29.12.09
A Lei, o Lucky e a TV Globo
10.12.09
Cera quente, suor e lágrimas
26.11.09
Nina ou Um redemoinho em minha vida
3.11.09
Presentes gregos
O maior espetáculo da Terra?
6.10.09
O bom companheiro
22.9.09
Vida e morte
Zapping
10.9.09
The Other side
8.9.09
As Imediatas: o reencontro
Saindo da rotina
18.8.09
O hábito que faz a monga
16.8.09
Banho de água fria
15.8.09
Dia dos Solteiros (ou Sem pânico no sábado à noite)
13.8.09
Pandemia (ou O Lado Bom do Toque de Recolher)
Mágoa de cabocla
27.7.09
Foot Spa e o ralador de cenoura
Panela velha
16.7.09
Alice e a solidão eterna
14.7.09
Cinderela e as CGs assassinas
A moça não andava com sorte, ultimamente. Há pouco menos de um ano havia sido arremessada do veículo de seu motoboy favorito, voando sobre um carro e esborrachando em plena beira-mar (é, Charlotte, tem motoboy na história, mas hoje o conto não é sobre a senhorita, sorry). Na semana passada a globeleza mais manezinha ever, integrante da Unidos da Coloninha ("Nasci na comunidadji", conta, orgulhosa), rumava célere para o trabalho quando, ao atravessar uma movimentadíssima Gama D'Eça, do alto de seus saltinhos berinjela, foi colhida, já na calçada, por uma outra motocicleta (como diria Davis, "o que que o pobre passa?"). É, poderia ser um dos importados que invadiram a querida Ilha da Magia, mas os incidentes de Rubinha têm paixão por CGs turbinadas.
O voo foi longo e doloroso. "Quase batsi de cabeça na quina da eshcada", relatava, detalhista ao extremo. Curiosos foram se aproximando e a vítima ainda conseguia ouvir, esticadinha na calçada, como estava, comentários do tipo: "Ah, só pode ter morrido". Não morreu não, que seu santo é bombado. Foi carregada ao hospital e, meia hora depois, rumou novamente (e um tanto mais cuidadosa) ao trabalho, que Rúbia não faz corpo mole jamás.
O fato é que só após o atendimento a moça percebeu que havia perdido um de seus lindos sapatinhos berinjela. Catou uma havaiana qualquer e não se deu por vencida, mas no dia seguinte foi lá bater na frente da crime scene fuçando sarjetas e lixeiras. Perguntou ao porteiro: "Alguém por aí viu um sapatsinho?". Não, ninguém havia visto.
O par desamparado ficou pendurado em sua bancada de trabalho, triunfante, prova cabal de sua resistência às vicissitudes da vida. Quinze dias se passaram e a morenaça mais alisada de Imaruí (hahaha) ainda alimentava uma chaminha de esperança em seu belo coraçãozinho, sonhando em encontrar o calçado desaparecido. Não deu outra: seguindo, sempre no mesmo horário, para cumprir com suas obrigações trabalhistas, foi avidamente chamada pelo porteiro (nesta hora, já amigaço íntimo): "Ei, moça! Moça! Tu não ésh a moça atropelada pela moto? Então, achamos teu sapatinho!!!".
Ipi, ipi, urras de felicidade, abracinhos e lágrimas furtivas. O berinjela afivelado repousava, calmamente, sobre uma árvore. Sabe lá Deus como chegou lá em cima.
27.6.09
Black or White
Diploma, talento, conhecimento
21.6.09
Love is in the supermarket
13.6.09
Isto é homem ou mulher?
25.5.09
Casamento grego
19.5.09
Mendicância
12.5.09
TPM, esta maldita (ou Carefree é frescor)
3.5.09
É o fim (ou Como recompor um coração partido)
26.4.09
Uma biografia
Boa história é com você mesmo. Adora ouvir, contar, recontar. As de pessoas interessantes e revolucionárias são as suas preferidas. Tem gente que liga para você só para saber das últimas fofocas. E confesse: com seu jeitinho manso e detalhista, você dá aos fatos um sabor todo especial. Além disso, não se contenta em reproduzir o que já foi dito. Por isso, se fosse um livro, você só poderia ser uma boa biografia, daquelas que faz os leitores deitarem na rede do fim de semana e se entregarem às peripécias de uma grande personagem. Aliás, você já pensou na profissão de repórter? Ou de escritor? "Carmen – Uma Biografia" (2005), sobre Carmen Miranda, é uma das aclamadas biografias publicadas por Ruy Castro, também jornalista e tradutor, considerado um dos maiores biógrafos brasileiros.
Eu adorei. Quer fazer o teste? Clique aqui.
13.4.09
Papanicolau
Olhamos eu mais quinze passantes, não que se chamassem Cintia, mas pela mera curiosidade inerente ao nosso cotidiano de província. A dona da voz, uma simpática senhora, continua: "Teu nome é Cintia, né?". Eu confirmo, num menear tímido de cabeça. Os expectadores já eram em maior número. Ela acrescentou: "Marquei teu preventivo, tá? Terça-feira, ali no postinho!". E para deixar bem claro, frisou: "Teu PREVENTIVO, lembra que tu pediu para eu marcar?".
Percebi um ou outro risinho sarcástico, "háhá, tá coçando a bacurinha, é?", que, dignamente, tentei ignorar. A senhora em questão é minha mui querida agente de saúde, para quem não sabe integrante deste fabuloso grupo de trabalhadoras do serviço público brasileiro que batem de porta em porta pregando práticas para uma vida saudável e incentivando o povaréu a procurar atendimento médico, quando necessário. Ocasionalmente recebo sua visita para um checkup rápido: tudo certinho? Menstruação ok? Grávida? Alguma doença? Felizmente, até então tudo tem estado na mais perfeita ordem. Percebi, no entanto, certo desapontamento quando revelei possuir plano de saúde. "Mas quando precisares, já sabes, é só agendar comigo", insistia a senhora.
Na ocasião da última visita, tonta devido ao soninho da tarde, impulsivamente aceitei visitar seu QG para um examezinho básico - mesmo tendo passado menos de seis meses de minha última visita ao gineco, o material aqui está zeradíssimo, by the way. Com fortes tendências hipocondríacas, no entanto, cedi aos apelos: "Ok, pode marcar". E esqueci imediatamente do compromisso.
O resto vocês já sabem. E como se não bastasse meu constrangimento público, a querida agente de saúde ainda conclui com esta: "Tem sentido alguma ardência, alguma coceira?". Céus.
9.4.09
Sushi, teu nome é tomate seco
Era uma "reportagem". A repórti (vergonha alheia mode ON) entrevistava os convidados para a "festa de inauguração da nova cobertura de Cléber Bambam". Há. A mulher tagarelava com uma criatura para mim totalmente desconhecida. Bom, TODOS na festa eram desconhecidos e faziam fila para serem entrevistados. O entrevistado da vez era de uma dupla sertaneja. Mais tarde vim a descobrir que era ou o Bruno ou o Marrone, juro por Deus que até conheço "Dormi na Praça", mas nunca tinha tido a grata oportunidade de olhar naquelas carinhas. O cara contou que curte Big Brother e que se emocionava com os participantes. "Chorei muito na final", segredou.
Entre os desconhecidos, célebres desconhecidos, como a assistente de palco da Gimezes, something Limonge; Carlão (ex-BBB, hahaha, horas pra lembrar de onde eu conhecia aquele careca marrento) e mais uns dois que me lembraram alguém - é, o programa dá tanta importância pra este segmento profissional (celebridades do B) que acredita piamente serem todos suficientemente populares para não merecerem legenda.
No "buffet", quilos de sushi. Desfaleci. Porque há coisa de cinco, dez anos, sushi ainda era considerado hype. Aí chegou aos ouvidos (e às papilas gustativas) da plebe rude e virou a nova coxinha. Sushi é a rúcula com tomate seco dos anos 90. Lembram? Tudo o que continha "tomate seco" era tido como sofisticado. É o strogonoffe com batata palha dos 80, o melão com presunto dos 70. Porque vou te contar: depois que Cleber Bambam dá festcheenha oferecendo buffet de sushi, meu amor, nem mesmo se o Mioshi se oferecesse pra me alimentar de graça... (mentira)
QI - Triste do povo que tem como referencial de "inteligência" alguém como Priscila do Big Brother. Como assim, Bial, Priscila é inteligente? Não é porque a boa-moça-de-família é mais "vivida" (ou, como diria minha mãe, curtida) que pode ser assim, facinho, classificada como criatura intelectualmente privilegiada. É, mas foi o que ouvi do povo por aí - e de apresentadores de TV também - nas últimas semanas.
7.4.09
O cliente sempre tem razão
Resolveu não ser boazinha desta vez. Rumou convicta em direção aos ovos de Páscoa e, lá, descobriu que, na compra de dois, o cliente ganharia uma linda necessaire com o logo da marca, Menino.
Mas dois ovos daquele tamanho (vintão) não caberiam em seu orçamento. "A demonstradora era uma imbecil", sentenciou. "Não sei como selecionam alguém assim, no mundo já não há mais lugar para incompetentes".
Consumidora voraz dos produtos Menino, não se convenceu, no entanto, com a proposta. "DOOOOOIS ovos número 20? Era só o que faltava! A vida toda comprei chocolate desta marca, eu tenho direitos. A necessaire É MINHA!". Foi aí que deu-se início o furdunço.
A demonstradora, já impaciente, resmunga qualquer coisa ininteligível e vira as costas com a chegada de uma colega, representante da marca L, concorrentes na teoria, boas amigas de corredor, na prática. "Ignorou-me sobremaneira. Senti-me um lixo. E o pior: a moça da marca L já chegou dizendo pra reservar uma necessaire pra ela. A MINHA NECESSAIRE! Protestei".
Introduzindo seu corpo esguio (só Charlotte, a morenaça belzebu, pode se dar ao luxo de se entupir de chocolates sem acrescentar grama alguma à cinturita de pilão) entre as funcionárias, que já papeavam animadamente. A paulistana tresloucada gritou: "Como é que é? E eu?".
Enquanto a concorrente dava no pé, assustada, a Menino's girl tratava de desfazer o mal entendido.
Comprando uma única barrinha de Talento, das pequenas, Charlotte saiu do supermercAdo sobraçando sua tão cobiçada necessaire. "A idiota ainda sugeriu que eu escondesse o trequinho do segurança, para não pegar mal. Ah, faça-me o favor! Não tô roubando...".
31.3.09
Espelho, espelho meu...
Já disse em outras ocasiões que nasci para ser rica - o que, unfortunatelly, não aconteceu (mas bóra tentando...). Porque para ficar minimamente apresentável preciso da assessoria integral de cabeleireiras, manicures, maquiadoras, fazedores de sobrança, sou uma completa incapaz (sei passar perfume, vale?).
Todo este enorme preâmbulo para ressaltar a que ponto vai a vaidade de algumas mulheres (mulheres comuns, não vamos fazer referência às biônicas que moram em clínicas de estética, aka Angela Bismarchi). Claaaaro que é legal estar sempre bonitinha, na adolescência eu acordava um tantinho mais cedo para acertar no "book" (para os não iniciados, topete preso com passadeirinha, moda nos 90's). Mas certas coisas beiram o ridículo: 7h30 da manhã de uma terça-feira, um calor tropico-infernal, e, no banheiro do shopping que acomoda minha academia e um colégio, duas adolescentes deslizavam cuidadosamente a chapinha pelos cabelos (mal) pintados de vermelho - e cada uma com a sua prancha de estimação, não tem esta de repartir não.
Pior que isso só a moreninha de 38 quilos da academia (já falei dela, está cada vez mais magra), que, antes de suar a bacurinha em bicas pedalando a ergométrica e saltitando no jump, alisa os vários cachinhos um por um com a chapinha que carrega permanentemente na mochila.
Ontem lavei os cabelos e fui dormir com eles molhados. Deu uma pregui de pegar no secador...
25.3.09
De melissa a crocs
Eu comprei uma destas pra minha sobrinha. Branca, da Hello Kitty. A menina tem sete anos, mas já acha meio cafona.
23.3.09
Tópicos típicos
- Eu definitivamente prefiro o inverno. Principalmente se alojada neste Sul catarina do meu coração (hohoho). Porque o Sol é massa, calorzinho é gostoso, verão é bonito de se ver, mas nada mais civilizado do que um termômetro indicando menos de 18 graus.
Porque temos as roupas bonitas. E os cachecóis. As botas. E tem as comfort foods. Né?, porque, fala sério, salada é saudável, sorvete é tudo, mas uma sopinha fervilhando num dia frio de trincar os ossos é muito reconfortante. E vinho. - O que é você sustentar bem uma montação, não é mesmo? Assistindo a episódios de Sex and the City no Fox Life, sempre me surpreendo com Carrie Bradshaw. Sempre. Porque ela carrega dignidade de qualquer jeito, seja usando um tubinho preto de jersey ou um trapo furado e esfarrapado. Mesmo que este trapo esfarrapado for Roberto Cavalli. A roupa era tão feia, a Sarah Jessica Parker é o cão chupando manga, mas, ah, reles mortais... o conjunto da obra é sempre fantástico. Estilo: ou você tem ou você não tem. Seja com Roberto Cavalli esfarrapado ou com regatinha de R$ 9,99 da Renner.
- Preferia ter lido algo a respeito de Watchmen antes de assistir sua versão para o cinema - até porque viajei horrores nos primeiro 30 minutos. Aí depois foi esquentando - principalmente quando Dr. Manhattan aparecia como veio ao mundo - só que azulzinho. Sim, taradas (os) de plantão, Watchmen tem nu frontal masculino! Ainda não é o suficiente para conduzi-lo ao cinema? Ok, é um bom filme de ação (bons efeitos, mocinhos vilões, zzzz...).
- Você sabe que tem tudo para recuperar aqueles quilos que custosamente perdeu quando já se enche da academia na primeira semana... Anyway, não quero nada de Páscoa mesmo... nada comível, deixo claro. Um sapato luxo com salto de cone invertido iria bem...
- A velhice chega para todos, não há como escapar. Mas para Shannon Doherty ela foi mais cruel. Vide a velha e boa (?) Brenda Walsh, na nova versão de Beverly Hills 90201. Com direito a queixo duplo e tudo.
- E que venha o inverno. Que eu tô louca pra usar meu casaqueto vermelho.
- Eu já contei que quase me afoguei no rafting? (dããããã...)
18.3.09
Miguelito, o anti-arcanjo
Para ele não havia tempo ruim. Qualquer terça-feira era boa para reunir a galera em suas luxuosas dependências, onde oferecia cerveja gelada, uísque importado, paella, tacos, guacamole e doses generosas dos produtos colombianos "tipo exportação". A vida era uma bela e colorida festa.
No Carnaval, marcou época em Shark city ao desfilar abraçado a sete vampiras traficantes lésbicas. Na campanha eleitoral, encheu a burra de money, money, money vendendo a alma a Deus, ao diabo, anjos, santos, íncubos, súcubos e quem mais se interessasse. Mas não votou: seu título é de Pedro Juan Caballero.
Virou figurinha fácil em lojas de móveis e eletrodomésticos, redecorando seu flat com o típico bom gosto paraguajo. LCD de 49 polegas, sofás de couro, chaise de camurça fina, tapetes, cortinas, esculturas. Obras de arte das mais variadas, luxo e ostentação.
Aos que o visitavam em suas dependências, tudo. Filés de linguado, camarões gigantes na manteiga, lagosta ao termidor, prosecco geladíssimo. E entre garfadas de risoto de açafrão e golinhos de vinho, estalava a linguinha marota e exibia fotos de sua intimidade com a adorável esposa. "Numa delas a bichinha abocanhava até o talo. Depois tentaram dizer que era um brinquedinho de borracha, mas, ah, meu bem, de pau eu entendo", revela D., testemunha das orgias gastro-sexuais de Miguelito.
Se com a esposa o sexo parecia tão ardente, sem ela o panorama era de filme pornô. Bastava a bichinha ir embora visitar familiares distantes e era aquele desfile de criaturas-que-fazem-da-calçada-local-de-trabalho.
Os vizinhos, na (vã) tentativa de preservar a moral e os bons costumes, pediam para que ele não posasse tão ostensivamente, nu, balagandãs à mostra, apalpando coxas, bundas e peitos, em frente à janela com vista para o playground, às 11 da manhã. Para sua fúria, que jamais permitiu ser cerceado em suas vontades.
Só muito tempo depois foi que perceberam o rombo. Tentaram interceptá-lo, mas não houve tempo hábil. Háhá, amadores...
No meio da madrugada Miguelito evaporou com todos os seus recém-adquiridos pertences não-pagos. E dívidas, muitas. No rent-a-car, na Fatia de Baguete, lanchonete de Shark, na rotisserie, na locadora, na padaria, imobiliária... enfim, ainda gastou a última gota de sua lábia invejável para levar, na faixa, um equipamento fotográfico de última geração.
Pânico em Shark city.
A polícia foi acionada, autoridades comunicadas, mas já era tarde. Na parede do apartamento vazio, um recado desaforado dirigido a todos os seus "desafetos" - e escrito com o conteúdo da uma fralda bem cheia da filha mais nova...
10.3.09
Little black underpant
Uma agência (do Rio) enviou, como sugestão de pauta, um pacote onde relaciona o hit "Você não vale nada (?????)" com uma personagem da novela O Clon... ops, Caminho das Índias. Coitadinha da Dira Paes, que figura como protagonista no meio dessa cafonice... Sente o drama (as observações em itálico, entre parênteses, não vieram no release, evidentemente):
Melô da boa: Forró 'Você Não Vale Nada', tema de personagem de Dira Paes, é o maior sucesso da novela 'Caminho das Índias'!!! (as exclamações são luxo e alegoria)
'Você não vale nada mas eu gosto de você!' Toda vez que Norminha (Dira Paes) aparece em 'Caminho das Índias', o forró cantado pela banda Calcinha Preta (yep!) marca os olhares e o requebrado da fogosa mulher do guarda Abel (Anderson Muller). Nem a exótica abertura da novela de Glória Perez faz tanto sucesso com o público. É um sucesso entre as mulheres.
A Agência XXX oferece esta matéria especial composta por texto e imagens, no valor de: R$ 120,00 (caí pra trás: não é que eles COBRAM por isso?).
...
Heheheh... mas isso é Brasil, meu povo! Olha o piRci no umbiguinho! Olha o macacãozinho sedutoramente aberto até o púbis! Olha o franjão! Ela deve frequentar o mesmo saloon onde seu colega de banda faz a progressiva.