24.2.10

No Surgetics (mas pelo preço de uma)

Acordar descabelada, com a cara besuntada pela secreção das minhas agitadíssimas glândulas sebáceas (nojento) e me olhar no espelho, de manhã cedinho, já não era das minhas atividades prediletas. Aí surgiu ela, a dupla dinâmica mais fdp para uma jovem madura (existe isso, jovem madura?). Refiro-me às bolsas e às olheiras, coisas horrendas que vêm me assombrando há coisa de uns dois anos, sei lá.
Bem que eu tentei alguma receitinha fácil e barata. Foi quando adquiri o micropotinho do Nivea Aqua Sensation, com míseros 15 gramas, pela pechincha de R$ 40. Foi como está escrito no rótulo: sensação de água. E efeito de água também, ou seja, totalmente ineficaz. Pior: deixou a região dos olhos ainda mais brilhosa e ensebada, eu devo merecer estes castigos pelo pecado da vaidade. Mas não desisto.
Foi aí que um milagre aconteceu.
Esta semana recebi minha encomendazinha de produtinhos básicos (perfuminho de verão, shampoo e condicionador de banana (what?), coisas assim) da Sacks. Adoro (eu jurei que não falaria mais "adoro" depois do advento DiCésar, já virou cafona).
Aí que a tentadora lojinha virtual me mandou uma desgraçada de uma amostrinha grátis de um produto da Givenchy, o Radically No Surgetics, "programa de rejuvenescimento global para os olhos". Os desgraçados devem ler meus pensamentos e adivinhar meus desejos de consumo, só pode. São dois tubinhos, um para antes de dormir, outro para o acordar.
Passei e fui dormir. No outro dia... tcharan! Juro por Deus, quando me olhei no espelho nem reparei no cabelo espevitado nem na pele ensebada (o bom da pele oleosa é que as rugas demoram mais pra aparecer, bobas). Havia rejuvenescido 10 anos. Ju-ro. E (infelizmente) nem estou ganhando comissão pra falar bem deste treco (quem me dera).
Pirei. Continuo passando, mas, já falei, trata-se de amostra grátis, ou seja, não deve durar até o fim da semana. E aí a cara meique vai despencando, né? O negocinho é danado e só dura até a hora de reaplicar (é o que me parece).
Enlouqueci. Muni-me do credit card navalha e acessei, mais uma vez, o site amigo.
Amigo my ass, como diria Charlotte C. Adivinha o preço do mimo que virou minha inspiração para viver? Adivinha nada, olhaê:




Sim, senhores, a maravilha da tecnologia dermocosmética tem seu preço. E que preço... E por apenas 20 ml do produto miraculoso!
Ahhh, confesso que lamentei profundamente minha falta de sorte por não ter vindo mais endinheiradinha nesta encarnação. Fica pra próxima, Givenchy! (ok, eu ainda não desisti, este creminho ainda há de ser meu, deixe estar...). Enquanto isso, vou arriscar a técnica das fatias de batata gelada... (putz, me senti muito pobre com este post. Já falei que o No Surgetics custa TREZENTOS E TRINTA DINHEIROS?).



17.2.10

Carnaval em Shark ou Já vi melhores

Nestes meus (ahan...) 27 anos bem vividos (a dica é diminuir um a cada ano, bobos, até ficar ridículo demais e as pessoas pararem de perguntar sua idade por puríssima Vergonha Alheia) já passei os feriadões de Carnaval em locais bastante distintos e muitíssimo agradáveis (tá pensando que eu só curtia o Carnaval no circuitinho Laguna-Camacho-Barranceira?). Foram áureos tempos, tempos estes que, acredito, estão definitivamente enterrados (ou não, mas, sabe-se lá). Nos últimos anos minha rotina carnavalesca era o combo DVDs - junk food - alguma obra literária encalhada na prateleira. Desta vez não foi muito diferente, dado o fato de meu partner de ocasião não ser lá muito devoto dos festejos de Momo. O truque ficou por conta dos Gritos Carnavalescos no bar de nossa predileção (que contou com a presença de prestigiadíssimas figuras públicas), da companhia das meninas mais queridas da titia aqui (Nina e Juka) e de um inenarrável DESFILE DE ESCOLAS DE SAMBA EM SHARK CITY. Disse inenarrável? Vou tentar reverter isso...
O negócio é que havia uma criança em meus domínios, e o jeito foi levá-la de um lado ao outro para que a pequena não se aborrecesse (ainda mais). Aí rolou a ideia de acompanhar o portentoso desfilinho sharkcitiano. Até agora eu não sei dizer se odiei ou se foi o melhor Carnaval da minha vida, pra você sentir o impacto do acontecimento.
Nem vou observar quanto aos aspectos burocráticos tipo desvio de verba pública (a pobreza na estrutura das "escolas" deixa isso bem claro, acho que eu faria um tantinho mais com R$ 150 mil), desorganização generalizada e atraso de duas horas pro samba comer.
Mas foi engraçado descobrir a verve debochada do povo desta Cidade Azul ao contemplar carros "repetidos" ("Ahahaha, aproveitaram o carro de cobra do ano passado!", confidenciaram-me duas habitués), porta-bandeira de gogó avantajado e peito peludo (juro), um rei Momo capenga que deixava cair o cetro de três em três minutos, uma baiana que surtou e abandonou a ala correndo com as saias levantadas e a inegável vibe Elenita (BBB) de boa parte das passistas ("Olha que lheeeeeeendas...", satirizavam duas distintas senhouras, já não se fazem mais velhinhas bondosas como antigamente).
Foi tudo tão tosco e enjambrado que parecia piada (e não era?), não me restando outra alternativa a não ser aplaudir a tudo retardadamente, enquanto me afogava em lágrimas de riso reprimido.
Mas a bateria era bem animadinha. E, no fim das contas, a menina da madrinha saiu simplesmente maravilhada com tudo. "O que eu mais gostei foi do carro de cobra", afirmou. Eu concordei.