediato de todos os olhares, todas as risadinhas sardônicas, todos os comentários ao pé do ouvido. Na palestra, na praça de alimentação do shopping, no cinema, nas ruas, em jantares importantes, sempre existe aquele grupinho específico que queima o filme falando alto, gritando, gesticulando, projetando-se metros adiante de si mesmos. Querem aparecer, destacar-se, e pagam um preço por isto: não são todos os que admiram este comportamento "centro das atenções". Na noite de sábado, fiz parte do polêmico grupo dos fiasquentos, em evento de extrema importância na sociedade sharkcitiana. E me diverti horrorezzzzz...

O evento, enlace matrimonial de Tatá e Meme, contou com requinte, pompa e circunstância, e também com as presenças sofiscitadas de Madame Louise; sua irmã, Neide; Crebinho, o anti-casório, e o mais novo promove-bafão da city, o pé de valsa Caê boy.
De início, o padre, algo entre Marcelo Rossi e Silvio "quem quer dinheiroooooo?" Santos, resolve apelar para a provocação. "Boa noiteeeee!". Ao ser respondido com certa contenção de ânimos, ele repete: "Boa noiteeeeeeeeeeeeeeeeee!!!!!!!!!". Nada. Aí arremata: "Quem não disser boa-noite bem forte não vai ganhar churrascooooo!". Para desespero de Crebinho, que soltou um "BOA NOITEEEEEEEEEEEEE!!!", gritado a plenos pulmões. Muito faminto. Para desespero de dona Carol, totalmente vexada.

Aí chegou a vez de euzinha aqui pagar o pato por ter casado com um infiel ateu. Já estava contendo mini-risadinhas explosivas porque quando o padre solicitava o sinal da cruz, Caê boy, que sequer foi batizado, ornava-se com um gesto semelhante ao número oito, em seu peito. Só para fingir que participa. Chegou, então, o momento de rezarmos a oração que o Senhor nos ensinou. E quem disse que marido sabe o que é isto? Postou as mãozinhas, beatificamente, um fofo, totalmente constrangido, e DUBLOU o Padre-Nosso, cheio de bossa, Sim, ele dublou. Ficou mexendo a boquinha marota como se estivesse rezando, praticamente um participante de show de calouros "interpretando" qualquer coisa da Celine Dion.

Não bastasse, contávamos com a presença do casal mais fotógrafo do momento, Big T. e Germana girl. Os dois decidiram assumir de vez o romance e desfilavam, lado a lado, muito profissionais, clicando tudo o que aparecia pela frente. Tudo bem que, em certo momento, longe dos olhares zelosos de T., Manékia recebeu bela encoxada do terceiro integrante da equipe, provocando gritos histéricos em Crébinho e Caê.

Por fim, a tão esperada hora do bailinho. Quando soaram os primeiros acordes de "tô numa boa, tõ aqui de novo, daqui não saio, daqui não me movo, tenho certeza, esse é o meu lugar, ahah, ahah..." (Falamansa, hit number 3 de casamentos sulinos), o inusitado acontece: Caê menino, rock´n´roll all night and party everyday, levanta-se num rompante, me agarra pela cinturinha de pilão e, juntos, como Fred e Ginger, bailamos graciosamente por toda a pista (desnecessário relatar os pisoteamentos de pés no meio do caminho). Mágoa de Carlinhos de Jesus.

Top 5 da grande festa:
5 - Rafa, a Cadela, deu um chega-prá-lá na menina que acompanhava seu daminho, para então dançar, ela mesma, com ele, solamente;
4 - Neide, arriscando algumas acrobacias na pista, da vanera ao forró pé de serra. Cena, aliás, jamais vista ao longo dos meus vividos 29 anos;
3 - Crébinho, gemendo a cada "avanço" da cerimônia de casamento. Após o "sim", o lamento. "Ah, agora não tem mais jeito mesmo", suspirou;
2 - Família inteira empurrando Carol, a Risoto, para que esta agarrasse o buquê com unhas e dentes. "Joga na cara dela, Talita", sugeriu Edinho.
1 - Madame Louise, que ficou furiosa com Caetano quando soube que este havia feito um "forrinho", antes da festa. " Mas tu não comeu muito, né?", perguntou, preocupada. Crébinho acrescentou que faria fundação, alicerce, forro e paredes só na hora dos comes e bebes da festa. Muito fino e elegante.

3 comentários:

Anônimo disse...

Como tu não me contou ontem essa história de cae pé-de-valsa????? hahahahahahahhah

Matheus Madeira disse...

É... Isso me faz ver que eu, definitivamente, sou a pessoa menos afeita a dança no mundo. E isolado.

Mas o Pai Nosso eu sei, quer ver?

Matheus Madeira disse...

Aliás, oração é uma coisa que não se aprende. As pessoas só sabem aquelas que já nascem sabendo. Na maioria dos casos, Pai Nosso e Ave Maria.

Nem morar anos com uma avó xiito-católica me fez aprender as alternativas, como uma do Santo Anjo e afins. Só sei as que nasci sabendo.