27.2.09

Momo e seu Mundo Bizarro

Dos desenhos animados que eu assistia na infância poucos me fascinavam tanto quanto o da Liga da Justiça - principalmente quando o Superman descambava pro tal Mundo Bizarro para encontrar seu morador mais ilustre, o Superman do B. Ok, meus prediletos continuam sendo Zan e Jayna, os Super Gêmeos (ativar!).
Aí que neste Carnaval tive my own private experience mundobizarrística. Não que o balneário que me acolheu durante os dias de folia sofresse de anomalias do tipo "Carnaval de Jesus" ou retiro-espiritual-para-livrar-pecadores-da-tentação-da-carne. Não. Em Cassino beach, quase lá na fronteirona, Chuí praticamente, o Carnaval é algo que pode ser denominado com expressões da linha "saudável", "família"e até com a odiosa "do bem".
Durante o dia, crianças, idosos e muitos, muitos jovens gauchisticamente belos e sarados exibiam seus corpos dourados ao longo da gigantesca orla praiana bebericando... chimarrão. Dos automóveis, um pouco de jazz aqui, clássicos acolá, MPB, um sambinha pra entrar no clima, tudo em volume agradavelmente moderado. Juro, em cinco dias ouvi apenas dois funks - e acho que brotavam do mesmo automóvel, deveria ser um deslocado qualquer.
À noite, a mesma galera da praia levava suas cadeiras reclináveis para a avenida e as acomodavam na calçada, de modos a ver o desfile dos bloquinhos sossegadamente, bem sentados, sorvendo sofregadamente... chimarrão.
Ei, eu disse que estava numa festa de Carnaval, não num retiro. O povo era animado, divertido, usava e abusada de fantasias das mais criativas. Tangas enterradas no rabo e vestidinhos medíocres eram sustentados com orgulho pela macharada doida para extravasar na única ocasião do ano em que isto é permitido. Palhaços, negas malucas, diabinhas, anjinhos, por aí vai. Tudo muito bonito, alegre e colorido. Acredito ter visto quatro ou cinco pessoas bebericando latas de CERVEJA (uau).
E o spray de espuma, minha gente, o maldito spray de espuma que me faz dispensar o Carnaval mais mara do sul-catarina devido a seu uso indiscriminado. Em Cassino beach o hit era jogar espuma PARA O ALTO, e não na boca dos desprevenidos. Foi quando percebi que provavelmente o inventor deste asqueroso artefato deveria ser bem-intencionado e apenas sonhava com a paz mundial e com a possibilidade de enlatar confete.
Por todo o lado ouvia-se "com licença", "boa noite", "desculpe" e afins. E por mais boazuda que fosse a loirosa de plantão ostentando um short cavado, ninguém se atreveria a passar-lhe a mão nas entranhas, que isso é coisa de degenerados.
Você até pode achar que minhas condições etílicas me propiciaram um delírio carnavalesco, mas o melhor eu deixei para o final: pela primeira vez em minha vida adulta, passei uma festança momística sem ingerir absolutamente NENHUMA gota de álcool. Sério.

11.2.09

Are, Baba!

Você percebe que alguma coisa está fora da ordem mundial quando o marido pontua suas frases com expressões exóticas como "este daí é um dalit", ou "Tik, tik, atchá".
Ou tudo não passa de um longo e ocioso período de férias diante de uma TV de (apenas) canais abertos.
Devo confessar minha queda por novelas da Glória Perez, não à toa perdi horas preciosas de minha agitadíssima vida diante da telinha, conferindo os emocionantes capítulos de "O Clone" (ai, que saudade...). Agora a coisa meio que se repete com "Caminho das Índias", parece-me mais um remake do que uma novela "nova", but, whatever.
Os make-ups, as roupas coloridas e os romances (sempre) proibidos são fascinantes, mesmo na pele da Juliana Paes (hehehhehe). Além do que, Osmar Prado e Antônio Calloni (magééérrimo) não costumam dar mole por aí (adooooro).
De lambuja, existem as curiosas expressões que certamente vão bailar na boca do povo por meses a fio (aí aguenta). E o que é Letícia Sabatella, linda de doer, de vilã? Já havia me acostumado com a mocinha só interpretando sofredoras e mártires, curti o desafio.

E como desgraça p0uca é bobagem, a moça anti-vênus platinada aqui também está acompanhado religiosamente o reality show mais bagaceiro ever do hemisfério Sul, BBB. Porcaria viciante, dá pra entender porque muitos não conseguem abandonar as drogas, o álcool e o cigarro... o pior sou eu torcendo pra catarina loira-burra retardada (eu sei, é feeeeio, Papai do céu não gosta...).

Para os que, como eu, incorreram na desgraça de acompanhar o folhetim global, aí vai um glossário muito do engraçadinho encontrado neste site. Curte só.

Expressões da Índia (todas muitíssimos bem utilizadas na novela da Glória Perez)
BALDI - Pai
TOOK TOOK - Veículo motorizado de três rodas
RIQUIXÁ - Charrete puxada por homem de bicicleta
SARI - Roupa que consiste em longa peça de tecido enrolada em volta do corpo
MAGALA SUTRA - Colar que corresponde às alianças de casamento
MAHADEVA - Deus Supremo da religião hindu, sinônimo de Shiva
FIRANGI - Estrangeiro (a)
ARE, BABA - Ai, meu Deus!
ARE, RAMA - Rama é uma das personalidades de Vishnu (deus que forma a trindade com Brahma e Shiva). É interjeição como ‘Are, Baba’
TIK TIK - Sim, sim
ATCHÁ - Tudo bem, OK
CHALO - Vamos!

6.2.09

Fevereiro, tempo de gastar (ou não)

Então afastei-me temporariamente de minhas atividades cotidianas para servir de acompanhante à tia sedenta por roupas novas. Quem conhece Shark city sabe da vocação comercial do município, que vive às custas de carnês e prestaçõezinhas alheias. A gentalhada de toda a região se esbalda nas lojinhas, sapatarias, boutiques, baratões e afins espalhadas pelas ruas centrais de nossa querida megalópole azul. E fevereiro, meu povo amigo, ahhhhh, fevereiro é o mês para boas compras (teoricamente), quando tem início a temporada de liquidações. Que Natal, que nada! O hit do momento é por o cartãozinho de crédito na bolsa (ou o rg e o cpf, caso dos tradicionalistas que não abrem mão do crediário) e rumar faceira para as lojinhas de Shark.
Foi o que fizemos. Ela, com mil intenções de compras na cabeça; eu, com nenhuma, juro por Deus, eu devo estar (argh...) amadurecendo.
Mas, ahhh, a felicidade está nas pequenas coisas - ou nas coisas que não te dão vontade de comprar. Penetramos todas as portículas da Marcolino Cabral e, alegria das alegrias, absolutamente nada encantou-me sobremaneira. Uma regatinha branca ali, uma sandália cobrada acolá, tudo muito chinfrinzinho, coisitas que não valeriam nem os R$ 40 que custavam.
Fui seguindo, firme, determinada a não consumir absolutamente nada, e, dada a mesmice dos produtos em oferta, vi-me saindo vitoriosa. Mas...
foi quando decidi entrar em uma lojita razoável de Shark, onde blusinhas de malha eram ofertadas com 50% de desconto. E eu a vi. Metalizada, grandona, modelito diferenciado, meio cobre, meio prata, meio dourada, couro. A bolsa dos meus sonhos. Não, não realizei meu grande sonho, e saí frustradíssima, a poucos minutos de adentrar minha residência com aquela deliciosa sensação de "não preciso de nada". Eu precisava daquela bolsa. Mas R$ 750 não são pro meu bico. Nem com os oportunos 50% à vista, ou tentadoras quatro parcelas de R$ 100.
Só de raiva, entrei na portinha seguinte e comprei um biquíni. Quarentinha. Azul. Que deverá fazer sua estreia neste findi, aqui em Anita's beach, onde repouso temporariamente. Sem a minha bolsa metalizada, no entanto. Aceito presentes e/ou doações.

2.2.09

TPDPM

Meu grande problema, além dos referentes ao meu novíssimo cabelo permanente-style, é uma maldita TPM que vai muito além da letrinha P desta sigla que traz tanto infortúnio às mulheres. Eventualmente, este mal ganha início (pré), meio (durante) e fim (pós), e o que era pra ser apenas uma dorzinha de cabeça e uma cólica corriqueira torna-se um monstro recém-desperto e sedento por sangue (blargh).
Em meses normais costumo flanar sossegadamente por este período causador de tanta dor e sofrimento às criaturas providas de útero. Mas desta vez não deu pra escapar.
Aí de repente me vi em pleno sábado de sol aborrecendo-me, sem grandes motivos, com mãmã, a sobrinha querida e o marido; me vi soluçando, aos prantos, por conta da linda propaganda de doação de órgãos; me vi achando sinceramente que o mundo iria acabar porque meu ferro de passar quebrou, porque preciso de uma câmera fotográfica nova, porque quero comprar uma bolsa mas não tenho grana, porque lembrei de minha querida vozinha (que nesta hora deve estar tricotando horrores ao lado de Virgem Mary) e fiquei com saudades.
Aí fui caminhando e chorando e lamentando profundamente por minha vidinha tão infame, monótona, sem graça, até o shopping de Shark, onde assistiria a Vicky Christina Barcelona, o novo do Woody.
Ahhhh, meninas, que Atroveran, que nada! O melhor antídoto para curar uma TPM daquelas vem da sétima arte, do lúdico, da fantasia, do cinema! Pouco mais de uma hora e meia depois renascia uma nova mulher, sorridente, confiante, bem-humorada, cantarolando a deliciosa "Barcelona" (confiram: Giulia y los Tellarini), pronta para outros dramas e adversidades (que não venham, please).
Infelizmente, o efeito não é lá muito duradouro. Enquanto escrevo este texto, hoje, segunda-feira, pós-período menstrual, tento não inundar meu teclado com copiosas lágrimas por conta do primeiro episódio da nova temporada de CSI, com o funeral do carismático personagem Warrick Brown. Lindo!

Plus lágrimas gratuitas - Evidentemente, nem todos precisam sustentar um útero para verter copiosas molhadas à toa. Quando rumava ao cinema cruzei com amigos queridos e custei a reconhecê-los. Mark and Davis exibiam olhinhos orientais, de tão inchadinhos. O culpado? Benjamin Button. O que não quer dizer nada, Davizinho chorou pencas com o fim da A Favorita, haha.