No início confesso que estranhei. No meu universinho até então praticamente todo composto por amiguinhos do sexo feminino, V. chegou destoando. Porque não tem falsos pudores e moralismos vãos. Mas isso só fui perceber depois. E quando se percebe, meus amores, V. se torna indispensável em qualquer vidinha que precise urgentemente sair da monotonia.
Tornou-se meu parceirinho para o que der e vier. Jura que vai me fazer encontrar o príncipe encantado (e é exigente, só considera homens loiros, olhos azuis e com mais de 1,80m, como se eu estivesse podendo tanto, haha). Por via das dúvidas - e para nos blindarmos contra a solidão, programamos casório: em cinco anos, se nada de bom acontecer, iremos unir os trapinhos. Queira Deus que um sapo qualquer me despose até lá.
Em nosso último encontro, uma de suas hilariantes tiradas. A amiga sugere que ele se apresente ao novo vizinho (que tem namorado, mas "não dá nada").
"Você bate na porta com uma xícara na mão e diz: Moço, tens açúcar?"
Rápido e rasteiro, e sempre muito prático, ele sugere outra abordagem: "Que nada. Melhor bater na porta com uma camisinha na mão e perguntar: Moço, tens um pau?". Este é V., em sua mais puríssima essência.