25.8.10

Nine things

A Maitê, do Penso em Tudo, inventadeira de moda que só ela, repassou a missãozinha-delícia em forma de meme para a Imediata aqui. A ideia é contar nove coisinhas que pouca gente sabe sobre você, segredinhos, manias, sentimentos ou bobagenzinhas quaisquer que nos fazem ser quem somos, diferentes mas igualmente interessantes. Quer dizer, a interessância aí vai ficar por conta do leitor, e já me arrependo de ter escrito isso, visto que minha vida e meu blog são livros abertos e não há muito que já não tenha dito por estas mal-digitadas linhas.
So, here go:

1. Eu realmente acho que vim ao mundo a passeio. Sim, eu levo as coisas a sério, eu trabalho, estudo, me esforço para concluir determinadas atividades fundamentais para o andamento da minha vida, mas tem alguma coisa, daquelas meio que inexplicáveis, que faz com que eu não encare quase nada com temor, receio ou tensão. A não ser ir ao dentista. Aí eu tremo na base, sempre.

2. Se você me perguntar qual meu "prato favorito" eu vou responder, cheia de bossa, que é salmão ou sushi ou alguma massa sofisticada, mas na verdade meu prato favorito é arroz e feijão.

3. Tenho pavor de hospital, mas sinto uma calma reconfortante (e absurda) em cemitérios (é, meio freak, isso, e juro que sem conotações góticas).

4. (essa é punk): Fui barrada na Palladium com 12 anos de idade. E todo mundo viu e vaiou. Acho que foi a maior vergonha que já passei na vida, tipo nerd em filme americano. Depois disso levei mais uns dois ou três anos pra tentar entrar em uma boate, e com o c. na mão. (ok, ok, podem falar, Palladium é das antigas, né?).

5. Eu não assisto o mainstream da Rede Globo e afins e já não me orgulho mais disso, porque me sinto cruelmente desatualizada e por fora das conversinhas de corredor. E conversinha de corredor é vida.

6. Eu não tenho inveja. Juro por Deus, e pode parecer que estou contando vantagem, mas eu não consigo ter inveja de verdade. De ninguém. Nem daquela amiga que estudou com você, casou com um sheik árabe charmoso, é dona de 18 poços de petróleo e esfrega logos de Louis Vitton e Chanel na sua cara.

7. Às vezes eu penso que poderia ter seguido carreira no Judiciário, ou me tornado uma cientista genética, o que, obviamente, me daria muito mais dinheiro do que ganho hoje. Mas aí eu percebo que seria opressivamente infeliz e me contento com o que sou hoje. É isso, eu me contento. Sempre. Não sei se isso é muito bom.

8. Eu acho que encontrei minha alma gêmea. E se for verdade, aviso: encontrar sua alma gêmea não faz de sua vida uma comédia romântica com final esplendorosamente feliz. Apenas te faz feliz (mesmo quando você está triste, se é que dá pra entender).

9. Uma vez eu roubei em um supermercado. E outra vez, roubei da mochila de uma coleguinha de classe. But it's ok, eu tinha menos de oito anos, e já ouvi falar que crianças costumam roubar, eventualmente. Um chicletinho de morango e figurinhas da Rainbow Brite, by the way. Mas sinto uma dor na consciência até hoje...

Acho que é isso. E, olha, gostei, viu? Terapêutico. Desencavar a história da Palladium foi um bálsamo para minha alma.

Agora passo a missão da revelação de segredinhos picantes para os seguintes amigos blogueiros:

Guigui

Chaps

Manu

Marcinha

Novochadlo (é, fia, eu sei que você já recebeu a missão, mas vale a insistência)

Rozeng (ok, meio fora do perfil do blog, but, whatever, encara assim mesmo!)

Marquinhos Vai atualizar este blog, criatura!

E as meninas do Cheia de Estilo. E este vale por duas, viram, Schneider e Fê?

24.8.10

A ladra misteriosa

Ela caminhava, faceira, pelo shopping Cidade Jardim, bolsa Kelly a tiracolo, scarpins Jimmy Choo saltitantes do piso de mármore, plocploc, plocploc. Saíra de sua confortável residência, a Mansão Rosa, no bairro Universitário, para dar aquela espairecida e adquirir mais algumas pulseiras de ouro – nossa heroína da ocasião tem como hobbie colecionar peças em ouro, porque, sorry periferia, ela pode.
O ar-condicionado central do estabelecimento deixava a temperatura extremamente agradável, mas Madame, que não é boba nem nada, não se desfazia de seu pullôver de cashmere caramelo, que lhe caia suavemente pelos quadris.
Tomou um sorvetinho da Gelateria Häagen-Dazs, fez uma apostinha básica na lotérica (que Madame é rica, mas também não quer deixar a sorte grande escapar assim impunemente), parou para um chá com biscoitos num bistrô até que sentiu aquela pressãozinha na bexiga: “Preciso ir ao reservado das senhôuras”, pensou Madame, dirigindo-se apressada para o banheiro.
Lá chegando, cerrou a porta, jogou displicentemente sua Kelly ao chão, desabotoou sua calça de linho egípcio e, quando se preparava para despejar as primeiras gotículas de urina na privada, percebeu, não sem espanto, uma mão. Sim senhores, uma mãozinha malandra esgueirava-se por debaixo da divisória do banheiro. “Por que será que eles não fecham a porta até o chão?”, reclamou Madame, horas depois.
Pois foi por aquela pequena abertura na parte inferior do reservado que uma gatuna tentava surrupiar os ricos pertences de Madame Louise. “Segurei na borsa, bem firme, e só gritei: Vagabunda!”.
A ladra não retrucou. Permaneceu no banheiro até que Madame o desocupasse. “Queria era olhar na cara dela! E era rica! Com os dedos cheios de anéis de ouro”, garantiu Madame, que conhece bem o material, faceira por ter recuperado sua limitadíssima edição da Kelly by Hermés.
O único inconveniente foi que, com o flagrante, o ato de urinar não pode ser devidamente interrompido – lembrando que Madame pertence, orgulhosamente, à categoria da Melhor Idade, e foi mãe de três gorduchos filhotes. Ora, é claro que não se trata de incontinência, sejamos respeitosos! Mas cortar o fluxo no meio do caminho é tarefa para canais urinários mais jovens, convenhamos. “Me molhei toda. TODA. A sorte foi meu casaquinho comprido, de lã. Cobriu minha bunda. Só assim pude sair com dignidade do shopping”, relatou Madame.



Yeah, bab, she's back! Madame Louise passou por aqui para relatar mais uma de suas desventuras em série. Para os marinheiros de primeira viagem, importante explicar: madame é uma badalada socialite de Shark city, da mais pura linhagem Teixeira, protagonista e testemunha das mais alucinantes situações jamais imaginadas ever (interessados, conferir o arquivo que eu não sou escrava de vocês pra ficar lincando).