28.6.10

Presente certeiro

Olha, eu tenho certa dificuldade em achar o presente ideal. Sabe quando você quer muito encontrar o mimo perfeito para aquele amigo, familiar, namorado, sobrinha? Então, invariavelmente, eu ferro com tudo, compro a coisa mais uó do planeta e sofro ao ver a cara de insatisfação dos presenteados.
Poderia dizer que me faltam recur$os mais polpudos para conseguir satisfazer na hora de presentear, mas seria ridículo, visto que, evidentemente, dinheiro não compra o melhor presente, e sim criatividade, carinho e conhecimento de causa (no caso, a causa é a criatura a receber o presente).

Mas acho que desta vez eu acertei na mosca:



(a autora deste post reconhece que TPM é assunto sério, e em alguns casos algo absurdamente patológico, não-contornável com o uso de chás, ponstans, analgésicos e bolsas de água quente na barriga. Em caso de TPM crônica, procure um médico)

18.6.10

Babacas

Eu conheço um monte de babacas. Sei lá, dezenas. Tudo bem, confesso que meu conceito de babaca pode ser um tanto quanto extremista, não costumo perdoar sentimentalismos baratos, draminhas pessoais enfadonhos, gostos exóticos (exóticos partindo do meu ponto de vista, o que é muito salutar), enfim, posso até disfarçar, mas me irrito profundamente com quem, por exemplo, continua twittando #calaabocagalvão ou #tomeiactivia. Babaca.
Babaca é o cara que se esgoela da janela do carro bem no seu ouvido gritando que o Brasil ganhou de 2 a 1. Você até pode estar feliz, mas nunca-na-vida iria entrar nesta vibe de encher o cu de cachaça numa terça à tarde, botar o rabão na janela do carro e circular pela única avenida da cidade tremulando a bandeirinha.
Todo o cara que buzina por mais de três segundos é babaca. TODO. E peço perdão se você é do time que gosta de enfiar o dedão na buzina por cinco minutos, mas você é um puta de um babaca, durma com isso.
Babaca é o sujeito que comenta em portais de notícias que, sei lá, por exemplo, "o Saramago tinha é que morrer mesmo". Se você quiser perder minutos preciosos de sua existência acesse uma notícia qualquer de um G1 da vida e observe os comentários. É de ferver o sangue.
Babaca é o cara que chora com a música "Pai", do Fábio Júnior (aliás, separou de novo, menina! Agora é sua chance, Charlotte!). Nem mesmo minha querida amiga Charlotte C., fanática pelo pai do Fiuk (descobri a paternidade ontem, choque!), que mantém em ordem cronológica todo o acervo mágico de LPs do homem, chora com "Pai". O cara que ainda verte lágrimas de tristeza pelos Mamonas e pelo Airton Senna também é bem babaquinha, né? Ah, pára.
Outra babacona notória é a gata que se faz de puritana, recatada, discreta e reservada, mas exibe uma foto de pernas arreganhadas no álbum do Orkut e/ou congêneres e de nick no msn atira um "tá calor, né? vou dormir nua". Ou a gata que não sabe falar (nem miar): a mulher que grita. Ai que ódio de mulher que grita. "Ai, páááááára, Otávio, tua barba tá me machucaaaando!", no meio do restaurante. Pior que a que grita é a que ri gritando. Do tipo que não pára até ter voltados para si todos os olhos do recinto. Um clássico.
O cara que fala alto no cinema, ou pior, o tipo que comenta o filme no meio do filme, em alto e bom som. A família que crê piamente que toda a humanidade ao seu redor tem que suportar seu filhinho recém-nascido e roído de cólicas, em local público. A galera que acha que as calçadas do Centro da cidade são passarelas, e não vias para serem percorridas rapidamente, de um ponto a outro, sem distrações (a não ser uma vitrininha ou outra, que ninguém é de ferro). Adolescentes (todos). A lista é imensa e desconfio que jamais terá fim.
Mas sem sombra de dúvida o pior tipo de babaca é o cara que didn't care pros outros quando se trata de gostos musicais. Que taca um Revelação, um Proibidão do Funk ou um Victor e Leo no talo em frente à buátchi, incorporando um Mr. DJ from hell. O cara que decide desenterrar um CD do É o Tchan bem em frente ao seu prédio, às três da manhã. Ou o cara que estaciona em frente ao bar de sua preferência, bem ao lado da sua mesa, e resolve seduzir com um CHITÃOZINHO E XORORÓ de 1986 no último volume. E que faz cara feia e ameaçadora quando você pede pro garçon ir reclamar. Ah, seu babaca cafona, vai tomar no seu cu e tira este fio de cabelo no meu paletó da minha cara!

(eu sei, admito que blogueiras extremamente críticas também pendam pra babaquice...)

Modinhas (ou Traz o balde)

Sério, eu preciso desabafar: como admiradora de moda, acompanho as coleções dos estilistas mais importantes do país - principalmente através dos blogs de moda - e admito ter, ao longo dos anos, aprendido muito sobre o tema. Também sabemos todos que você não precisa ser escravo das últimas "tendências" (odeio) para ter um estilo notável. E aí bóra deixar as estampas de oncinha e os leggings tigrados pra ex-BBBs e dançarinas de programa de auditório.
Mas confesso ter me decepcionado: não bastasse ter aceitado, não sem relutância, as ankle boots e o retorno das ombreiras (nãããão!), agora vejo com horror a glamurização da calça baggy/pescador, da meia-calça de estampado psicodélico e das terríveis CLOGS! O que me doeu profundamente é que blogueiras das mais queridas, super-referência em moda, para mim, recomendam fortemente toda esta mediocridade fashion. O pior: desconfio que apenas por serem amigas dos stylists responsáveis por tanta atrocidade fashion.
Porra, acho que tá faltando um pouquinho da criticidade americana: o cara vacila na coleção e a imprensa especializada não mede palavras. Mas, se faz bonito, também sabe valorizar. CLOGS?

Vamos dar uma olhadinha?



Varizes, fia? Bóra pro cirurgiã queimar?



Ah, pára, né? To-da-ca-ga-da



Ai... e é Ralph Lauren, tá?


Eu juro: vou estudar moda, arrumar um padrinho fashion icon e relançar a moda das polainas! (ops, tarde demais...)

10.6.10

Doctor Dolittle

O vizinho novo fala com o gato. Tá, grandes merdas, eu poderia dizer. Quem tem bichinho em casa sabe das dores e delícias que é conviver com um monstrinho peludo e indomável que em poucos dias de vivência torna-se senhor dono absoluto de seus impérios (no caso, os SEUS impérios, do humano supostamente dono da criatura). Claro que a Nina é minha dona, ama e senhora, e é com ela que eu passo um bom tempo batendo longos papos-cabeça, quando não tenho nada melhor pra fazer. Tipo, perguntar "a menina é da mamãe?" ad infinitum até o dia em que a sem-vergonha virar pra mim e dizer "não, porra, eu sou CACHORRO e você é gente (ou quase isso)", mas deixa quieto.
O negócio é que o vizinho novo, um homem adulto, faz vozinha de debilóide com o gatinho dele. E só então que eu pude perceber o quão ridículo é pagar de Doutor Dolittle assim, publicamente. "Bebê qué comê, qué? Bebezinho do papai...", em falsete e com uma overdose de meiguice e ternurinha embutidas que, ó, difícil não "gorfar". E aí lá vai ele pro microondas esquentar a papinha do bebê-gatinho, pelos miados exigentes de fome já nem tão bebê assim. Aí o bebê não come, ele volta, confere a tigela e replica: "Óin, o bebê não vai comer?" e remexe, remexe. Aí ele mesmo responde: "É que tem que ser fesquinho, né? Fesquinho". E bóra preparar outra tigelada no microondas. O bichano é exigente.
Aqui em casa não é assim não. Ração molinha só aos fins de semana e em datas especiais (tipo na Quarta-feira do Cachorro-Quente ou na Terça-feira de Big Bang Theory). E se roer a porta de novo, só ganha meio bifinho. E chocolate só depois do jantar!
Agora dá licença que vou lá dar um bifinho de peru pra menina da mãe...


"Bem fesquinho, né?"