15.5.07

Volare

Ah, as dores e delícias de se juntar os trapinhos... Há (+ou-) duas semanas eu e Caetano boy dividimos o mesmo teto com muito amor no coração, muito CSI na TV e muita paciência para lidar com privadas entupidas e torneiras com vazamento. Desde então tem sido um show de mistos-quentes no grill da sogrita, batidinhas de banana no liqüidificador da sogrita e nescauzinho (aos baldes) para o menino mimado. Além, é claro, de sexo na hora que der na telha (uma das maiores vantagens, dizem por aí). Tudo cheira a novo, belo e promissor, mas há algo de podre no reino do Universitário, e a ameaça ronda minhas noites de quinta e sábado. Uma é a "Chama", boate que eventualmente encena algumas festinhas privés de universitários ensandecidos. Outra é a City Light, clube que costuma sediar bombados bailes de formatura. Argh. Aí que no último sábado estávamos eu e maridinho vendo qualquer série legal na TV (sim, nós temos cabo, como eu não canso de insinuar) quando um som tão típico e conhecido ganhou os espaços livres da residência. O City Light bombava com o tradicionalíssimo "Baile de Mães". E a banda (cujo nome não descobri, mas não faz diferença) abriu com a clássica e imortal "Volare". Aí seguiram-se "New York, New York", "Como é grande o meu amor por você" (dia das Mães, hellouuu!) e, após mais alguns clássicos do repertório bailístico, iniciaram os axés, os pagodinhos e os hits top ten das baladas. Aí foi uma mistura absurda de Kalypso com Bob Sinclair (Love Generation, num "inglês" que mais parecia aramaico); Ivete Sangalo (claaaaaaro) com Village People (Macho Man, fique bem entendido); e Roupa Nova (Uísque a go-go) e uma vanerinha básica de encerramento (Lá vai o meu amor, lá vai meu amorzinho). Aí é que há distantes 15 anos este era EXATAMENTE o mesmo repertório, com exceção, é claro, daqueles sucessos de ocasião, que se sobrepõem a outros, igualmente esquecíveis, sucessivamente (vide É o Tchan e Kalypso, por exemplo). Na minha opinião, a p. desta cidade está assustadoramente parada no tempo. C.boy acha que o fenômeno pode ser observado em qualquer outro município, grande ou pequeno, Brasil afora. Pois agora?
P.S.: Hum, amanhã (quarta, 16), tem notinha elogiosa e promovedora na coluna dela, aqui. Thanks, Miche!

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