Uma história bem contada: assim deveriam ser todas as obras cinematográficas para merecerem a alcunha de "bom filme". Assisti (tardiamente, se usar como referência a blogosfera brasileira) a Estômago, neste fim de semana, em pré-estréia no cineminha de Shark city. Por pré-estréia, nestas plagas, entenda exibição única, sem data para retomar as projeções - a sessão única funciona, creio eu, meio que como um termômetro pra medir o interesse do público. Para uma platéia de oito pessoas, no entanto, o termômetro não indicou lá grande coisa.
Mas Estômago é tão delicioso quanto as coxinhas de galinha preparadas pelo protagonista (com direito a óleo re-re-reutilizado e unhas negras de graxa, no preparo). A película conta a história de um imigrante nordestino chamado Raimundo Nonato (e poderia ser diferente?), que veio fazer a vida na Terra da Garoa. Básico. Ele descobre uma puta vocação inata para a arte culinária. Paralelamente, o filme mostra que, no presente, Raimundo está preso. Resta-nos a nós, espectadores, descobrir os motivos que o levaram a parar atrás das grades.
Com uma narrativa hipnotizante, as duas histórias (Raimundo no passado, chegando e se estabelecendo em Sumpaulo, e Raimundo no presente, se desdobrando para adaptar-se ao mundo-cão do presídio) se apresentam e se intercalam bem entrelaçadinhas, bem pontuadas, tudo muito ritmado e bem costurado.
Na minha humilde opinião de amante do cinema (ainda que não cinéfila propriamente dita), destacam-se, além dos pratos elaborados por Raimundo, ao longo do filme (uma empolgante - e às vezes não muito recomendável - aula de culinária), a prostituta Íria (Almodovar não a faria tão perfeita) e, é claro, as deliciosas coxinhas preparadas pelo aprendiz de cozinheiro: são de dar água na boca e calafrios na espinha dos mais delicados.
Recomendo, portanto, e ardorosamente, o filme Estômago, para quem ainda não assistiu e que tenha a possibilidade de prestigiar a produção mezzo brasileira-mezzo italiana. E depois do filme, que tal degustar um delicioso filé mignon temperado com alho, alecrim e pimenta? (piadinha só para quem viu o filme, há!)
6 comentários:
Tava com saudades d'ocês, meninas imediatas.Mas passei semana "bosqueando" e me perdi no tempo e nas canções...
Se achar Estômago na locadora, verei. Já perdi no cinema...
Mas se recomendas, acredito!
bj.
ainda não vi, mas to louco pra ver.
ahhh! saiba que um dia desses, saindo para comer um rodízio de pizza, um colega de work usava, feliz e saltitante, um chapeu fedoraaaaaaa. ACHANDO-SE TOTALLLLL! Seria isso um mico?
Hahahaha, tadinho! Deixa ele fazer a linha Justin, Gui.
Menina, assisti esse filme ontem. Tava doida para ver por causa do trailer e não me decepcionei nenhum pouco. E que vontade que dava de comer aquelas coxinhas, né?
E melhor cena do filme para mim: momento em que vemos uma puta comendo um macarrão a putanesca do jeito mais lascivo que poderia existir...rs.
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