31.8.07

Blog Day 2007


Há um ano estávamos, eu e Stellita, adentrando no mundo dos blogs (nossa iniciação foi em julho, I guess), e ambas fizemos posts sobre o Blog Day 2006, comemorado em todo o mundo no dia 31 de agosto - vejam só - pela semelhança pictórica da data (31/08) com a palavra blog.

Hoje comemoramos mais um Blog Day, nesta feita mais experimentadas com a ferramenta (mas nem tanto). A idéia (conforme inúmeros sites e blogs vistos hoje) é que cada blogueiro sugira cinco outros blogs legais, com breve resumo sobre cada um e o respectivo link. Acho bárbaro. Acho válido. Mas hoje é sexta-feira, e, pai do céu, temos que matar nosso leãozinho diário nesta agitada correria do dia-a-dia. Não foi desta vez (talvez durante a próxima semana).

Anyway, have a nice Blog Day neste fim de sexta-feira, que o dia foi árduo mesmo. Com direito a Chupa-cabras e tudo. Uhu (a história vem depois).

30.8.07

Caminhos do Coração

Já viram a nova novela (nova novela parece cacofonia) da Record, Caminhos do Coração? Nãããããoooooo??????? Não sabem o que estão perdendo. A soup opera é poesia pura, é luz, emoção e magia, é a arte do folhetim, é cultura pop em capítulos, é... A COISA MAIS TRASH que já vi na vida, ever. Na noite de quarta-feira sentei-me em frente à TV e, delicadamente, surrupiei o controle remoto de Caetano para zapear à vontade pela vasta programação da cable tv. Eis que me deparo com umas personalidades de além-túmulo, tipo Patrícia Travassos e André Debiasi, e páro tudo: era a tão comentada e esperada novela do canal do bispo. Caetano olhou-me atravessadamente, mas entendeu a boa causa e mergulhou em seu Moby Dick. Curti. Curti do primeiro ao último minuto da programação, salivei com os diálogos consistentes, com a riqueza do roteiro, com o primor de direção, e com o brilho e o carisma do rico elenco. Coisa linda de Deus. Claaaaro que estou sendo irônica. Caminhos do Coração é aquele tipo de programa que, de tão podre, tão absurdo, tão ruim, torna-se cult, imperdível, adorável. Vão lá, caros amigos, mergulhem na programação da Record todos os dias, às 22 horas, e deixem de lado a déspota da Rede Globo. Vale muito a pena. Para os não-iniciados, aí vai um resumo báááásico de tudo aquilo que vocês já perderam. Enjoy it!

Bianca Rinaldi (ex-paquita), de cabelo tónhónhóim molhado encharcando a regatinha, lamentando o chifre que levou do namorado junto à sua mãe (quem, quem?), Fafá de Belém, sempre bela. Fafá, que na novela é dona de um circo, para animar a filha começa uma lição de moral primorosa, com pérolas do tipo: "Se todo mundo risse mais, o mundo seria melhor".
O namorado de Bianca Rinaldi é galinha e explode de tesão quando vê a malabarista da tenda ao lado (ambos atores absolutamente desconhecidos). Eles começam o agarramento com muito tesão e calor na bacurinha, química pura, e o diálogo é mais ou menos assim:
- Você tá louco, fulano! Você tem namorada! (arfando e gemendo)
- Tô louco de desejo por vocêêêê... (gemendo e arfando muuuito)
- Você tá errado, você tá errado, você tá errado! (enquanto beija e geme muito de prazer)
A dupla é flagrada e o canalha, ainda de pinto duro, sai atrás da oficial, para se desculpar:
- Me desculpa, me desculpa, me desculpa! Eu te amo!
- Não!
- É que eu sou homem, pô. Não resisti!
- Não. Acabou para sempre.
Fim

Bom, todo mundo já sabe que a novela tem um circo completo, cópia barata do Cirque du Soleil, um bando de crianças mutantes (X-Man encontra Heroes) e um caso de criança roubada que 30 anos depois vai descobrir que era filha de um milionário, mas isso só no fim da novela. Aí vocês vão encontrar gente do naipe de Toni Garrido (como um palhaço), Alexandre Barilari (jura que não sabem quem é?), e até... tchamtchamtcham... PRETA GILLLLL! Me acabei. Preta Gil é uma bandidona, casada com o Tuca Andrada, que é bandidão. Eles são marginália mas moram num apartamento super bem decorado, o fino do brega.

Sabem quem também dá o ar da graça na superprodução? A pierçuda Karina Bacchi!!! De óculos, fazendo a intelectual. E o Cláudio Heinrich (não sei como escreve esta porra). O Claudinho vai fazer um gay, vai até beijar o namorado. Já li por aí que paquito (ou ex-paquito) e gay é pleonasmo.

Durante um momento de reflexão, pensando na vida, alguém solta esta: "Ahhh (suspiro profundo). Como diz um amigo meu, tudo na vida é passageiro. Menos o motorista e o cobrador". Sério, seríssimo.

Outra extraordinary fica por conta da lôca do edy do Leonardo Vieira. Ele faz o papel do pai de uma menina mutante. Estão os dois mais a mulher jantando num restaurante. Ele vai cagar no banheiro, a mulher come um bombom envenenado e cai dura no chão em dois segundos. Ninguém se mexe pra ajudar. O marido chega, tenta socorrer a mulher, mas ela diz que não, que sabe que vai morrer e quer dizer as últimas palavras. Só que estas últimas palavras duram uns 10 minutos, tempo suficiente pra mulher receber socorro e sobreviver. Mas ninguém socorre! Help! Como palavras finais, a mulher faz um discurso mais longo que os do Fidel com os do Chávez juntos. "Protege nossa filha! Descubra porque ela é assim, porque tem poderes especiais, porque é uma mutante!". Vira para a filha e continua: "Filha, obedeça seu pai, me desculpe por eu morrer e não te ver crescer". Sério. Vira para o marido, de novo. "Seja feliz. Eu tô partindo. Amo vocês. Bláblábláblábláblá", horas a fio. Aí morre, finalmente. Aí que o pessoal do restaurante esboça alguma reação. Entre eles, Gabriel Braga Nunes. E aí... a menina começa a gritar e todos os cristais, e taças, e janelas do restaurante explodem!

Ah, vai dizer que não é um espetáculo? Vai lá: "Caminhos do Coração", na Record, às 22 horas.

28.8.07

Barraco-mãe

É o que dá não abrir a embalagem do produto ainda dentro da loja. Dia desses, tio Crébinho, muito faceiro, dirigiu-se até a Americanas mais próxima e adquiriu o video-game dos sonhos, um Playstation. Além do aparelho, o moço aproveitou para levar duas fitas de games sensacionais (ao preço médio de R$ 100 cada). Embrulhou pra viagem e sartou fora, rumo a Cowsland, onde reside, no Sul deste Brasilzão de meu Deus. Até aí tudo bem (a la Amy Winehouse). A questão é que o tolinho, ao chegar no conforto de seu lar, descobriu que as caixinhas dos jogos estavam absoluta e completamente vazias, oquinhas da silva. Desespero na Zona Sul. "Manhêêêê!!!", gritou o moço, por telefone, à Madame Louise que, muito fina, mas sempre preocupada (mãe é mãe) pulou no pescoço da eterna hóspede Cíntia T. exigindo algumas explicação para o entrevero. Cíntia disse: "Deixa comigo!", e ligou para a Americanas, comunicando o fato. Ok.
Crébinho mandou as caixinhas vazias by sedex (R$ 18). As caixinhas chegaram. Acreditando que não iriam se expressar da forma mais convincente possível, já que são muito meigas, tímidas e delicadas, Madame e sua protegida, Déia, suplicaram à barraqueira Cíntia T. que esta fosse com ambas às Americanas e armasse um bafão exigindo a entrega efetiva das fitas. "Só porque somos pessoas de bem e de posses não quer dizer que vamos arcar com este enorme prejuízo, não é mesmo?", questionava Madame, enquanto se abanava com um leque de seda francesa.
Só para garantir o furdunço, Cíntia chamou a sertaneja Gê girl para apoiá-la. E assim rumou a comitiva ao Farol Mall: esta escriba, Gê, Déia e Madame, além de Rafa, a Cadela. Pronta pro crime, a jornalista chegou na Americanas chutando o balde. Chamou um mocinho simpático e explicou, com relativa civilidade, a situação. "Quero devolução djá!". Mesmo com tanta irracionalidade e virulência, a truculência de Cíntia fez com que a situação se mantivesse num impasse. Foi quando uma cabocla muito da enfezada baixou na distinta figura de Madame. "Escuta aqui, rapaz! Eu vou é pôr no jornal e na rádia já! Meu filho gastou R$ 50 (!!!) em sedex pra mandar estas caixas pra cá, exijo um ressarcimento!", trinou suavemente Madame Louise no meio de uma Americanas lotada e paralisada, em choque. Déia, que não perde em classe e elegância, fez coro: "É isso aí, quebra tudo, avaí, queremos nosso dinheiro!".
Despreparadas para todo este randevú desproposital, Cíntia T. e Germana girl põem os rabitos entre as pernocas e saem batidas, algo entre o roxo e o púrpura de puro constrangimento. Não foi surpresa, no entanto, momentos depois, encontrar Madame e Déia, dirigindo-se ambas ao motorista, que as esperava frente ao shopping, carregadas com sacolas cheias de toalhas, potes de vidro e CDs de R$ 9,99 do Kalypso, um patrocínio das Americanas. "Não disse que eu recuperava o dinheiro?", declarou Madame, desafiante.

Apelidos (primeira parte)

Inicio agora a série sobre apelidos macabros que escolhemos para nominar certas criaturas que marcaram (ou não) definitivamente nossas vidinhas. Dispenso saber os apelidos que eventualmente já inventaram para mim. Esta história é sobre Podrinho, que Deus a tenha (hahahaha).

Eu não lembro direito do nome da moça. Sei que estudamos juntas por longo, longo tempo, aqui mesmo, em Shark city. Demos a ela, eu e uma amiga inseparável de ocasião, o sugestivo apelido de "Podrinho" - apelido este que, deuzulivre, jamais caiu em ouvidos alheios além dos nossos. Podrinho não era bonita. Não era brilhante, nem popular. Não era rica ou boazuda. Era, aliás, bastante medíocre, principalmente porque, numa vã tentativa de se livrar da mediocridade que a azucrinava, vivia babando o ovo das meninas bonitinhas e pops da escola. A filha da diretora, a campeã do time de vôlei, a que tinha namorado aos 12 anos, a que já transava, enfim, Podrinho queria freqüentar, queria ser alguém.
Corria à boca pequena, no entanto (e cidade pequena, todos sabem, é o inferno para os que têm algo a esconder) que a família de Podrinho era a maior velhaca da praça. Num dia, chegava o caminhão da Koerich abarrotado de mesas, sofás e camas. No outro dia, lá vinha o caminhão da Koerich levar tudo de volta. O telefone era cortado um mês sim, um mês não. A casa, óbvio, num bairro sofisticado, era alugada. Mesmo assim Podrinho exigiu uma festança para comemorar seus esquecíveis 15 anos (uó), com pompa e circunstância. Valsa com amigas, dois vestidos, Termas da Guarda.
Podrinho se achava a tal. Mas não tinha grana pra ir ao dentista e consertar o dentão podre e enegrecido bem na parte fronteiriça de sua lata amassada. A menina até desenvolveu o hábito de rir com a mãozinha tapando a boca. E mantendo a pose, sempre. Pensando em Podrinho agora, vejo que ela era um resumo mal-lapidado de uma sharkcitiana padrão. Verniz por fora, podridão por dentro. Em todos os sentidos. Como se fosse diferente em outros centros urbanos...

P.S.: em breve, a história por trás de "Ardida"

To you!

Foi com ele que eu troquei correspondências por quase um ano, diariamente, durante minha fase nordestina. Com ele, viajei para Sumpaulo e dançamos na boate cujo teto abria para dar entrada ao ar frio da manhã. Já caminhamos juntos na praia e fomos vítimas de um homem nu que corria de braços abertos em nossa direção. Já tomamos porres homéricos e rimos até às lágrimas de coisa nenhuma. Já trocamos um número sem-fim de confidências picantíssimas e problematicíssimas que nem Freud explica _ e encontramos mais respostas do que durante a terapia. Com ele eu tomei meu primeiro comprimido para dormir, porque não agüentava seu ronco estridentíssimo durante a noite. Badalamos por shoppings, balançamos na ponte de arame, tricotamos em pubs e afins, dividimos cigarros em nossas fases fumantes, consolamos um ao outro em fins de relacionamento, dançamos axé na Ferrugem e funk em Laguna (e não venha me desmentir).
Quando voltei para minha sharkcitiana terra natal, foi dele a primeira saudade mais doída (tá, logo em seguida, veio a saudadinha da Rúbia, the chicken girl). Mas ele está lá, continua lá, firme e forte, entre aulas de francês e engenharia civil, enquanto aponta para o mapa e escolhe o próximo destino da próxima viagem que fará _ eu espero, algum dia, em minha companhia novamente. John, sweethearth, amado meu, toda a felicidade do mundo pra você neste dia, amanhã e sempre, sempre, sempre.

Com amor,
Cíntia T., your best friend 4ever

P.S.: Este tipo de post já se tornou um clássico no Imediatas (em sua segunda edição). Desta vez, no entanto, fui pontual (graças ao alarme no meu celular e ao deus Orkut).

26.8.07

Inferno no condomínio

Estávamos tranqüilos em casa, os quatro, tentando ignorar o baticum estridente que vinha do quarto ao lado - ou melhor - do pardieiro que se denomina Chama e que me impede o sono dos justos de quinta a sábado.

Os moradores do Universitário amaldiçoavam, com ameaças de bomba e boletins de ocorrência, a boate maldita quando uma vozinha tímida e trêmula se insuflou contra nós. Germana, a nordestina mais farrapeira ever, ousou dizer que via a Chama com bons olhos, e que seu amante, Big T., a havia convencido a aceitar o "perfil" da boate no Orkut como amigo. Sim, Gê girl é amiga da Chama, mas não o é de Charlotte, the TPM girl, no site de relacionamentos.

Iniciou-se um processo de linchamento. Afinal, amiga que é amiga preocupa-se com você e com seu sono. No caso, Germana parecia "celebrar" o sucesso da pagodeira da noite de 5ª feira, com 10 carros no estacionamento da casa, enquanto bebericava sua Malzebier. Ódio no coração.

Questionada sobre a possibilidade de participar do "levante popular contra os malditos promoters de Shark city", Gê foi evasiva. Disse apenas: "Deixem os meninos se divertirem. Eles não me incomodam mesmo...".

Raciocínio genial e generoso, tendo em vista a angústia que corroia a alma do trio de atormentados pelos mauricinhos semi-analfabetos do Çamba-10.

Já nos levantávamos em busca de paus, cordas e porretes quando G. girl foi salva pelo gongo. Charlotte mira a televisão e, brilhantemente, afirma: "Ei, vocês estão assistindo à SPA Brasil!, destacou, referindo-se ao canal de esportes 24 horas, ESPN Brasil. Inconformada com a galhofa que se seguiu, a morena ainda insistia: "He-lo-u! I´m a english teacher. Olha lá: I-Éss-Pi-Ei= Espa". Demos o caso por encerrado.


P.S.: alguém me indique um advogado? Preciso processar uma casa noturna por tortura chinesa.

23.8.07

Madame viúva procura

Viúva rica e bem fornida, madame Louise agora investe pesado em produtos que realcem ainda mais seu perfil clássico de senhora de meia-idade. Nesta semana, madame adquiriu produtinhos valiosíssimos para recuperar o vigor da cútis - levemente esmaecida devido à idade, mas nem tanto. Sua revendedora number one dos produtos Avène, Clarins e Lancôme, mademoiselle Neidé, surpreendeu-se com a urgência da cliente-mor em reacender o viço que outrora atraia tantos e tantos zangões doidos por uma ferroada. Madame está ready for love, adentrando em sua segunda primavera da paixão. Candidatos, no entanto, não devem pecar pela afoiteza. Madame não dispensa classe, postura, bons modos e cavalheirismo. Chêro no pescoço só depois de encostar a bicicleta no muro e tomar um cafezinho recém-passado, que ela se dá o respeito.

21.8.07

Do contra

Eu sou uma pessoa um pouco diferente das demais que encontro por estas plagas sharkcitianas. Nunca alimentei o sonho dourado de entrar, braço dado com papai, vestida de bolo fofo branco, lagriminhas discretas, na igreja, em direção ao "meu homem" (viu, Miche?). Nunca. Nunca mesmo. Adoro casamentos, acho lindo, choro e me emociono mais rápido do que ao assistir um episódio de Desperate Housewives. Mas nunca almejei este sonho nupcial.

Eu gosto de crianças. Gosto mesmo. Juka e Rafa estão aí para confirmar. Mas, aos 29 do segundo tempo, ainda me questiono se realmente vou me arriscar ao perigoso e absurdinho universo das mães. Claro, porque toda mãe faz parte de uma seita secreta que rejeita o ingresso de não-mães, gays e homens. Porque a partir do momento em que uma mulher pari (????, não sei conjugar parir, pqp) uma vida, ela se torna uma outra pessoa, totalmente louca, surtada, psicótica (ok, pelo menos na maioria dos casos. Existem algumas exceções por aí que são o oposto).

Eu tenho desprezo mortal por tudo o que é unanimidade nesta terra de ninguém. O que todo mundo gosta, eu odeio. Já me achei bem retardada por, sem a menor intenção, ser a do contra. Hoje acho que retardados são os outros, parodiando Sartre. A melhor banda, a melhor festa, o melhor "modelon" (de roupa, cabelo, sapato), a mais bonita, o mais descolado, eu simplesmente rejeito tudo o que vira hit em Shark. E não é de sacanagem, eu juro.

Dizem por aí que Shark city é um local pra se passar a infância (e se acomodar na velhice). Desde meu retorno (não tão) triunfal à cidade mais azul e bonitinha do Sul-catarina, tenho encontrado motivos para pensar diferente - motivos estes certamente defendidos pelo meu macho, sharkcitiano ferrenho e com muito orgulho. Sigo, feliz, faceira e bem realizadinha, destoando da voz dominante, só tomando o cuidado de não revelar minhas posições tão "radicais" abertamente, sob risco de receber ovos e tomates na cabeça.

Declarar meu ódio a Renato Aragão e Hirisleyneh, a Crustácea, só junto ao querido Teteu boy. E queixar-me das botas drag-queen e dos legginhos em profusão, ao pé do ouvido de M.Z. O resto eu engulo e deixo passar. Há de se ser tolerante.

20.8.07

The Ring

O mini-post-relâmpago de hoje é uma singela homenagem a nossa amiga number one, the Cistite girl. Sabe unanimidade? Sabe quando pessoas de todos os naipes, de personalidades distintas, com pontos de vista e opiniões absurdamentes diferentes em tudo concordam em número, gênero e grau com a antipatia desta criatura? Então. Samarinha Morgan é nosso lixo do dia, enjoy it. Saca aquele tipinho que chega a dar nós nas tripas e provocar pobrema de nelvos pela simples e silenciosa presença? She´s the devil and doesn´t wears Prada.


P.S.: by the way, assisti ao Saneamento Básico, filminho nacional dos bons, bem divertido - apesar de algumas forçassões de barra no desenrolar da história, tudo bastante perdoável, diga-se de passagem. Até porque Fernanda Torres, Wagner Moura, Camila Pitanga e Lázaro Ramos, juntos, só podem fazer coisas boas. Recomendo.

18.8.07

Cansadinhos

Na boa? Como levar a sério uma campanha besta, elitista, arroz de festa, cujos "integrantes" revezam-se na capa da Caras e dormem em colchões forrados de dinheiro? Como levar a sério uma proposta que não tem encontrado voz nem junto a tradicionais anti-lulistas, como revista Veja e Folha? E, por favor, como levar a sério uma campanha que conta como REPRESENTANTES gente do naipe da Hebe, do Ivetão, da Regina Vagisil Duarte e da Ana Maria Brega? Hein? Tenho muito medo do "Cansei", bizarrice pouca é bobagem. Pesadelos à noite. Saca só a foto da campanha:


Sério, me dá náuseas (ugh). Manja as pretensas carinhas de "indignação"? Indignação com que, caras-pálidas, com cachê de R$ 700 mil pra cantar numa festa de peão? Com os preços dos vestidinhos do Roberto Cavalli? Ou porque perdeu um brinquinho numa festa brega no Projac?


P.S.: A loja maldita que é fã de Calypso, vizinha à minha sogrita, agora está tocando o CD todinho, frente e verso, da sapata baiana-mor. Ivete, meu rei, por que não casa de uma vez com a Xuxa e mudam-se, as duas, para uma ilha deserta, levando apenas um vibrador, cenouras e uma câmara de bronzeamento artificial?

17.8.07

Pirataria


Tornei-me uma criminosa. Por intermédio dos teenagers aqui da redação, sou a dona-sócia-proprietária de um exemplar piratíssimo da grande película do ano, "Simpsons, the movie", do qual vinha falando com tanta insistência nas últimas semanas. É claro que eu já assisti. Duas vezes. Mas como sou uma criminosa arrependida, devo sim recomendar o filme aos leitores. Desde que estes o assistam no cinema, pagando ingresso. É o mínimo que posso fazer para contribuir com o engordamento dos cofrinhos de Matt Groening. Vale a pena todo centavo (no meu caso, nenhum centavo). E a despeito dos invejosos que se acham PhDs em Simpsons só na base do trailler, vai a dica: a seqüência do deus Homer com o spider-pig é really amazing! Tsá, Teteu? Mágoa de cabocla não dói...

P.S.: Transformers já tá na mão...

I´m back

Voltamos à nossa programação normal.

13.8.07

Tristeza

Sempre que posso, procuro buscar temas de interesse geral para abordar aqui no bloguinho. Moda, cultura, Jornalismo, comentários aleatórios. E, principalmente, histórias sobre minha vida e das pessoas com quem mantenho um relacionamento. Normalmente, gosto de abordar todos estes assuntos seguindo uma linha bem-humorada e descontraída. Hoje teria inúmeras pautas do gênero a serem abordadas, e que infelizmente deverão ser adiadas, sem previsão de postagem. Espero que brevemente. A razão da minha súbita e repentina capacidade para não conseguir escrever/falar/brincar da maneira que habitualmente faço já é de conhecimento dos mais próximos: perdi um grande amigo, pessoa que teve papel importantíssimo ao longo de minha vida. Choque e indignação. Neste momento, meus pensamentos se voltam à família dele, também de igual importância para mim. Peço aos amigos orações e pensamentos positivos.

7.8.07

Quando ouvi Salif Keita, dancei... (ou O Atropelamento)

Shark city está em festa. Até o próximo sábado a cidade sedia a terceira edição da Feira do Livro, evento que conta com três ou quatro livrarias, que vendem de Dan Brown a Paulo Coelho (passando por Zíbia Gasparetto, sure), pelos mesmíssimos preços praticados em qualquer lugar do Brasil (ou seja, carésimos para o bolso da modesta população sharkcitiana). Desta vez, a prefeitura, que organiza o furdunço, está trazendo uma celebrity para tentar inflar o número de visitantes no local. Há alguns meses, chegaram a anunciar a vinda do meu amado todo-poderoso Rubem Fonseca, e eu quase morri na Sapucaí de tanta emoção. Não, ele não vem.

Aí divulgaram a vinda do ex-titã Arnaldo Antunes, grandes bostas, enlouqueceu o povinho daqui - e eu, burrinha, que nem sabia que ele escrevia, minha gente! Bom, A.A. TAMBÉM não vem. Mas indicou um amigo tão literato quanto: Chico "Mama África" César. E é aí que começa nossa diversão. O toquinho de amarrar bode do cabelón a la Amy Winehouse vem, sim, à Cidade do Peixe Grande, palestrar, dar uma palhinha de seu novo disco (???), e contar de suas escrituras, seja lá o que for isso. Imediatamente eu e M.Z. relacionamos o paraibano com nossa amiga sertaneja da terra dos rios Beberibe e Capibaribe. É que, pasmem, dona Germana tem histórias em comum com o moço cantor/escritor. Porque ela já o atropelou.

Sim. Era Carnaval. E era Olinda. Gê girl, a bordo de seu possante bólido envenenado, atulhado de bons amigos, circulava a toda pelas estreitas vielas olindenses. Eis que surge, do nada, no meio do caminho, um arremedo de homem, um goleirinho de pebolim, uma miniaturinha de gente. Não deu outra: com o teor alcoólico de Gê, a velocidade empreendida no automóvel e o teor festivo permeado em toda a ocorrência, o encontrão tornou-se inevitável. Ao sair, trôpega, do carro, para socorrer a criança que havia acabado de esmagar com as rodas dianteiras de seu fuscão, Gê encontra seu ídolo: Chico César. Semi-inconsciente, o pobre homenzinho ainda teve que autografar os peitos de Gê, e uma ou outra barriga de amigas mais afoitas. Alguns beijos foram roubados. Depois, todos se levantaram, gingaram ao som de Mama África e bóra pro Frevo! Pelo menos, é isso que ela conta...

Obs: tiraremos a prova hoje à noite, durante entrevista coletiva com o homem do cabelo de ninho de pomba. Se ele avistar Gê girl e sair correndo, é sinal de que a história é verdadeira.

Obs2: Yes! 150ª postagem!

6.8.07

A finura e o cachorro

Tive a honra de receber em meus aposentos, neste fim de semana, Madame Louise e sua fratella Neide, ocasião na qual foi servido farto café típico da colônia, com os quitutes trazidos pelas duas generosas senhoras: roscas de polvilho, broas de milho, pães caseiros, nata, schimiers e apfelstrudel, além dos frios saborosos feitos pela cozinheira de madame, alemoa de orige: salames e queijos variados.

Enquanto sentávamos para degustar tantas iguarias, conversávamos amenidades, num clima agradável de confraternização. Madame comunicou que muito em breve sua filha Déia irá adquirir um finura de última geração para Rafa, A Cadela. "Não tem mais porquê comprar um trambolho daqueles. O finura vale muito mais a pena", garantiu Madame, incentivando a própria irmã a investir no artefato - finura é o nome da nova versão do computador iMac, com tela de LCD, desenvolvido pela Apple. Madame, como sempre, está antenada com tudo o que há de moderno no universo tecnológico.

Enquanto roía um biscoitinho de polvilho, delicadamente, Madame também relatou as últimas de seu serviçal mais que eficiente, Hominho. "Outro dia apareceu lá, pedindo coisa. Perguntou se tinha cafezinho, um servicinho pra fazer, aí disse que tinha pego uma mulher. O problema é que a mulher tinha um cachorro, achado na rua. E não largava do cachorro. A mulher gostava tanto do cachorro que até dormia com ele na cama. Hominho disse que o cheiro na casa inteira da mulher era putrefato. Catinga! Aí ele disse: ou ele ou eu. A mulher não teve dúvidas. Dispensou o hominho, na hora".

3.8.07

Palma d´água

Após insistente pressão, Charlotte, a megera indomável, aceitou o convite de uma grande amiga e foi sassaricar na bela Capital do Estado catarina. Era verão, o sol cozia, a pino, os mais desavisados; a cerveja gelada implorava por um beberico; e o povo bonito e sarado da Lagoa da Conceição exibia-se, no cio. No bólido da amiga, Charlotte, de carona, cantarolava a música que rolava no rádio, a plenos pulmões. "Quem vem com tudo não cansa, Bete Balanço, meu amor! Me avise quando for embora...", achando-se a oitava maravilha no quesito voz sensual, atrás apenas de Vanessa da Mata, Calcanhoto, Maria Rita, Bonnie Tyler, Fábio Júnior, o cara do Poison e da deusa Ana Carolina (morri).
A amiga, faceira, acompanhava o ritmo, batucando na direção, enquanto secava os peitorais desnudos que circulavam pelas Rendeiras, pranchas a tiracolo.
De repente Charlotte, a cantora, dá um arrancão e, gemendo na voz, tasca: "No paraíso perigoso, que a PALMA D´ÁGUA não mostrou...". O carro quase emborca na duna mais próxima. "O QUEEEE????", gritou a amiga, fã ardorosa de Barão Vermelho. Irritada, Charlotte repetiu, com ousadia. "NUM PARAÍSO PERIGOSO, QUE A PALMA D´ÁGUA NÃO MOSTROU!!!", urrou, furiosa, prestes a estapear a colega.
"O QUEEEEE????", questionou, mais uma vez, a amiga, rolando de rir até a asfixia. Timidamente, Carla, a paulistinha safada, balbuciou: "Que a palma d´água não mostrou?"... Dúvida na zona sul.
Até a moça aceitar que a letra, na verdade, queria dizer "palma da tua mão mostrou", foram horas a fio de rubor e constrangimento. Afinal de contas, quantas vezes não teria pago mico, mostrando seus dotes vocais em público, sem que ninguém ousasse corrigi-la? Shame on her...

2.8.07

Fúria bregocida

Hoje pela manhã estava eu em casa de sogritos, fuçando o Orkut, quando um sentimento de aversão extrema me acometeu. Progressivamente, meu sangue foi esquentando até entrar em ebulição. Em algum lugar não-definido, alguém ouvia a maldita banda Kalypso, com a mulher mais desgraçadamente feia e desafinada do mundo mugindo a plenos pulmões. Tive ânsias.

Sério: a pessoa assina TV a cabo para NÃO assistir, em hipótese alguma na vida, programas do tipo faustão e gugu; não escuta nenhuma rádio local pra não ter contato com coisas desagradáveis às orelhas; foge como o diabo da cruz para passar incólume às pragas social-populares que assolam este Brasil de meu Deus, e no entanto, ainda continua à merce destes mostros da tortura.

Saí, fui almoçar. Quando retornei e voltei ao computador, lá ia ela, faceira, ganindo e rosnando furiosamente coisas do tipo "a lua me traiu". Ah, maldita, forçando o tom like a Uánessa Camargo do Norte (que por sua vez baseia-se na tosca da Mariah Carey) . Descobri que aquele som absurdo era proveniente de uma loja de calçados, bem no Centro da city. Porra, os malucos tocam Kalypso até o talo e esperam atrair clientes? Aí eu lembro que uma pesquisa apontou que a banda mais monstruosamente brega do país, desde O Tchan, é também a mais amada, ganhando inclusive de Zezé e Luciano e da Sangaluda.

Lamento informar, portanto, que o bom gosto popular, este bicho de sete cabeças, será o responsável por ondas de violência gratuita em Shark city - é que ouvir Kalypso desperta em mim tendências altamente homicidas. Ah, e eu tô falando sério. Mesmo.

Mas éééé carnaval...

"Mas é carnaval, não me diga mais quem é você
Amanhã tudo volta ao normal,
Deixa a festa acabar, deixa o barco correr,
deixa o dia raiar
Que hoje eu sou da maneira que você me quer..."
Ela bailava pela avenida, acompanhando o bloco, até porque atrás do trio-elétrico só não vai quem já morreu. Feliz, braços pra cima, sorriso de orelha a orelha, paradinhas básicas só para comprar aquela cervejinha gelada com os ambulantes e para tirar fotos com os personagens fantasiados de maneira criativa, de super-heróis a Fiona Shrek. Eis que ele surge, no meio da multidão. Camiseta molhada, brilho apaixonado nos olhos: "Carol!". O abraço apertado foi se estreitando até se transformar em beijo caloroso, mãos percorrendo o corpo todo, de cima a baixo. Línguas flamejantes. A barba dele roçava com força sua cútis branquíssima. Fogo e paixão.
Foi quando nossa heroína da vez (não disse que postaria, Carol?) percebeu que a vida - e a festa - continuavam, e que, em pleno Carnaval, no coração da República Juliana, no miolo do Bloco da Pracinha, não valia a pena, DEFINITIVAMENTE, se comprometer, se homens brotavam do chão e caíam dos céus a todo instante. Dispensou o barbudinho querido, gentilmente.
Muito axé na veia e funk requebrando até o chão, e eis que, apaixonado, barbudinho volta, desta vez já restabelecido, de camiseta nova. Mais carícias e abraços calientes, apertõezinhos e bulinações, tapas e beijos, esfregações e chupões no pescoço. Mais uma vez, Carol interrompe o frenesi erótico para dispensar barbudinho. Quando o fazia, no entanto, seus belos olhos castanhos se fixam em outra pessoa, bem atrás de seu affair. Era o barbudinho, ainda de camisa molhada e olhar entristecido. E como assim, Bial?
Carol, nossa heroína, havia acabado de se refestelar nos braços do CUNHADO. Barbudinho era gêmeo, resolveu procurar sua musa mais uma vez, mas foi passado para trás pelo próprio irmão, ó, crueldade. Ela nega a história até a morte. Mas há testemunhas.