Nove da manhã. Recebo mensagem daquela moça - aquela, que anda desaparecida - dizendo que era agora ou nunca: ou nos reuníamos para confraternização ou já era: a morenaça partiria forever à capital paulistana, malas, cuias e geladeira duplex a bordo. Tremi. Sim, confesso que trememos, nós, eu e marido, porque nosso mundo não seria tão preto e branco, ácido, irônico e cruel, como deve ser, sem a presença dela. Marido disse: liga. Em princípio relutei, pois temi que as lágrimas embargassem minha voz. Mas segui adiante, decidida a tentar convencê-la a mudar de idéia ou, pelo menos, de tê-la por mais algumas horas, antes da partida inevitável. Já pensava no que compraria como lembrança minha de sua passagem por terras sharkcitianas, onde (ao que me parece) foi bastante feliz, fez uma penca de bons amigos, conquistou um título de bacharel (pelo qual não dá muita importância), namorou, desnamorou, beijou na boca na Produ, usou pato purific como adereço de bolsa pelas ruas da cidade, brigou, ameaçou greve, xingou, fez que não viu, falou mal, fofocou, enalteceu, fez dívidas, quitou dívidas, ensinou, aprendeu, foi expulsa de apartamentos alheios, foi recebida de braços abertos dias depois, bebeu shots geladíssimas e, vejam só, até se embriagou, eventualmente.
Um trailler movimentadíssimo e muito bem editado de sua vida acabava de passar por meus olhinhos sonolentos quando a bicha, solenemente, do alto do seu quarto andar do Universitário, solta: não, não, eu tô brincando. Primeiro de abril!
Agora, me and G. girl, além de marido, furiosos, planejamos uma vingancinha básica, a ser posta em prática na próxima confraternização, a ser realizada ainda esta semana, I hope so.
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